Resenha: Stalking Jack the Ripper (Rastro de Sangue: Jack, o Estripador) - Queria Estar Lendo

Resenha: Stalking Jack the Ripper (Rastro de Sangue: Jack, o Estripador)

Publicado em 11 de abr. de 2018

Resenha: Stalking Jack the Ripper (Jack, o Estripador: Rastros de Sangue)

Stalking Jack the Ripper, que está sendo publicado no Brasil com o título de Rastro de Sangue: Jack, o Estripador pela DarkSideBooks, é o primeiro livro de uma série de Kerri Moniscalco e nos apresenta um romance policial vitoriano e sangrento, cheio de mistérios e com uma protagonista determinada, curiosa e a frente do seu próprio tempo.
Sinopse: Audrey Rose não é a típica donzela inglesa do século xix. Quando ninguém está vendo, a jovem realiza autópsias no laboratório de seu tio, contrariando a vontade de seu pai e todas as expectativas da sociedade. Ela pode não saber fazer um penteado elaborado, mas faz uma incisão em Y num cadáver como ninguém. Seus estudos em medicina forense a levam na trilha do misterioso Jack, cujos assassinatos brutais derivados de uma terrível sede de sangue amedrontam a cidade. E Audrey Rose, empoderada desde o berço, quer fazer justiça às vítimas - ​​mulheres sem voz e marginalizadas por uma sociedade extremamente sexista. Na companhia de Thomas Cresswell, o aprendiz convencido e irritante de seu tio, ela decide seguir seus instintos e os rastros de sangue do notório assassino. Afinal, nenhum homem foi capaz de descobrir sua identidade. Esse é um trabalho para uma mulher.
Audrey Rose é a protagonista de Stalking Jack the Ripper, uma garota de 17 anos, vivendo na turbulenta era vitoriana. Moradora de Londres no ano de 1888, Audrey é aprendiz de medicina forense, sob a tutela de seu tio e escondida de seu pai, devido a relação conturbada entre os dois homens, a imoralidade de violar um cadáver e como tudo isso não é nem um pouco algo destinado a dama, especialmente aquelas de alto nascimento como ela.

Vivendo com as constantes paranoias do pai sobre doenças, desde a morte de sua mãe de febre escarlatina, Audrey aprendeu a fazer as coisas a sua própria maneira, contando apenas consigo mesma e com o irmão mais velho, Nathaniel, para lhe dar cobertura. Ela acredita que mulheres e homens tem exatamente a mesma capacidade para desempenhar as mesmas funções e troca os salões de chá pelo laboratório do tio em um piscar de olhos.
Rosas tem pétalas e espinhos igualmente. Não precisa acreditar que algo é fraco por sua aparência delicada. Mostre ao mundo a sua bravura.
E é em um desses dias de aprendizado que toda a história começa. Após o tio ser chamado para auxiliar em um caso de assassinato, Audrey é tragada para a investigação, incapaz de conseguir descansar sem descobrir quem anda dilacerando mulheres pelas noites de Whitechapel.

Resenha: Stalking Jack the Ripper (Jack, o Estripador: Rastros de Sangue)

Após a descoberta dos primeiros corpos de Jack, o Estripador, Audrey poderá contar apenas com Thomas Cresswell, outro aprendiz de seu tio, para desvendar os segredos e mistérios entorno do assassino e a estranha ligação que todo o caso pode ter com a sua família. Enquanto todos guardam segredos e Audrey corre contra o tempo para impedir que mais mulheres sejam mortas, ela começa a perceber que a vida que levava até então não era exatamente o que ela acreditava ser.
Eu não preciso de nenhum homem para me empoderar.
Stalking Jack the Ripper, acredito eu, é um dos meus melhores livros do ano. Era exatamente o tipo de leitura que eu estava procurando. O clima vitoriano, arrematado pelos mistérios e por protagonistas tão carismáticos, com quem é fácil se identificar, torna a leitura extremamente agradável. A cada descrição de Kerri me encontrava em Londres, entre ruas de paralelepípedo, necrotérios e carroças.

Todo o mistério é muito bem desenvolvido, as pistas são soltas aos poucos, levando você por uma ou duas ruas, até ter certeza de que matou o que está acontecendo antes mesmo da metade do livro - só para chegar ao fim e descobrir que não, não matou mesmo.

