Como foi a Flipop 2018! - Queria Estar Lendo

Como foi a Flipop 2018!

Publicado em 4 de jul. de 2018

Eu (Nizz) - Carol (blog Livros Ontem, Hoje e Sempre) e a Raquel.

A segunda edição da Flipop - Festival da Literatura Pop - aconteceu no último fim de semana. Eu e a Raquel, colunista aqui do blog, estivemos presentes nos três dias do evento e o post de hoje é pra contar um pouquinho sobre o que rolou por lá!

Para quem não sabe, a Flipop é criação da Editora Seguinte e tem o intuito de reunir leitores e autores de diversos seguimentos do YA (Young Adult) para conversar, trocar ideias, falar sobre essa literatura jovem, basicamente. É uma feira para todos que amam livros juvenis, para todos que amam histórias sobre jovens vivendo aventuras, se apaixonando, descobrindo o mundo e se descobrindo. Considerando o alcance da literatura YA nos dias atuais, é um evento importantíssimo. E por isso foi tão maravilhoso!

Centrado em diversos paineis com bate-papos e discussões sobre esse gênero literário, a Flipop foi de uma organização maravilhosa. Maior do que sua primeira edição, esse ano contou com três dias inteiros dedicados à literatura jovem. De autores internacionais, a Flipop contou com a presença da Morgan Rhodes (da série A Queda dos Reinos) e o Jeff Zentner (Dias de Despedida); e os nacionais você confere aqui embaixo porque foram tantos que não posso esquecer de citar nenhum:



Os paineis foram bem diversificados (e quase impossíveis de escolher!). A feira, em si, também contou com a participação de alguns estandes diferenciados. O Turista Literário e o Livros & Citações levaram suas caixinhas misteriosas para serem apresentadas ao público, e deixaram aberto para quem quisesse conhecer/participar de sorteios/interagir com a ideia das Mystery Boxes.


A Plataforma21 tinha um estande quase todo dedicado ao seu primeiro lançamento nacional, Mensageira da Sorte, da Fernanda Nia - que teve a capa revelada no evento, inclusive! Olha que coisa mais linda:


A Editora Morro Branco e a Editora Duplo Sentido também marcaram presença com seus livros - e foi anunciado que elas fecharam parceria com o Turista Literário. Vai ter livros deles nas próximas caixinhas! E a Editora Hoo, além de divulgar seus livros, também tinha um espaço de tatuagens temporárias bem literatura jovem encontra LGBT+ e a-women por isso!



Em relação aos paineis, queria muito fazer resenhas extensas sobre como eles foram maravilhosos e excepcionais e como foram de uma importância indescritível. Tínhamos autoras e autores falando sobre a literatura jovem e o seu impacto no mercado literário, autoras negras discutindo sobre a representatividade da mulher negra no mundo literário, autor negro e gay contando suas experiências dentro e fora do mercado dos livros, autoras e autores gays ou bissexuais comentando sobre o que significa representar.

O tanto que eu absorvi das palestras é difícil de explicar.

O Queria Estar Lendo é um blog fangirl e feminista e eu identifiquei muito dessas duas palavrinhas nas pessoas que subiam aos palcos. Fangirl pelo lado de amar, surtar e fangirlizar personagens, histórias e o que os livros significam para o mundo. Feminista porque eu quase chorei com a quantidade de mulheres empoderadas, donas das suas vozes e das suas experiências, dispostas a se erguer e falar e exigir o que o feminismo prega. Estar ali próxima de tantas figuras femininas poderosas foi uma experiência divina, falo com tranquilidade.

O bate-papo com os autores internacionais foi bem divertido. O Jeff fala português (eu não sabia e fiquei muito QUE TÁ ACONTECENDO!) e é uma gracinha de pessoa. Muito simpático, receptivo e atencioso. Ele contou sobre suas experiências com a música e com a literatura YA, como se descobriu autor e decidiu que escreveria histórias para leitores jovens. Como é importante dar espaço e contar essas histórias, porque a literatura juvenil está formando pessoas, e passar mensagens e críticas e ensinamentos é o que ajuda essas pessoas a crescerem bem.
Melhor pessoa? Melhor pessoa.

