Resenha: Crave a Marca - Queria Estar Lendo

Resenha: Crave a Marca

Publicado em 30 de mar. de 2017


Crave a Marca, o novo livro da autora da saga Divergente, Veronica Roth, vem carregado de polêmicas e uma surpreendente história cativante. Sim, tem falhas, mas sim, vale a pena.


Sinopse: Num planeta em guerra, numa galáxia em que quase todos os seres estão conectados por uma energia misteriosa chamada “a corrente” e cada pessoa possui um dom que lhe confere poderes e limitações, Cyra Noavek e Akos Kereseth são dois jovens de origens distintas cujos destinos se cruzam de forma decisiva. Obrigados a lidar com o ódio entre suas nações, seus preconceitos e visões de mundo, eles podem ser a salvação ou a ruína não só um do outro, mas de toda uma galáxia. Primeiro de uma série de fantasia e ficção científica, Crave a marca é aguardado novo livro da autora da série Divergente, Veronica Roth, que terá lançamento simultâneo em mais de 30 países em 17 de janeiro, e surpreenderá não só os fãs da escritora, mas também de clássicos sci-fi como Star Wars.

Ambientado em uma galáxia distante, a obra acompanha as jornadas de dois jovens distintos - Cyra e Akos. Ela é a herdeira de um governante brutal e descende de uma raça tida como selvagem, a escória caótica. Akos é o oposto - filho de uma família singela, morador de um dos planetas tidos como centro da ordem e da civilidade. Assim como todas as pessoas abraçadas pela corrente, Cyra e Akos nasceram com dons. O dela é quase uma maldição, o dele é um antídoto. Suas histórias se cruzam através de uma tragédia e de uma profecia, como quase a de todas as pessoas dali. Uma revolta paira sobre seus povos, e curiosas alianças testarão o que cada um deles considera correto e honroso. Afinal de contas, não há espaço para honra na sobrevivência.


Caso você não me conheça, informo que minha intenção não era ler a nova obra da Roth. Ela entrou pra minha lista de "não, obrigada" depois do que fez com o fim de Divergente - e ainda não a perdoei por isso. Quando a Rocco enviou esse exemplar para o mês das Mulheres da Literatura, no entanto, eu decidi tentar. Porque, afinal de contas, é uma obra de ficção científica, escrita por uma mulher, e que tinha várias polêmicas em cima desde o lançamento. Se eu queria criticar, precisava ter embasamento.

Vi, pela primeira vez, como era ínfima a linha entre o medo e o amor, entre a reverência e a adoração.

E não é que é bom?

Eu falarei das polêmicas e das problemáticas da narrativa daqui a pouco, mas, por enquanto, vamos focar na obra como um todo. Durante as suas 50 páginas inicias, tudo é bem confuso. E essa fala vem de uma pessoa acostumada com Star Wars e Star Trek, histórias que usam bastante todo e qualquer artifício de sci-fi para enriquecer suas tramas. Crave a Marca começou com o problema que acaba me fazendo abandonar vários livros - achou que o leitor já sabia de tudo. Os termos estão explicados no Glossário ao fim do livro, sim, mas o fato de a autora não apresentar nenhuma explicação, mesmo que mínima, me confundiu demais. Eu não entendi a idade dos personagens, a ambientação dos planetas, entendi muito pouco dos termos usados e fiquei nessa boia de confusão até que as coisas começaram a fazer muito sentido.


A partir do momento que você mergulha na história, tudo se encaixa. Sim, é falha da Veronica, mas não achei um fator para abandonar o livro. É algo para ser trabalhado melhor em obras futuras, com certeza - e é uma coisa que surgiu só aqui, já que Divergente te inseria muito bem dentro da trama sem deixar espaço para "ué?".

Assim, eu sonhava com a morte, e a morte preenchia meus dias.

Cyra e Akos são excelentes protagonistas, e isso sustenta toda a trama. A partir do momento que você me entrega ótimos personagens, eu vou amá-los e vou lê-los com todo esse amor. Mesmo os coadjuvantes, como o irmão de Cyra, líder cruel de seu povo, e a chanceler que aparece mais para frente dentro da história: todos eles são muito bem desenvolvidos.

Mundos distintos e realidades absurdamente diferenciadas batem de frente quando Cyra e Akos ficam cara a cara, e a construção do relacionamento deles foi uma das melhores coisas da história. Suas nações se veem com ódio e preconceito, mas, dadas as circunstâncias, tudo o que esses dois jovens podem fazer é buscar apaziguar os ânimos entre si; buscar um equilíbrio. Onde Akos é emoção, Cyra é razão. Onde Akos é hesitante, Cyra é determinada. Onde Akos é coragem, Cyra é frágil.



