Resenha: O Fim de Todos Nós - Queria Estar Lendo

Resenha: O Fim de Todos Nós

Publicado em 17 de jul. de 2013

Eu e minha incrível habilidade de ler livros ótimos e não saber falar decentemente sobre eles depois. Estou numa baita ressaca literária por causa desta obra em questão, e acho que vai ser difícil sair dela. Foi pura curiosidade que me fez comprar O Fim de Todos Nós, para falar a verdade. Já tinha ouvido falar sobre, mas nada relevante demais, e o encontrei por acaso na livraria. Optando por ele ao invés de Partials, achei que estava me arriscando, já que sobre Partials eu já tinha mais conhecimento, mas achei bom mesmo assim. E não é que deu muito certo?!

Sinopse: Kaelyn acaba de ver o melhor amigo partir. Ela tem dezesseis anos e voltou agora para a ilha onde nasceu, depois de um período morando no continente; ele está fazendo o caminho inverso, para estudar fora. O que sentem um pelo outro não está muito claro, ela o deixou ir embora sem nem mesmo dizer adeus, e a última coisa que passa por sua cabeça é nunca mais vê-lo. 
Mas, pouco tempo depois, isso está bem perto de acontecer.
A ilha de Kaelyn foi sitiada e ninguém pode entrar nem sair: um vírus letal e não identificado se espalha entre os habitantes. Jovens, velhos, crianças - ninguém está a salvo, e a lista de óbitos não para de aumentar. Entre os sintomas da doença misteriosa está a perda das inibições sociais. Os infectados agem sem pudor, falam o que vem à mente e não hesitam em contaminar outras pessoas. A quarentena imposta pelo governo dificulta as pesquisas em busca da cura, suprimentos e remédios não chegam em quantidade suficiente e quem ainda não foi infectado precisa lutar por água, energia e alimento.
Nem todos, porém, assistem impassíveis ao colapso da ilha. Kaelyn é uma dessas pessoas. Enquanto o vírus leva seus amigos e familiares, ela insiste em acreditar que haverá uma salvação. Caso contrário, o que será dela e de todos?Afiado e atordoante, O fim de todos nós é a história da força de vontade e da bravura de uma garota comum forçada a reavaliar seus medos e escolher entre a própria humanidade e a sobrevivência.

“O vírus tem uma voz, e não é muito feliz.”. 
O Fim de Todos Nós é um livro muito profundo, ligeiramente desolador, mas que combina esses sentimentos devastadores com uma bela pitada de esperança. A história é narrada por Kaelyn no formato de um diário. Ela descreve os acontecimentos na ilha onde mora de maneira a relatá-los para um grande amigo que se mudou para longe; ela espera que possa se redimir com ele dessa maneira, já que houve uma briga que os separou por um longo período.

Tudo parece normal na vida de Kae até que uma estranha doença começa a se alastrar pelos moradores de sua pequena ilha, doença causada por um vírus desconhecido e muito perigoso, responsável por tirar as inibições das pessoas. Ao mesmo tempo em que seu organismo definha, você perde a capacidade de controlar o que fala, de modo que pode ofender quem odeia ou mesmo quem ama.

“Cada vez que olho em volta, mais alguma coisa se quebrou.” 
Acho que essa foi a compra “sem querer” mais proveitosa que eu já fiz na vida. Devorei o livro em dois dias e ele entrou para a minha lista de favoritos. A narrativa é leve e regada de frases intensas. Temos personagens muito bem construídos, como Kaelyn, cuja missão durante o livro te trás orgulho pelo crescimento que ela teve, ou Gav, que aparece lá pela metade. É um rapaz muito bem intencionado e que busca um melhor pela população daquela malfadada ilha. Na verdade, a partir do momento em que a epidemia se torna algo catastrófico a ponto de o governo isolar a população em quarentena, vemos uma luta entre a honra e a sobrevivência. Conhecemos a dura realidade do que seria estar dentro de um local isolado do mundo, onde o contato com o exterior foi cortado e o pesadelo da contaminação te rodeia no ar. 

“Mas não importa como aconteceu [...] Só quero que isso acabe. Quero que as lojas reabram e que as pessoas possam conversar sem máscaras cobrindo-lhe os rostos, e que mais ninguém morra, nunca mais”. 
O clímax do livro foi surpreendente, e deixou aquele gostinho de “quero mais”. Megan Crewe conduziu o livro com maestria, me cativou em cada capítulo, sem falhar em nenhum momento. Houve suspense, drama e romance na medida certa. Ah, sobre o romance, deixa eu apenas comentar que MY SHIP IS A CANON, PEOPLE! Não, eu não poderia ficar essa resenha toda quieta sem comentar que o casal que eu shippava se tornou real. Megan, eu te amo, sério.

Minha personagem favorita foi, sem sombra de dúvidas, a Kaelyn. Ela é determinada, tem medo, mas quer mudar isso. Kae quer ser forte para ajudar quem ela ama, mas sabe que não pode fazer de tudo para salvá-los. Tem o pé no chão e grande coragem, além de muita esperança. Gostei da maneira como Megan conduziu sua evolução durante as mais de duzentas páginas do livro.

“Se eu voltar, talvez erre outra vez. Mas talvez ajude, mesmo que minimamente [...] Talvez eu não seja boa em praticamente nada além de observar, porém às vezes, quando olhamos, vemos coisas que do contrário não teríamos percebido. Coisas importantes. Como o que realmente é assustador aqui, e o que a pessoa que sou pode fazer para ajudar.” 
São tantos os meus trechos favoritos nesse livro que fica até difícil controlar quais colocar aqui, mas optei pelos que realmente me marcaram. Esse último, em especial, devido à cena em que Kaelyn está presente.

Leiam esse livro e o façam com o olhar atento, porque ele tem uma incrível habilidade de mexer com seu psicológico. O Fim de Todos Nós é altamente recomendável. 

Título: O Fim de Todos Nós
Autor: Megan Crewe
Editora: Intrínseca
Gênero: Distopia
Nota: 5 +

2 comentários:

  1. Essa é uma das poucas distopias mais recentes que ainda não li. Mas ela já está no meu Kindle, estou só esperando um espaço na minha agenda para ler.
    Adoro distópicos poéticos! E estou bem curiosa pelo desenvolver da história.

    bjus
    terradecarol.blogspot.com

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    Respostas
    1. Carol, uhh, leia leia, não vai se arrepender! Mas não acho que classificaria OFDTN como distopia, pelo menos não esse primeiro da trilogia, ele tem uma pegada menos apocalíptica e a gente não tem contato com o governo. Enfim, você vai gostar do livro com certeza! *-*
      Obrigada pelo comentário.

      Beijos,
      Denise Flaibam.

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