Resenha: Dash and Lily's Book of Dares - Queria Estar Lendo

Resenha: Dash and Lily's Book of Dares

Publicado em 16 de dez. de 2016


Quando descobri a existência desse livro, fiquei curiosíssima, porque achei tudo lindo e interessante: a capa, o título, a sinopse. Porém, quando quis comprá-lo, descobri que não havia edição brasileira (que saiu só esse ano, aliás, como O Caderninho de Desafios de Dash e Lily), o que me deixou bem decepcionada, mas por sorte consegui a original – o inglês usado pelos autores Rachel Cohn e David Levithan é bem simples, sendo bom pra quem está iniciando no inglês ou quer um livro rápido apenas pra manter a leitura de outro idioma fresca.

Sinopse: Lily deixou um caderno vermelho cheio de desafios em uma prateleira da sua livraria preferida, esperando apenas pelo garoto certo aparecer e aceitar esses desafios. Mas seria Dash esse garoto certo? Ou Dash e Lily estão destinado a trocar desafios, sonhos e desejos através do caderno que passam e trocam por locais de Nova York? Poderiam eles mesmos se conectar à suas versões do caderno? Ou eles serão algo cômico de proporções desastrosas? 


Há dois protagonistas, a Lily, cujos capítulos foram escritos pela Rachel e o Dash, narrado através do David. Cada capítulo é contado pelo ponto de vista de um deles, para sabermos o que está acontecendo com o personagem naquele momento, quem é sua família, como é seu dia a dia, seus amigos e os pensamentos que eles tem um sobre o outro.

Postcard 4: Times Square na Véspera de Ano Novo - Em um campo, eu sou a ausência de campo. Numa multidão, eu sou a ausência de multidão. Em um sonho, eu sou a ausência de sonho. Mas eu não quero viver como uma ausência. Eu me movo para manter as coisas inteiras. Porque às vezes eu me sinto bêbado de positividade. Às vezes me sinto maravilhado com o emaranhado de palavras e vidas, e quero fazer parte desse emaranhado. "Acabou o jogo", você diz, e eu não sei o que eu devo fazer mais questão - o fato de você dizer isso acabou, ou o fato de você dizer que é um jogo. Só acaba quando um de nós manter o livro para si. É apenas um jogo se há uma ausência de significados. E já fomos longe de mais para isso.
 Só dois postcards restando.*

A história se passa na época do Natal em Nova York, em mais ou menos uma semana. Começa com Dash encontrando um moleskine vermelho em uma prateleira na sua livraria preferida e nele possui um desafio: continuar seguindo as pistas para conhecer a supostamente autora daquilo: uma garota. O que se pode dizer é que Dash fica empolgado e resolve aceitar, colocando as próprias pistas no moleskine também e é assim que inicia a relação entre os dois: seguindo as pistas um do outro que leva até certos lugares, alguns que eles jamais iriam e outros que ambos adoram, mesmo sem saber.

Ele come iogurte?" Mark perguntou. "Que tipo de adolescente ele é?"
"Tolerante à lactose!" Boomer disse. "Dash ama iogurte, e qualquer coisa com creme, e gosta especialmente de queijos espanhóis."Mark virou-se para mim consoladoramente. "Lily. Querida. Você não acha que esse Dash pode não ser hétero? "*


O Dash é um ótimo personagem, tem aquele humor irônico geralmente encontrado em livros YA, mas também é sério e tranquilo, além de ter amigos divertidíssimos – uma das melhores coisas nesse livro os personagens secundários.

Mas apesar do Dash ser legal, umas coisas que mais me irritou foi a Lily. Ela é uma típica menininhas ingênuas que quer ser valente e fazer as coisas por si mesma pela primeira vez na vida só porque o moleskine a incitou a isso – o que te faz perguntar se ela teria continuado bobinha do mesmo jeito se não fosse pelo Dash. Até porque, para começar, a família trata ela terrivelmente como um bebê e isso irrita bastante, chamam-na pelo apelido de Lily Bear (Lily ursinho?) e não deixam ela sair de casa sem dar um itinerário completo e dizer com quem vai até que horas vai, sem falar no avô machista e nos amigos que são iguais.

Ela fica boa parte do livro se lamentando que os pais foram curtir os feriados de fim de ano em uma praia e a deixaram com o irmão na cidade, sendo que ela havia concordado com isso. Ela é meio egoísta nesse sentido, talvez faça parte do complexo de bebê querer toda a atenção. Os capítulos da Rachel deixaram muito a desejar, não sei se ela fez essa personagem assim ou se todos os livros dela têm protagonistas ingênuas/bobinhas/egoístinhas, porque é o primeiro que li com a escrita dela. Mas por incrível que pareça, isso não estraga o livro. Então dá para ler sem problemas, pois outros personagens secundários da Lily dão a graça que ela não dá aos capítulos, como sua tia avó, seu primo ou seu irmão. 



Por fim, posso dizer que a história como um todo foi ótima de se ler, você fica no clima natalino e com vontade de por um cachecol e uma toca e sair por aí na neve, tomando chocolate quente e escrevendo em um moleskine hahahaha. 

Livros Young Adult me agradam bastante e tenho certeza de que quem também gosta vai adorar Dash and Lily’s Book of Dares!

* Tradução livre.

Título Original: Dash and Lily’s Book of Dares 
Autor: Rachel Cohn e David Levithan
Editora: Ember
Gênero: YA
Nota: 4 

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