A Morgan bateu bastante nessa tecla também. Pense numa pessoa hilária; é ela. As perguntas envolveram muito do seu trabalho com a série A Queda dos Reinos, como foi se despedir (ela disse que "foi difícil dizer adeus a alguns personagem, como o Magnus, e para outros nem tanto" e todos concordamos porque óbvio), sobre a rotina de escrita (que, pra ela, envolve muita procrastinação. I FEEL YOU, SISTAH!) e sobre o mundo da literatura em geral. Foi um painel bem interessante para leitores e para escritores porque a vivência de uma autora best-seller do NY Times é uma experiência construída em cima de muito trabalho e muita perseverança. Ela acredita nas histórias, então o mundo vai acreditar também.
Da esquerda pra direita: Bárbara Morais, Roberta Splinder, Íris Figueiredo e Lavínia Rocha.

Os paineis que mais me impactaram foram os seguintes: O que é uma protagonista forte? onde foi discutido o que significa a sua protagonista como uma personagem forte. Gostei muito de como as autoras desconstruíram esse dizer "forte" como sinônimo único de força; é uma coisa que a gente bate muito na tecla quando vai falar sobre personagens. Forte pode ter a ver com força emocional, pode ter a ver com o modo como a personagem se porta diante de determinada situação fora da sua zona de conforto. Forte é uma palavra com diversos significados quando usada para nomear uma protagonista, e é importante que as pessoas vejam isso, que parem de exigir "inquebrável" e "badass" como sinônimos essenciais.
Da esquerda pra direita: Larissa Siriani, Bárbara Morais, Mila Wander, Janaína Rico e Thati Machado.

G de Grandes Histórias aconteceu no sábado e contou com o quarteto Larissa Siriani, Janaina Rico, Thati Machado e Mila Wander. Elas falaram sobre suas experiências como mulheres gordas em um mundo gordofóbico, um mundo que não dá espaço para o diferente e que exige o padrão. Foi meio impossível não se emocionar com as histórias dessas quatro mulheres poderosas e todo o caminho que elas percorreram até a aceitação; como isso é uma luta diária, como "ter auto-estima" não significa que você vai se amar sempre, mas como também tem que se desconstruir e lembrar que o que importa é você. Que o seu bem estar com o seu corpo e com a sua mente constroem essa aceitação. Eu não lembro com palavras exatas, mas a Thati Machado disse uma coisa muito importante: você vai desenvolver sua aceitação, sua imagem, como você se sente. Isso é o que importa. É bem aquele ditado "o que vem de fora não me atinge". Não pode deixar que te atinja. Não pode aceitar que te atinja. É um trabalho árduo, mas é gratificante.

LGBT+ além do G foi um painelzão da porra. Com as presenças das autoras Amara Moira (recém doutorada pela Unicamp), Larissa Moreira e a blogueira Duds Saldanha, o tempo pareceu passar rápido demais enquanto elas falavam porque eu queria ficar ali para todo o sempre. O painel abordava a representatividade das outras letras e o + da sigla LGBT+ dentro das mídias - não só literatura, mas filmes e séries e músicas - e as perguntas buscavam a vivência dessas mulheres, como membros da literatura e da própria sigla. Amara e Larissa, particularmente, trouxeram umas discussões tão poderosas dentro das suas vivências - Amara, como mulher trans, e Larissa, como mulher negra também membro da comunidade LGBT+ - que eu só conseguia aplaudir a cada palavra. Uma das melhores coisas abordadas foi a ideia de que a literatura precisa de menos histórias trágicas envolvendo lésbicas, bissexuais, trans, etc. e mais histórias comuns com personagens dentro desse meio.

