Resenha: A Tale of Two Murders - Queria Estar Lendo

Resenha: A Tale of Two Murders

Publicado em 9 de ago. de 2018

Resenha: A Tale of Two Murders

A Tale of Two Murders (Um Conto de Duas Mortes, em tradução livre), livro de Hannah Redmond, foi cedido para resenha em parceria com o Netgalley e traz o famoso romancista Charles Dickens como o protagonista, em seus anos como jornalista, investigando a morte suspeita de duas garotas da alta sociedade inglesa. Uma história que tinha tudo para ser ótima, mas que infelizmente não alcançou todas as expectativas.
Sinopse: Na véspera da era Vitoriana, Londres tem um novo detetive...No inverno de 1935, o jovem Charles Dickens é um jornalista em ascensão no Evening Chronicle. Convidado para jantar na casa do co-editor do jornal, Charles é encantado pela filha do seu chefe, a vivaz Kate Hogarth, de dezenove anos. Eles estão tendo ótimos momentos quando um grito despedaça a noite agradável. Charles, Kate e seu pai correm para a casa dos vizinhos, onde a stra. Christiana Lugoson está inconsciente no chão. Pela manhã, a jovem mulher estará morta.Quando Charles escuta de um colega sobre uma morte misteriosa e muito similar um ano antes, também uma jovem mulher, ele começa a suspeitar de envenenamento e sente-se compelido a investigar. A adorável Kate oferece ajuda - usando sua posição social para ganhar acesso aos membros da elite, agora suspeitos de assassinato. Se Charles conseguir encontrar justiça para as vítimas, isso será a melhor coisa que já fez. Mas com uma ou duas reviravoltas nesse caso peculiar, ele e Kate podem estar entrando no pior dos momentos.
A Tale of Two Murders tem como protagonista o escritor Charles Dickens, famoso por livros como Oliver Twist, Um Conto de Natal e Um Conto de Duas Cidades. No livro, a história se passa pouco antes dele se tornar conhecido por suas obras, quando ainda era um jornalista e acabara de conhecer sua futura esposa, Catherine Hogarth.


Em uma noite no início de janeiro, Charles está jantando na casa de seu editor, o sr. Hogarth, quando um grito em uma casa vizinha chama a atenção deles. Os dois homens, acompanhados pela filha mais velha dos Hogarth, Kate, atravessam o pomar em direção a casa vizinha, de onde vem os gritos.

Lá, na Casa Luguson, descobrem que a jovem herdeira Christiana Luguson está passando violentamente mal, e acabam ficando para ajudar a família naquele momento. Pela manhã, no entanto, Christiana está morta e ninguém sabe o que lhe acometeu - mas Charles está convencido de que estão diante de um assassinato e, por isso, começa a investigar.

Eu fiquei muito empolgada quando recebi a notificação do Netgalley informando que eu tinha sido selecionada para receber um eARC, porque estava muito na vibe de Rastros de Sangue: Jack, o Estripador e a promessa do livro era de uma história que trouxesse o mesmo clima - uma investigação de assassinato na era vitoriana, enquanto os protagonistas se apaixonam. Mas gente, como eu dei com os burro n'água.

Resenha: A Tale of Two Murders

A Tale of Two Murders tinha tudo para ser muito interessante, mas falhou do começo ao fim. O início do livro soou muito amador, especialmente quando estamos sendo apresentados a todos os personagens. As primeiras cenas se dão na Casa Luguson, onde um jantar está acontecendo, e cerca de 75% dos personagens que aparecem ao longo do livro nos são apresentados nesse momento e foi feito de uma forma muito amadora, muito didática e deixou uma sensação de fanfic no ar.

Além disso, a autora incluiu cenas com personagens que não levaram a coisa nenhuma, como a caçada a moedas da era elizabetana e um grupo de crianças pobres, que aparecem uma vez sem finalidade alguma e mudam absolutamente nada na história. Só estão lá, parece que a Heather Redmond esqueceu completamente deles.

Charles Dickens também não foi um protagonista muito carismático. Ele parecia extremamente invejoso em respeito aos aristocratas e tinha uma opinião muito estereotipada e arrogante em relação a classe operária - o que não condiz muito com a imagem que a gente faz de Dickens, que sempre escreveu romances que trouxessem essa discussão de classe em relação aos seus protagonistas. Ele também começa como um "ex machina" tirando conclusões super assertivas dos detalhes mais sem noção e insistindo desde o começo que é um assassinato, sem ter qualquer prova circunstancial ou concreta, em uma época em que provar coisas como envenenamento, por exemplo, ainda era muito difícil. 


