Resenha: Song of Blood and Stone - Queria Estar Lendo

Resenha: Song of Blood and Stone

Publicado em 31 de mai. de 2018

Resenha: Song of Blood and Stone

Song of Blood and Stone é o primeiro título da série Earthsinger Chronicles, da autora L. Penelope. O eARC foi cedido em cortesia pelo NetGalley para resenha, e eu não poderia estar mais feliz de falar sobre essa obra maravilhosa.
Sinopse: Órfã e solitária, Jasminda vive em um reino onde o frio sussurra sobre invasões e a guerra se aproxima junto com o vento. Ela é uma pária em sua terra natal, Elsira, onde seu poder mágico, sua Canção, é temida. Quando soldados perigosos buscam refúgio em sua cabana isolada, eles trazem consigo um prisioneiro - um espião ferido que pode roubar seu coração. A missão de Jack atrás das linhas inimigas - de provar que o Manto, a barreira mágica entre Elsira e Lagrimar, está para cair -, quase custou sua vida. Mas ele foi salvo pela Canção de cura de uma jovem mulher misteriosa; agora, Jack precisa fazer o que for preciso para salvar Elsira e seu povo dos horrores do Verdadeiro Pai, e ele precisa da ajuda de Jasminda para fazer isso. Com isso, os dois embarcam em uma perigosa jornada para salvar seus reinos e para descobrir os segredos da Rainha Adormecida - sua única chance nessa guerra.
Na história, os mundos são divididos entre um reino sem magia, governado por um tirano que se chama de Verdadeiro Pai, obcecado em absorver todo poder possível e, assim, destruir o Manto, uma barreira encantada que os separa de Lagrimari, onde vivem os Earthsinger. Com poderes imensuráveis, eles veneram uma Rainha Adormecida e estão ameaçados pelo poderio daqueles que buscam a guerra, oprimidos e forçados a deixar seus lares em busca de refúgio nas terras inimigas.
Você poderia escrever sua história nas ondas do oceano, assim ela seria carregada para todas as terras do mundo.
Jasminda e Jack têm seus destinos cruzados por um incidente curioso; uma busca pela Rainha Adormecida os aproxima, porque encontrá-la e acordá-la talvez seja a única maneira de salvar seus reinos do império mortífero que o Verdadeiro Pai deseja instaurar sobre ambos os territórios.

Jasminda não pertence exatamente a um único lugar. Seu pai veio de Elsira e sua mãe de Lagrimari. Sua união foi em muito criticada e julgada, uma vez que as diferenças entre os povos é gritante; para Jasminda, tudo era estabilidade e temor até ser confrontada com a missão de encontrar sua Rainha. Nunca houve nenhum sonho ou pretensão de grandeza na vida da garota, só a simplicidade de cuidar de suas terras e do legado da família. Uma vez que a jornada começa, no entanto, já dá para sentir que ela tem imensas provações a confrontar.

Uma das coisas mais incríveis dessa história é como a autora desenvolveu seus protagonistas. Ambos são extremamente humanizados, com seus medos e traços de bravura, com seus sonhos impossíveis e terrores que se aproximam.


Resenha: Song of Blood and Stone

Jasminda é uma personagem fantástica. Em primeiro lugar, é uma mulher negra com voz e presença e uma das personalidades mais ricas que já li. Só pela representatividade já é uma visão empoderadora, mas também não carrega o esteriótipo de 'protagonista badass que só quer chutar bundas'; ela é doce e gentil, empática até o último fio de cabelo. Tal como sua Canção, a magia que reside em seu espírito, Jasminda é carinhosa e quer fazer o bem. 

Quando forçada a confrontar a hostilidade e a violência, no entanto, ela não deixa barato. Jasminda consegue ser uma força da natureza em equilíbrio com os traços mais pacíficos, uma guerreira quando necessário.

Jack é um soldado e um nome importante para seu reino. Diferente de Jasminda, ele vive dilemas morais e embates entre fazer a coisa certa ou o que os outros consideram honrado. Eu amo meu filho e morreria para protegê-lo.
Nosso destino pode ser carregado e moldado, enquanto uma chance faz de bobo qualquer um que tentar controlá-la. Isso quer dizer que o destino é o mestre da sorte?
As interações entre os dois foram intensas desde o começo; é um relacionamento apaixonado que começou sem querer, quando Jasminda salva sua vida e ele se arrisca para fazer o mesmo depois. A amizade e a conexão emocional desse primeiro encontro se desenvolve em algo que borbulha e se expande e de repente seus corações são um só. É impossível não ficar rolando pelo chão conforme os olhares e sorrisos e toques ficam mais e mais apaixonados.

Esse é o tipo de ship que colocaria fogo no mundo porque o amor deles é tão puro e tão precioso e você só quer que tudo dê certo, que o mundo e as injustiças parem de ser tão cruéis e permitam que os dois vivam em paz.
A cor azul de uma manhã e a escuridão da noite são diferentes, mas nenhuma é melhor que a outra. Precisamos de ambas.
E por falar em injustiça... A autora conseguiu criar um universo bastante semelhante com a nossa realidade, e tanto os melhores quanto os piores traços do mundo em que vivemos estão presentes na história.

Uma das críticas e ponto principal é o da diferença entre os reinos e como isso é tratado por ambos os habitantes; as pessoas que vêm de Lagrimari têm pele escura e são refugiados do horror que o governante tirano tem espalhado por suas terras. Os moradores de Elsira são brancos e privilegiados por um governo cuidadoso e um reino sem guerra. Com a migração dos refugiados para seu território, no entanto, a narrativa mostra as diversas reações que já são muito conhecidas por nós.