O mercado se abriu bastante para a representatividade, mas quando paramos para pensar no LGBT+ além do G, falta muito que andar. Falta muito que representar uma mulher trans que é cientista além de ser trans, para representar uma mulher lésbica apaixonada por uma garota nerd que vive um final feliz (e não é morta de maneira trágica só para chocar), para representar um personagem bissexual que não está "confuso" e nem é promíscuo mas só quer viver uma aventura. O mundo precisa se abrir para essas histórias, dar espaço para vozes menos representadas.

Eu queria ter tatuado tudo que foi dito nesse painel, de verdade.

Mencionei só esses três, mas a real que é a Flipop, num todo, foi impactante. A ideia por trás do evento é genial. A Editora Seguinte e todas as pessoas dentro dela, responsáveis por criar esse festival maravilhoso, estão de parabéns. Mais um ano, mais memórias inesquecíveis. Aos parceiros da Editora, também, parabéns por todo o trabalho e por toda a dedicação.

Eis um pouquinho do que eu trouxe comigo lá da Flipop:








Se você gostou, sugiro para ir se preparando porque ano que vem vai ter Flipop de novoÉ um evento que vale muito a pena participar, do tipo que vai ficar guardado no coração para sempre.

9 comentários:

  1. Olá.

    Ahhhh, eu amei seu resumo! Ainda não tive a oportunidade de participar da FLIPOP, mas cada comentário que vejo fico ainda mais ansiosa para chegar ano que ver e ter essa chance.
    Adorei tudo e fico feliz que tenha adquirido bastante conhecimento, além de conhecer autores incríveis.

    Beijos,
    Blog PS Amo Leitura

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  2. Meu sonho azul conseguir ir a eventos assim <3 Amei sua experiência, incrível!

    https://www.leitorasvorazes.com.br/

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  3. Oi, Dê!
    Eu estava louca para participar do evento, mas não consegui (mais uma vez). Estou bem esperançosa para o ano que vem e espero que consiga marcar presença. Pelo que você relatou, esse é um evento importante e que trata de assuntos que precisam ser abordados nos dias de hoje. Fiquei chateada de não ter ido, mas a sua postagem me trouxe um pouco do que perdi. Parabéns!
    Beijinhos,

    Galáxia dos Desejos

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  4. Eu queria tanto ter ido, uma pena que moro longe. Quem sabe o próximo ano eu me planejo melhor.

    www.vivendosentimentos.com.br

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  5. Oi, meninas.
    Vi os posts no instagram sobre a Flipop e eu adorei tudo! Infelizmente não dava pra ir, ou eu ia na Bienal ou nesse evento, escolher os dois era impossível, até porque não moro em SP, então fica complicado pra mim.
    Mas já vi que a gente vai se ver lá na Bienal, então já vamos preparando o cofrinho pra comprar muito!
    Beijos
    http://www.suddenlythings.com/

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  6. Olá, Denise.
    Devorei sua postagem hehe. Estava acompanhando algumas coisas pelo stories da Livros e Citações, mas ler aqui mais a fundo o que rolou só me deixou com muita vontade de ir na próxima. Mesmo que seja tão longe hehe. Acho que o melhor de tudo mesmo são essas conversas com pessoas que dá aquela injeção de animo na gente.

    Prefácio

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  7. Oi
    parece que foi um bom evento, adorei a capa de Graça e Furia, não conhecia esse livro. Já pensou você participando de um evento desse tipo como autora?

    http://momentocrivelli.blogspot.com

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  8. Oi Denise,
    Eu só fiquei acompanhando o evento pelas redes mesmo e pode sentir a animação de longe. Tão bom esse contato com os autores.
    As palestras eu vi no e-mail os temas de debate, achei super bacana e importante. Muito legal também, a união das editoras. Eles ganham e os leitores também.
    Quanto marcador lindo aaaaaaaaa

    até mais,
    Nana - Canto Cultzíneo

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  9. Que legal Denise, esses eventos são tão incríveis, é uma troca de informação extraordinária! Amei seu resumo!

    www.kailagarcia.com

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