Resenha: Woven in Moonlight - Queria Estar Lendo

Resenha: Woven in Moonlight

Publicado em 13 de jan. de 2020

Resenha: Woven in Moonlight

Woven in Moonlight acabou de ser lançado lá na gringa e me conquistou por prometer uma trama fantástica com inspiração em eventos da vida real. Esse eARC foi cedido em cortesia pelo NetGalley para a resenha. Com uma narrativa carregada em emoção e poesia, a autora Isabel Ibañez conquista desde a primeira página até o fim.

Sinopse: Ximena é uma substituta da última realeza Ilustre. Seu povo perdeu tudo, quando o usurpador, Atoc, fez uso de uma antiga relíquia para invocar fantasmas e expulsar os Ilustres da cidade. Agora, Ximena está motivada por sua insaciável sede de vingança, e sua rara habilidade de envolver a luz do luar. Quando Atoc exige a mão real da Condessa em casamento, é dever de Ximena ir em seu lugar. Ela aproveita a oportunidade, já que espiões Ilustres informaram que Atoc já não está mais carregando sua relíquia mortal. Se Ximena conseguir encontrá-la, ela poderá resgatar o lugar de direito da verdadeira aristocrata. Ela procura a relíquia usando sua habilidade de tecer para deixar mensagens escondidas para a resistência. Mas quando um vigilante mascarado, uma princesa calorosa e uma curandeira inteligente desafiam Ximena, sua missão se torna mais difícil. Poderia haver uma maneira de derrubar o usurpador sem iniciar outra guerra, mas somente se ela virar as costas para a vingança - e sua Condessa.

No livro, acompanhamos Ximena. Ela é o rosto da Condessa, ainda que não tenha poder em suas mãos. Ela serve a Catalina e se passa por ela para garantir a segurança de sua líder, principalmente agora que os fios de resistência estão desmoronando. O povo Illustrians está ilhado em um forte militar, esperando pelo momento em que os opressores Llacsans atravessarão as barreiras mágicas para destruir todos os sobreviventes.

Quando o fazem, no entanto, é sob uma bandeira de trégua - e com um comando. A Condessa deve se apresentar ao palácio para se casar com seu rei; em troca, eles não matarão os reféns que têm em seus calabouços. Catalina é forçada a aceitar, e é Ximena que vai no lugar dela.


Tudo sempre parece mais doce minutos antes da escuridão ascender.

Dentro das paredes do palácio, Ximena finalmente confronta a terrível face do rei tirano que destruiu seu povo anos atrás. Assim como também confronta dúvidas sobre a verdade da guerra; existe apenas um lado certo? O que levou o povo do rei a se revoltar? Enquanto busca por uma chance para dar à Catalina e os sobreviventes - chance essa escondida em uma arma misteriosa - Ximena luta contra o tempo e pela própria resistência dentro do covil do inimigo.

Como a própria autora descreveu, o antagonista foi inspirado em um líder opressor que existiu na vida real. Suas ações e crimes na Bolívia deram margem para que Isabel construísse seu principal vilão e desenvolvesse o reino tirano que ele comanda; a realidade sombria ajudando a construir uma fantasia sombria. E, claro, a luta para derrubar esse governo, que é o ponto central de toda a trama.

Woven in Moonlight me conquistou com sua atmosfera cheia de cores e vida ao mesmo tempo em que apresentava todo o terror e crueldade do rei comandando aquele lugar. A vivência de Ximena nas semanas presa ao palácio serviram para apresentar tudo sobre a guerra, mas também suas opiniões errôneas a respeito de algumas partes dela; é um livro rápido, com personagens bem construídos e uma trama carregada em política e intriga.


Resenha: Woven in Moonlight

Ximena me surpreendeu como protagonista. Mesmo suas atitudes mais escorregadias - no caso, burras - foram críveis. Ela não é aquele tipo de personagem que te faz ranger os dentes porque está escolhendo a opção mais absurda e não tem sentido nisso; tudo que ela faz é movido por emoção. Seja essa emoção raiva, confusão ou medo. São traços reais, fáceis de acompanhar, e que tornam a jornada dela emocionante, desde uma simples "cópia" da Condessa até essa rebelde resistente capaz de tomar as próprias decisões.


É mais fácil focar no que a gente perdeu e no que eles ganharam.

Sua convivência com os Llacsans é tensa e venenosa, carregada em preconceito a princípio. São dois povos que causaram a ruína um do outro; se eles se reergueram, foi a um preço caro demais para os Illustrians. O livro trabalha bem a questão de olhares estreitos e tensões trocadas nas primeiras interações, assim como desenvolve a humanidade de seus personagens.

Ximena passa a entender seus inimigos. Conviver com eles mostra que também foram vítimas - ainda que governados por um monstro, a monstruosidade não lhes pertence. Eles queriam liberdade, tal como seu povo. Queriam uma vida feliz, tal como seu povo. O homem que os levou para a frente de batalha é o verdadeiro perigo.

E ainda que suas aparições sejam breves, o rei Atoc é mortífero. Dá para sentir o medo daqueles ao redor dele, o terror que ele impera em seus súditos e servos. Mesmo Ximena, em toda sua coragem, entende o que é a tirania empregada por ele.


Marés crescentes não podem ser contidas, mas podem ser controladas.

Mais personagens enchem as páginas do livro, mas o que me ganhou além de Ximena foi o Rumi. Eu não sabia o que esperar desse curandeiro; a primeira vista, não passava de um súdito bajulador e desesperado por um lugar próximo do rei. Conforme as páginas passam, no entanto, a humanidade dele aparece e passamos a entender seus medos e seus trejeitos. Suas interações com Ximena são cheias de bom humor e provocações e nem preciso de muito mais para falar que eles formam um bom ship, né? Começam se bicando até entender que estão atraídos um pelo outro - o resto só lendo para entender a beleza do casal.

A trama política e mágica acontecem em um bom tempo. Não tem aquela pressa de apresentar o universo fantástico ou as regras de como tudo funciona e eu fiquei muito feliz por isso, porque deu pra me acostumar com os nomes e lugares antes de me acostumar às magias e histórias. Tudo bem encaixadinho e traçado de modo a te colocar dentro do mundo criado pela autora.


Nem todas as lutas precisam ser vencidas através de punhos e espadas.

O mistério envolvendo a Estrella - a arma mágica que Ximena está procurando - e o mascarado El Lobo, um vigilante que vem aterrorizando o governo de Atoc - se entrelaçam. Não posso falar muito a respeito, mas quando as respostas chegam, elas foram muito bem trabalhadas para caminharem até ali.

Eu espero muito que esse livro venha para o Brasil - mas, se você souber um pouquinho de inglês, vale a pena dar uma chance para essa história. É livro único, pode comemorar, e prometo que vai se encantar pela Ximena e por seu universo de fios e luz da lua num piscar de olhos.


Título original: Woven in Moonlight
Autora: Isabel Ibañez
Editora: Page Street Kids
Gênero: Fantasia
Nota: 5
Skoob

3 comentários:

  1. mt bacana conhecer esse livro, com esse tema de intrigas na corte que eu gosto bastante, tomara mesmo que venha logo pro Brasil

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  2. Oi Denise, tudo bem? Achei bem interesse o contrate das cores e a opressão que vc cita e tb por ser baseado em líder cruel. Parece uma ótima fantasia política!

    Bjs, Mi

    O que tem na nossa estante

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  3. Ai socorro, já fiquei com vontade de ler esse livro ♥
    Beijinhos ;*

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