Resenha: Stalking Jack the Ripper (Jack, o Estripador: Rastros de Sangue)

Minha maior felicidade com o livro foi a Audrey, claro. Eu amo como ela foi pensada e construída. Uma criatura curiosa, inteligente e perspicaz que prefere o laboratório do tio e a ciência do que os salões de chá e a fofoca, mas que, ainda assim, consegue encontrar empatia e carinho pelas mulheres a sua volta. Audrey gosta de vestidos e maquiagens, e gosta do trabalho forense, e faz questão de ir atrás do dia em que uma mulher fazer ambas as coisas não será nada escandaloso.
Todos os homens da minha vida sentiam a necessidade de colocar correntes em mim, e eu desprezava isso. Menos Thomas, eu percebi. Ele me instigava a pensar e agir por mim mesma.
Existe muito no entretenimento a ideia de que, se uma personagem feminina é fodona e "diferente de todas as outras mulheres", ela sente esse desprezo pelas mulheres a sua volta. O que me deixa com muita raiva. Mas felizmente isso não está nem um pouco perto do que é a Audrey, que reconhece que as mulheres a sua volta agem como agem porque foram condicionadas a isso e, em vez de desprezá-las, espera que um dia possam se libertar dessa visão. Audrey Rose também não luta apenas por si mesma, mas faz questão de ir para as ruas e investigar esse assassino que pensa tão pouco das mulheres que se acha no direito de tratá-las como objetos. 

Audrey Rose é simplesmente minha mais nova heroína preferida.

Resenha: Stalking Jack the Ripper (Jack, o Estripador: Rastros de Sangue)

E ainda temos Thomas, um rapaz de família abastada que estuda sob os cuidados do tio de Audrey Rose, e com quem desenvolve um relacionamento inicial unicamente baseado em encontrar Jack, os Estripador, mas que acaba evoluindo para o tipo de amizade que eu gosto de definir como Han e Leia.

O sarcasmo, a ironia, o flerte desenfreado e impróprio para a época, a forma como ele admira a inteligência dela, instiga ela a continuar seus estudos e a ser sempre uma versão melhor de si mesma. As picuinhas dos dois, as pequenas brigas e as tiradas são simplesmente maravilhosas. E o melhor de tudo é que nada de instalove, é um relacionamento que fica cozinhando a gente ao longo da história e se desdobra de uma forma muito divertida e coerente.
Era um mundo tão injusto e cruel para as mulheres.
O livro ainda tem muitas outras personagens que ajudam a compor um cenário bastante diverso. É raro a gente encontrar tantas personagens coadjuvantes com motivações pessoais fortes, que criam ligações e backgrounds para toda a história, mas é exatamente isso que acontece aqui. A maioria das coadjuvantes tem um passado relevante e uma motivação interna para agir como o faz no livro, e isso só adiciona ainda mais riqueza de detalhes na história.

Resenha: Stalking Jack the Ripper (Jack, o Estripador: Rastros de Sangue)

Stalking Jack the Ripper é o tipo de leitura que eu indico para todo mundo por ser curiosa, misteriosa e divertida ao mesmo tempo. Por fazer uma viagem no tempo e proporcionar momentos deliciosos em que a gente não pensa em mais nada além de Londres, em 1888.
Uma doença muito pior do que varíola e cólera e febre escarlate vivia ali. Violência e crueldade eram uma coisa completamente diferente.
Vale frisar, no entanto, que o livro é um young adult, então ele é um pouco mais leve do que os thrillers de investigação adulto. Ele é também o primeiro de uma série, o segundo saiu no ano passado com o título de Hunting Prince Dracula e o terceiro sai ainda esse ano com o título de Escaping from Houdini. A versão traduzida, Rastro de Sangue: Jack, o Estripador já está sendo vendida pela DarkSide Books aqui no Brasil.

Título Original: Stalking Jack the Ripper
Autora: Kerri Moniscalco
Editora: Selo Jimmy Patterson (da Little & Brown nos EUA) e DarkSide Books no Brasil.
Gênero: Romance Policial - Suspense - Mistério - YA
Nota: 5
Skoob

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14 comentários:

  1. Oioioiii!

    Adorei a resenha e as fotos. Antes eu achava que era um tema mais adulto, daí tinha ficado bem animada, mas acho que não iria amar o livro, porque acho que tinha que ter uma pegada mais forte, mais descritiva, mais mórbida. Kkkkkkkkkkkkkk. Achei que era bem terrozão, sabe!

    Mas não há de se negar que essa edição tá maravilhosa! Cheia de ilustrações.