Porém, na metade do livro, parece que ele simplesmente emburrece. A gente consegue descobrir ali quem é o assassino, mas ele fica as voltas, bem diferente do personagem que nos é apresentado a princípio. A narrativa também é bastante arrastada, dá muitas voltas e quebra o ritmo com diálogos desinteressantes, fazendo com que o livro não seja aquele "page turner" onde você simplesmente não consegue parar.

Resenha: A Tale of Two Murders

Não gostei da rivalidade feminina, que não fez nada pelo livro além de me dar raiva - sério, parece que ela só incluiu porque naquela época as mulheres disputavam homens mais abertamente, e isso trouxe zero coisas interessantes para a história - ou a tentativa de um triângulo amoroso que nunca realmente saiu do lugar e só ficou lá pendurado, sem função.

O romance, também, que normalmente é aquele slow burn que faz a gente se contorcer toda em expectativa, foi bastante frio e sem emoção, sem contar que hoje eles se declaravam um para o outro, e no dia seguinte já estavam com dúvidas e ficando bravos um com o outro por absolutamente nenhuma razão. E meu deus, achei que eu fosse ter que entrar no livro para dar na cara do Charles quando ele começava com "nem todos os homens" e que ele "merecia uma mulher decente", se fosse um livro físico eu teria tacado fogo, juro.

Resenha: A Tale of Two Murders

No mais, a única coisa que salva são personagens secundários e o crime em si. A história em si é bem interessante, toda a intriga e como tudo é tão intrincado na política da elite londrina. Mas infelizmente tudo isso fica ofuscado pela narrativa fraca, os personagens nada carismáticos, a falta de ritmo e as diversas cenas que não dão em nada.

A Tale of Two Murders, infelizmente, é um livro que eu não recomendo. Capaz de você apenas se irritar e perder horas da sua vida que podia ter usado lendo um livro que de fato fosse gostar. São muitos erros técnicos na parte de edição do livro - em manter o que é realmente interessante para a história e torná-la fisgante - para encontrar qualquer coisa que possa instigar alguém a gostar.

Título original: A Tale of Two Murders
Autora: Heather Redmond
Editora: Kensington
Gênero: Romance Policial - Histórico
Nota: 1,5
Skoob


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20 comentários:

  1. Oiii Bibs

    Realmente tudo soa amador no livro, uma pena porque a premissa é mesmo genial, quando li que o protagonista seria ninguém menos que Charles Dickens fiquei empolgada, uma pena que a autora não tenha construído um personagem carismático como os leitores certamente esperavam. Essa do mistério se tornar previsivel à partir da metade além do romance sem graça me fazem riscar de vez o livro de qualquer lista, ninguém merece um mistério que prometia se tornar tão ruim dessa maneira. Uma boa idéia que foi desperdiçada, pra dizer o mínimo né?

    Beijos

    www.derepentenoultimolivro.com

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    1. Oi, Alice!
      Tinha tudo para cer ótimo, né?
      Eu já tô acostumada com mistérios que vão se revelando a partir do meio do livro, não é muito um problema pra mim, mas o resto incomodou muito. Tem livro que NÃO É pra gente, né? E livros que podiam ser tão bons se trabalhados mais. Uma pena.

      bjs

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  2. Oi, Bibs
    Caraca, que decepção. É foda quando a gente chega com altas expectativas pra ler um livro mas no fim quebra a cara. Pelo visto a autora não soube desenvolver bem a história, soa muito amador os pontos que você citou, carece mais de pesquisa e também de desenvolvimento. Infelizmente não conheço bem o escritor retratado para opinar sobre ele, mas se ela traz características de sua personalidade controversas é meio confuso para o leitor.
    Eu provavelmente também não leria haha
    Beijos
    http://www.suddenlythings.com/

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    1. Oi, Mi!
      Nossa, nem fala. Decepção é pouco. Não conheço muito do Dickens, mas o pouco que conheço foi bem distorcido. Mesmo com a licença poética, manter características marcantes é importante né.
      Enfim, ainda bem que já acabou.

      bjs

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  3. Oi Bibs!
    Poxa, que pena, parecia ser um bom mistério! Mas sua resenha está ótima e bem clara!
    Posso perguntar o que é um eARC? rs
    Beijão
    http://acolecionadoradehistorias.blogspot.com

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    1. Oi, Carol!

