Resenha: A Torre de Ouro - Cassandra Clare e Holly Black - Queria Estar Lendo

Resenha: A Torre de Ouro - Cassandra Clare e Holly Black

Publicado em 16 de set. de 2023

Resenha: A Torre de Ouro

O fim da série Magisterium, das autoras Cassandra Clare e Holly Black, chegou. E, na resenha de hoje, vou falar sobre o que foi A Torre de Ouro.

Leia as resenhas dos volumes anteriores:

Esse texto vai conter alguns spoilers da série Magisterium.

Depois do fim alucinante de A Máscara de Prata, com a promessa de um inimigo vingativo dominador do caos como nunca antes se viu, Call se vê numa enrascada tremenda. Ele está de volta ao Magisterium para seu último ano de estudos, apesar de que foco para estudar é a última coisa em sua mente.

Afinal de contas, seu melhor amigo, até então morto, está preso na sua cabeça. Tamara não parece querer mais nada a ver romanticamente com ele. Todos os outros alunos têm certeza de que Call é um Suserano do Mal - e seu maior inimigo surge nos céus com um dragão proclamando guerra. Caos é tudo que Call controla, mas nem mesmo ele parece ter capacidade de lidar com tudo que está por vir.

A Torre de Ouro me deu o mesmo sentimento que A Máscara de Prata, mas mais forte: de que as autoras correram para terminar essa série. Quase como se não estivessem mais com paciência para lidar com a história e quisessem resolver todas as tramas e tretas paralelas num piscar de olhos.

Resenha: A Torre de Ouro

O livro é curto, com suas 240 páginas e uma diagramação bem espaçosa, então ele anda bem rápido. E a narrativa passa voando. Você não tem tempo de sentir nada, então é como se as autoras tivessem acelerado toda uma guerra só para colocar o ponto final nela.

Com todo o pandemônio que foi a vida dos personagens até então, eu esperava resoluções mais emocionantes e agradáveis do que essa correria sem sentido. É coisa de um grupo de personagens atravessar diversos estados em um capítulo para, no outro, já estar de volta com tudo resolvido para a batalha. Não dá tempo de sentir, não dá tempo de pensar, não dá tempo de entender direito o que está acontecendo.

Mas o medo não tem lugar no coração de um mago.

Call e companhia mereciam mais - minha nota só não é mais baixa em carinho a eles, inclusive, porque guardo a série no meu coração. Ela se afastou bastante de vários clichês do gênero (com a coisa do Escolhido que, aqui, é o oposto disso, com os vilões que vêm e vão, com umas reviravoltas interessantes).

Teria sido muito mais legal dizer adeus ao Call, Tamara, Jasper, Aaron e tantos outros com um calorzinho no coração. Mas sinto que as autoras jogaram eles num trem bala e me deixaram na estação sem tempo de acenar.

Não consigo nem falar muito sobre desenvolvimento porque todas as situações se resolvem fácil demais. Call está com medo? Um discurso de algum personagem faz passar. Call está confuso? Um amigo consolando faz tudo se ajeitar. Call tem um plano? Ele provavelmente não vai dar certo, mas ai dá certo por conveniência do destino.

Tamara, Aaron e Jasper foram três personagens igualmente desperdiçados. Todo o drama do Aaron preso na cabeça do Call poderia ter sido muito melhor explorado; a falta de química romântica da Tamara com o Call poderia ter mostrado amadurecimento nos dois - do tipo, era um amor juvenil rápido e passageiro. Ele tem muito mais química amorosa com o Aaron do que com ela nesse livro. E o Jasper... Nem estava ali. Fora umas piadinhas engraçadas, ele desapareceu na pressa.

Resenha: A Torre de Ouro

Tudo desapareceu na pressa. A ameaça do novo Suserano do Mal, que deveria ser o controlador do caos que nenhum deles poderia enfrentar? Pf, piada. Não tinha nada nele além de um adolescente birrento. Personagens mais distantes como Mestre Rufus, Alastair e Anastásia só... Estão ali. Entregam uns momentos, mas, DE NOVO, é muito rápido e eu não consegui sentir nada.

Tem um acontecimento em específico no fim que deveria ter sido super emocionante e dramático e eu li e fiquei "hm, tá". Porque elas jogaram nas páginas e foi isso.

A Torre de Ouro poderia ter sido um final espetacular, mas foi fraquinho como essa série não merecia. Eu digo adeus a Magisterium com carinho porque amo os personagens e o universo, mas é uma pena ter ficado com esse amargo na boca de quem entrou no cinema a tempo de ver os créditos e perdeu toda a graça da história.

Sinopse: Uma geração atrás, o poderoso mago Constantine Madden chegou perto de alcançar o que nenhum feiticeiro jamais conseguira: o poder de reviver os mortos. Ele não teve sucesso... mas encontrou uma forma de manter a si mesmo vivo, dentro de uma criança chamada Callum Hunt. Ao longo de quatro anos de estudos no Magisterium, Callum tem sido simultaneamente um herói e um pária, uma força do bem e um presságio do mal. Prestes a começar seu último ano na escola mágica, seu lugar é menos certo do que nunca. Com uma única exceção, ele está distante da maioria de seus amigos. Uma escuridão furtiva ainda o persegue. E o maior desafio de sua vida está surgindo...

Título original: The Golden Tower
Autoras: Cassandra Clare e Holly Black
Editora: Galera Júnior
Tradução: Ivanir Alves Calado
Gênero: Fantasia | Infanto-juvenil
Nota: 2,5


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