Resenha: Song of Blood and Stone

Eu achei absolutamente genial e sensível como a autora escreveu a situação com os refugiados. As nuances de crueldade dos privilegiados contra as exceções daqueles que percebiam os horrores vividos pelo povo de Lagrimari, estendendo suas mãos para ajudá-los. Eu me vi tão revoltada com a atitude de uma parcela da população em vários momentos da história que quase chorava de alegria quando uma exceção erguia a voz para ajudar os oprimidos.
É fácil aceitar coisas que já são certas. Difícil é acreditar que o que é permanente pode ser levado embora.
Jack foi uma representação do que é usar seu privilégio para algo bom. Do que é ser humano. Mesmo contra todos os sensos ao seu redor - todos extremamente egoístas e absurdos - Jack mostrou-se presente por aqueles que precisavam, dando espaço para que falassem e fossem ouvidos, usando tudo o que tinha a seu dispor para trazer conforto e auxílio. Jasminda abre os olhos dele para várias situações absurdas do dia-a-dia do povo refugiado, e é através dela e da voz dela que Jack se determina a fazer mais por eles.

O livro é de uma riqueza sem fim. A ambientação, a mitologia, as histórias antigas que ditam os passos dos personagens no presente, é tudo muito bem desenvolvido, entregue nos melhores momentos da trama. A parte fantástica envolvendo as Canções, como elas funcionam e como habitam o mundo, a criação desse universo e a divisão dele, como o passado gerou a guerra entre as raças que existe até os dias atuais, tudo é bem pautado dentro da narrativa; conforme as respostas chegam até você, as peças do quebra-cabeça se encaixam perfeitamente.
Novos mundos nascem da destruição.
Song of Blood and Stone faz parte de uma série, mas tem fim. Pode ler sem medo de ser feliz, pois você vai encontrar um final. Tem a promessa de uma continuação, sim, mas com outros personagens e outras situações; a história de Jack e Jasminda é arrebatadora desde o começo até a última página. Vai emocionar e te fazer pensar e vai cobrir seu coração de esperança.


Título original: Song of Blood and Stone
Autora: L. Penelope
Editora: St. Martin's Press
Gênero: Fantasia | Romance
Nota: 5 +

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8 comentários:

  1. Preciso aperfeiçoar meu inglês logo para conseguir ler essas maravilhas.

    www.vivendosentimentos.com.br

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    1. Oi, Monique!
      O inglês desse livro é mediano, mas tem outros títulos bem de boas pra começar <3

      Beijos!

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  2. Oi, Denise
    Eu adorei esse enredo! Quando leio sua resenha, sinto aquela vontade de ler a história porque fico cativada pela sinopse, pela opinião e é tão encantador ver a animação enquanto você escreve o que sentiu lendo.
    Ai eu lembro que não curto fantasia e provavelmente acabaria abandonando a leitura e isso me desanima. Eu queria fazer alguma coisa para conseguir voltar a ler o gênero. Antes eu lia tranquilamente e adorava, hoje em dia se transformou em um suplício pra mim.
    Mas vou anotar as dicas, quem sabe eu não leia!
    Beijos
    http://www.suddenlythings.com/

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    1. Oi, Mi!
      Eu fico muito feliz por saber disso! Quanto mais amo o livro, mais difícil é falar dele. Que bom que tô fazendo isso direito <3
      Olha, a parte fantástica desse livro é bem levinha. Tem muito mais sobre política e as questões sobre os refugiados, além do romance. Talvez funcione como um treineiro pra você voltar pro gênero :D

      Beijos!

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  3. Oi, Nizz!
    Menina, eu fui atrás desse filme quando vi uma vez você postando nos stories no instagram. Eu adorei esse título e gostei de saber mais sobre a história.
    Eu vi também que é uma série e que os próximos são focados em outros personagens. Gosto assim porque a autora explora mais seu mundo.
    Beijos
    Balaio de Babados

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  4. Oooi!
    Eu ainda não sei ler em inglês - tô na batalha - então acho que não seria bem um livro que leria por agora. Eu tenho curtido muito ler fantasia e o gênero tem despertado cada vez mais meu interesse e essa história parece ser bem bacana! ☺ Os Delírios Literários de Lex

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  5. Oi Denise!!!
    Menina, eu já te admirava antes, mas agora com esse livro em inglês, você superou ainda mais minhas expectativas, HAHAHAHA. Queria taaaaanto conseguir :( mas não estou nem perto de ler algo assim HAHAHAAH
    Mas falando sobre a obra: QUERO, QUERO, QUERO.
    Estou lendo a série da Corte da Sarah J Maas e estou em uma fase totalmente fantástica e romântica, acho que iria devorar essa série até, porque já estou pensando na DPL que ficarei após 'Corte de Asas e Ruína' :(
    Beeeeeeeeeeijos
    https://estante-da-ale.blogspot.com

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  6. Heeey!
    Não conhecia esse título, mas gostei da história. Parece ter aquela velha inspiração shakespeariana dos protagonistas opostos. Acho que o esteriótipo é no caso a personagem feminina passiva demais e sempre contida, que é a visão da mulher ideal da sociedade. As personagens com mais atitude são, na verdade, a novidade que quebra esse tabu.
    Não sei se gosto disso na personagem, confesso que prefiro uma personagem feminina que seja mais firme, quebrando a imagem de que a mulher tem que ser sempre gentil e delicada.
    Mas gostei muito da sua resenha e de como você descreveu o livro!

    www.ooutroladodaraposa.com.br

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