      Realmente, tinha tudo para ser bom, uma pena :/

      Um ARC é uma cópia avançada de leitura de um livro, lá fora as editoras costumam fazer (é um paperback da primeira versão do livro, antes de ter a diagramação formatadinha bonitinha e tal) e enviar para blogueiros e formadores do opinião, sortear e tals. Aqui a Record tá fazendo algo parecido com o VIB. Um eARC é a mesma coisa, porém uma cópia digital. No NetGalley você se inscreve e pode solicitar essas cópias para ler antes do lançamento.
      Espero ter esclarecido. aushauhsuahsuahsuahsu

      bjs

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    2. Esclareceu! Obrigada! 😘

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  4. Uma pena esse livro não ter surpreendido, a história era boa, uma pena a autora não ter desenvolvido bem a história.

    www.kailagarcia.com

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    1. Oi, Kaila!
      Realmente, a história tinha tudo para ser ótima, mas a autora não deu conta. Uma pena :/

      bjs

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  5. Oi, Bibs!
    BERREI com o meme da boneca aaaaaaaaaaaaaaaaaaa
    Menina, ainda bem que nem peguei esse livro. Eu acho que você iria gostar é desse das mortes da Evelyn Hardcastle. Eu estou na reta final e gostando bastante.
    Beijos
    Balaio de Babados

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    1. Oi, Lu!
      Meu meme preferido da vida todaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa <3 A thread com essas fotos é vida. uhasuhasuhaushauhsuasuhas
      Sorte sua mesmo! Eu até queria esse, mas a Denise disse que o inglês tava mais difícil e fiquei receosa. Não lembro de cheguei a solicitar. Acho que vou esperar um tempo e ver se vem para o Brasil :P

      bjs

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  6. Oi Bibs,
    Eu tinha curtido o livro pelo nome e depois de ler sobre que o Charles era investigador...mas até aqui senti o banho de água fria. E pior, tinha tudo pra ser tão legal. To chocada que a autora veio com esse "nem todo homem", amiga pfvr.

    até mais,
    Nana - Canto Cultzíneo

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    1. Oi, Nana!
      Pois é, nem fala. Achei que ia amar, e bati feio com os burros n'água.
      Só não desisti quando o "nem todos os homens" pulou na história porque eu já tava perto do fim. o Sangue ferve!

      bjs

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  7. Oi Bibs!
    Eu nem me animaria, mesmo se fosse um bom livro, só pelo gênero. Nem gosto de policial. Mas narrativa amadora e falhar do começo ao fim. Jesus, não. To podendo com personagem masculino bossal não. To fugindo.

    Abraços
    David
    https://territoriogeeknerd.blogspot.com/

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    1. Oi, David!
      Eu peguei uma vibe muito gostosa de romance policial histórico e estou adorando, mas também não sou a maior fã do mundo dos thrillers em tempos atuais, fico ansiosa demais aushaushuahsuahsuahsuhas
      Melhor nem chegar perto mesmo :P

      bjs

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  8. Oi, Samara!
    Muito obrigada! Ficamos muito felizes que goste tanto do blog <3

    bjs

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  9. Poxa, que pena você não ter gostado do livro. Ele parece ser interessante, mas esses erros que você apontou não conseguem ser perdoados. Deve ter sido uma super responsa pra autora escrever uma história envolvendo um autor tão consagrado, né? E pelo jeito ela falhou miseravelmente.

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    1. Oi, Joyce!
      Realmente, uma baita responsabilidade que ela não conseguiu segurar. Tinha tudo para ser realmente bom, só faltou saber desenvolver e editar.

      bjs

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  10. Uma pena ter pecado tanto assim no livro quando tinha uma trama tão boa.
    Ainda mais usando Charles Dickens como personagem, tinha uma super personalidade para poder desenvolver.
    Amei o meme da boneca haha
    Creio que não daria uma chance para o livro.

    beijinhos
    She is a Bookaholic

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  11. Puxa, é aquela història que tinha tudo para dar certo, pois ele tem uma história interessante. É uma pena que a autora tenha se perdido no decorrer do livro, não ficando tão chamativo como deveria ser.

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