Resenha: Nocturna - Queria Estar Lendo

Resenha: Nocturna

Publicado em 21 de out. de 2019

Resenha: Nocturna

Nocturna era um dos lançamentos que eu mais estava aguardando para este ano. O livro foi lançado por aqui pela Editora Seguinte - que cedeu este exemplar para resenha - e tem uma premissa interessante com muitos elementos inspirados da cultura latina. Infelizmente para o meu coração, a parte interessante fica só na premissa mesmo.

Sinopse: Depois de se libertar da dominação dos inglésios, o reino de Castallan não esperava passar por mais nenhuma crise. Mas Dez, o herdeiro, foi assassinado, e agora nobres e plebeus precisam aceitar que o destino do reino está nas mãos do príncipe Alfie, que passou meses fugindo de suas obrigações enquanto bebia tequila em alto-mar. De volta a Castallan, Alfie não consegue acreditar que seu irmão morreu e, tentando provar o contrário, se depara com Finn Voy. Graças a sua habilidade de assumir a aparência de qualquer pessoa, Finn está sempre usando um disfarce para se proteger dos traumas de seu passado e de qualquer um que se meter em seu caminho. Quando os destinos de Alfie e Finn se cruzam, eles acidentalmente libertam uma magia poderosa e antiga que, se não for detida, vai mergulhar o mundo em escuridão. Com o futuro de Castallan em suas mãos, o príncipe e a ladra terão de aprisionar essa magia obscura a qualquer custo, mesmo que, no caminho, precisem confrontar seus segredos mais sombrios.

Na trama, o príncipe Alfie acaba de retornar para seu reino. Depois de perder o irmão em um incidente conspiratório, ele precisa assumir suas responsabilidades como herdeiro do trono - mas, em seu coração, sente que existe uma maneira de resgatar o mais velho. O incidente envolvia magia, e sempre há uma maneira de reverter problemas mágicos. Para isso, no entanto, Alfie precisa lidar com o lado obscuro da cidade e dos bruxos; um lado que vai colocá-lo no caminho de Finn.

A ladra não se importa muito com nada e com ninguém. Só quer saber de dinheiro e de se livrar das próprias encrencas; infelizmente para ela, cruzar o caminho do príncipe também a coloca no caminho de uma criminosa mortífera. Para escapar dela, Finn precisa roubar um artefato mágico. Para roubá-lo, precisa se infiltrar no castelo. E, no castelo, seu destino vai mudar para sempre.

Escolhi Nocturna para a Leitura Coletiva de Outubro justamente por ter sentido uma vibe legal vinda do livro. A chamada da história é muito original, o fato de se passar num mundo inspirado em países latinos também; prometia personagens carismáticos e uma aventura para destronar um mal obscuro que surgiu de repente. O desenvolvimento até tem isso, mas de maneira muito insatisfatória.

Resenha: Nocturna

Preciso começar esta resenha apontando as ABSURDAS semelhanças da trama desse livro com Um tom mais escuro de magia. Não é aquela coisa de "Ah, Divergente tem um plot distópico parecido com o de Jogos Vorazes". Não, é coisa de "essa cena é IDÊNTICA a do outro livro" ou "esse personagem é IGUALZINHO ao protagonista do outro livro". Fiquei com a pulga atrás da orelha em vários momentos e graças a deusa a Lu do Balaio de Babados, que tem uma memória melhor que a minha, também viu essas semelhanças. Foi só procurar algumas resenhas gringas para entender que não, eu não estava louca; sim, tem muita cópia nesse livro. Cena, plot, personagem. Eu me senti relendo Um tom, porém com ressalvas.

Porque, infelizmente, onde Nocturna acerta em diversidade - a ambientação latina ficou muito bem feita, dá pra se sentir visitando a cultura que inspirou essa história - até mesmo com seus personagens, erra na hora de se desenvolver.

O plot é enrolado, escorregadio e cheio de buracos. Lembra que eu mencionei como parece com o livro da Schwab? Então, onde Um tom mais escuro de magia se amarra direitinho, apresenta bem seus personagens, nos faz gostar de cada um deles, dá tempo ao tempo para as coisas acontecerem, Nocturna erra em cada uma dessas coisas.

Com exceção da Finn, seus personagens são caricatos e, com o perdão da palavra, bem burros. Eu revirei tanto meus olhos pras atitudes do Alfie que fui parar em outra realidade. Seu primo, Luka, é outro que só serve pra ser engraçadinho em horas erradas. Os "bruxos sábios" nada têm de sábios, o vilão... Nada tem de vilanesco, com exceção dos seus discursos longos.