    Beijos
    Anne
    Literatura Estrangeira

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    1. Oi, Anne!
      Uma coisa que a gente percebeu mesmo é que o mkt tá vendendo o livro sem mencionar que é um YA, que pode dar uma ideia errada as pessoas, por isso fiz questão de ressaltar. No entanto, eu não acho que ele ficou devendo em nada a livros "adultos". Ele é bem descritivo (especialmente porque a Audrey é uma aprendiz de legista) e é mórbido e forte o suficiente para o meu gosto. Não escorre sangue pelas páginas, mas entrega uma história muito boa, com suspense, mistério e uma aventura sangrenta. É bem envolvente também, e calha a ter protagonistas adolescentes.
      Espero que dê uma chance ao livro.

      bjs

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  2. oi, Bibs
    Eu amo essa capa, ela é linda demais! Primeiramente quando vi o livro ser lançado, imaginei que a história seria super macabra pelo fato de estarmos falando sobre Jack, o Estripador. Mas aí descubro que não é bem assim e fiquei tão animada para ler agora. Quero sentir tudo isso que você cita, realmente espero gostar da obra. Ela promete muito.
    Beijos
    http://www.suddenlythings.com

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    1. Oi, Miriã!
      Olha, eu não achei ela macabra. tem uma vibe meio "a volta do parafuso" porque fica um ar sobrenatural em alguns momentos específicos, e todo o lance com o Jack, mas não achei banho de sangue nem nada do tipo, é muito bem escrito e de muito bom gosto. Acho que você vai curtir!

      bjs

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  3. Ual Bibs amei sua resenha, estava doida pra ler uma desse livro, eu já estava louca pra ler o livro imagina agora sua opinião positiva da leitura, espero que eu consiga ler logo, estou curiosa, e que capa linda esta!

    Bjs!

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    1. Oi, Aline!
      A capa é linda mesmo, né?
      A história é muiiiito boa também, espero que possa ler logo e tirar suas próprias conclusões <3

      bjs

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  4. Fiquei bem curiosa para ler.
    Na verdade, a Darkside me mandou o exemplar que você citou, publicado aqui, mas ainda não li.
    Recebi semana passada cheio de fofurices. Adorei.

    Tenha uma ótima quarta-feira.

    Abraços,
    Naty
    http://www.revelandosentimentos.com.br/

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    1. MENINA, queria ser você, porque eu quero muito a edição BR. Quero muito ver como ficou a diagramação e tudo, tô só esperando uma promo boa. :P
      Leia logo, acredito que vai adorar!

      bjs

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  5. Olá, Bibs.
    Esse livro já está lá na minha lista de desejados esperando uma boa promoção. Eu amei essa capa e o enredo parece ser incrível. Eu gosto muito de livros assim que a gente acha que descobriu o que aconteceu e depois vê que não era nada do que a gente estava pensando.

    Prefácio

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    1. Oi, Sil!
      Então, se você curte o estilo, acho que vai adorar a história.
      Quem venham as promos pra gente poder comprar ele né? Quero a edição BR também. <3

      bjs

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  6. Oi, Bibs!
    Menina, vou esperar sair o terceiro pra ler tudo de uma vez.
    Esse clima vitoriano e tals me lembrou muito Timekeeper, que recomendo muito por motivos de: steampunk YA com o personagem principal LGBT
    Beijos
    Balaio de Babados

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    1. Oi, Lu!
      Acho que ainda não ouvi falar desse livro MAS JÁ TÔ COLOCANDO NO CARRINHO DA AMAZON, OK?
      Menina, fiquei muito louca pelo dois e o três já, mas não sei se vai ser trilogia ou o que. Por mim ela transformava a Audrey Rose em um Poirot e escrevia forever, porque eu amei muito ela <3
      Espero que curta o livro!

      bjs

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  7. Oi Bibs! Só posso concordar com vc, é uma das melhores leituras do ano e eu gostei muito da Audrey e do Thomas, o flerte deles foi sensacional e os detalhes o crime tb! Também adorei a edição a Dark com as ilustrações!

    Bjs, Mi

    O que tem na nossa estante

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    1. Oi, Mi!
      Tô louca para ver como ficou a edição da DarkSide, dels segura minha carteira pra eu não comprar enquanto não posso UAHSUHASUHASUHASUHA
      Audrey e Thomas muito maravilhosos, né? Fico feliz que tenha curtido também!

      bjs

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