Alfie é um completo desastre e bom deus que fazia TEMPO que eu não me estressava tanto com burrice conveniente pra narrativa. Nada nele faz sentido. O protagonista é egoísta, mas não de um jeito sensato tal como, sei lá, Kaz Brekker é às vezes. Ele é estúpido, mas não como o Harry Potter, que tem um pilar inteligente ao seu lado - Hermione - pra apontar a burrice imediata. Ele é completamente desgostável, do início ao fim.


O desenvolvimento da trama deixa a desejar, enrolando com diálogos e repetições de pensamentos, com um sobe e desce de atitudes do Alfie que nada condizem com o que ele pensou no capítulo anterior. Se em um ele queria salvar o mundo, no outro ele está ocupado demais com sua vingancinha particular para lembrar do próprio plano. Sinceramente...

O ÚNICO motivo para eu não ter abandonado a história e de ter dado essa nota foi a Finn. Ela é consistente e interessante e seus momentos são emocionantes. Ela é bem escrita, apesar das semelhanças com a Lila, e tem uma personalidade admirável. Finn tem crescimento, amadurece, aprende com seus erros - diferente do Alfie, que faz besteira ATÉ O FINAL - e oferece um desfecho maravilhoso para a trama enrolada. Seu passado turbulento e ligação com o vilão também salvam um pouquinho das cenas pitorescas protagonizadas por ele.

- Eu dei um soco na cara de um príncipe. Nunca pensei que diria isso.

Ela é uma garota assustada e perdida no mundo, cercada por sombras que nunca entendeu e por traumas que nunca superou. Nessa jornada contra a força sombria, ela aprende muito sobre si mesma e encontra um caminho mais iluminado para seguir depois de toda a bagunça mágica que vivencia. Não tenho vontade de ler o segundo, mas, se ler, vai ser só pela Finn.

Resenha: Nocturna

Preciso fazer um adendo em relação à edição que me deixou um pouco incomodada - e também pegou para algumas das meninas que participaram da Leitura Coletiva. O livro embaralha palavras em espanhol junto com o português sem marcar com itálico ou qualquer diferença visual se tratar de um termo diferente. Faz isso com as magias, mas "coño", "pendejo" e cia passam batido. Nem uma notinha de rodapé que seja para quem não está familiarizado com a língua. Achei meio fail em se tratando de uma história que baseia diálogos nessas palavras - um personagem reagindo a isso, para um leitor que não entende a palavra, perde totalmente a graça. Fora isso, a tradução está boa e a diagramação bem bonita. É uma pena e PARTE MEU CORAÇÃO não ter gostado desse livro, porque eu tinha muita expectativa.

No mais, Nocturna talvez seja um livro bom para quem está começando nessa aventura de fantasia e magia. Se você leu Um tom mais escuro de magia, talvez torça o nariz ao encontrar tantas coincidências narrativas. Se não, pode ser que se divirta.

Título original: Nocturna
Autora: Maya Motayne
Editora: Seguinte
Tradução: Flávia Souto Maior
Gênero: Fantasia
Nota: 2,5

4 comentários:

  1. Oi Denise, td bem?
    Eu tinha até simpatizado com a capa e premissa desse livro, mas as expectativas baixaram um tanto agora, rs.
    Nem li o livro da Schwab, mas tbm ainda n estou nesse vício das fantasias, então é algo q n farei questão de ler por agora. Pena q teve esses problemas!
    Bjs
    http://acolecionadoradehistorias.blogspot.com

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  2. Oi Denise! A Finn de fato salva a história, ela é a rainha de Nocturna. Uma pena o protagonista ser um ser tão tapado. Já marca nossa próxima leitura coletiva!

    Bjos!! Cida
    Moonlight Books

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  3. Oi Nizz!
    Eu vi os comentarios da Lu e sinceramente vou passar a leitura. Eu tinha um certo pe atras com esse livro. Ya q hypa muito eu sempre fico com um pe atras. Foi uma boa esperar. Talvez um dia eu de uma chance mas saiu das prioridades. Nao to com paciencia pra lenga lenga.

    Abraços
    Emerson
    http://territoriogeeknerd.blogspot.com/

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  4. Oi, Nizz!
    É decepção que se chama esse livro, viu... nem sei se vou continuar a trilogia. No time, brother!
    Beijos
    Balaio de Babados

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