Talvez pudesse aprender a gostar do vazio do espaço se pensasse nele como os olhos de Cyra, a escuridão suave com uma ponta de calor.

Um ponto importante a ser considerado: seus dons. Cyra nasceu com a dor - ela é capaz de infringir essa agonia aos outros, ou retê-la para si. Akos é seu escudo - ele consegue tocá-la e fazer com que seu dom desapareça. Designado para acompanhar Cyra, uma vez que é prisioneiro do povo dela, Akos finalmente confronta aquela que as histórias chamam de Flagelo - é só uma garota amedrontada, forçada a horrores por possuir o dom que tem. Ele começa respeitá-la e vice-versa, uma vez que Cyra encontra em Akos um companheiro fiel e compreensivo. Diferente das outras pessoas na corte de seu irmão, que a veem como uma arma e uma ameaça, Akos entende a sua fragilidade e seus medos e mostra que não está ali para julgá-la ou temê-la. Ele é um garoto perdido, tal como Cyra.

Cyra Noavek era um nome que todo thuvhesita conhecia, uma história de monstro que contavam para botar medo uns nos outros. O que dizer quando se descobre que o monstro não faz por merecer esse nome?


Eu o amei tanto, mas tanto. Akos é uma alma caridosa e quebradiça, um menino assustado disposto a aceitar todos os riscos para proteger aqueles que ele ama. Ele é o tipo de personagem altruísta, mas de um altruísmo contido. Ele é amoroso, mas raramente expõe isso. Está ali nos seus pensamentos e nas suas atitudes, mas não na sua fala. Depois de sofrer e perder tanto, ele aprendeu a esconder as emoções. Não quando está com Cyra, no entanto. E por isso eu achei esse relacionamento tão lindo!

- Corações frágeis fazem valer a pena viver neste mundo.

Cyra, sempre subjugada por seu irmão, Ryzek, é a melhor coisa do livro. Seu desenvolvimento é fabuloso, suas cenas são espetaculares, e ela tem uma das melhores personalidades que já li. É imponente ao mesmo tempo em que se quebra com uma facilidade assustadora, é jovem e ingênua ao mesmo tempo em que toma decisões maduras e perigosas. Cyra é um nome temido entre seu povo e a galáxia, o monstro criado pelas lendas que seu irmão espalhou.

Suas mãos carregam sangue, sua consciência está assombrada por mortes e torturas, e seu dom é um pesadelo. Toda a sua jornada consiste em se entender; eu li algumas críticas a respeito da inspiração da Roth para o dom da Cyra - que foi em cima da Dor Crônica. Do meu ponto de vista como leitora, e eu posso estar absurdamente errada, claro, não entendi a polêmica. O crescimento dela tem muito a ver com entender esse dom e aceitá-lo, não abraçá-lo. Ela não usa a dor, ela a entende. A dor está ali com ela e sempre estará, mas, a partir do momento em que se torna menos uma arma e mais uma parte da garota, deixa de ser o seu pesadelo.

- Eu sei como é se transformar em algo que você odeia. Sei como dói. Mas a vida é cheia de dores.

O grande vilão da história é Ryzek, irmão mais velho de Cyra, líder do povo Shotet e ambicioso conquistador. Ryzek faz o que faz para desviar do futuro que paira sobre sua liderança, um futuro previsto pelo irmão de Akos. A aura maléfica e vil de Ryzek transparece através das suas decisões mesquinhas, das oportunidades tortuosas de se aproveitar de Cyra, usando as dores dela - físicas e emocionais - contra a própria. Ele é um vilão racional, bastante temeroso à dor, e por isso submisso à possibilidade de revolta da irmã. Se Cyra usar seu dom contra Ryzek, sabe que vai quebrá-lo. Ele teme a agonia com a qual ela vive, teme sentir o que ela é capaz de produzir, por isso dobra Cyra através dos medos dela.

Em seu ódio, ele mostrou medo, e aquilo era suficiente para mim.

A grande polêmica que recaiu sobre Crave a Marca - e uma bastante válida - é a representação dos povos das nações inimigas. Em Shotet, temos personagens de pele escura, os "selvagens" que a galáxia vê como uma sociedade irracional, bruta, perigosa. Do outro lado, em Thuvhe, temos personagens de pele clara, os civilizados, educados e contidos. Sim, a Cyra é Shotet, ela é a protagonista, ela é importante, mas o cerne do problema aqui está no racismo óbvio que veio intrincado na narrativa.

Pode não ter sido a intenção da Veronica - e oremos para que não tenha sido mesmo - mas está ali. Você tem brancos x negros, e a narrativa deixa claro quem é o inimigo. O agressor é o personagem de pele escura. O irracional é o personagem de pele escura. O selvagem, perigoso, devastador da ordem e do equilíbrio, aquele que quer trazer o caos sobre outros povos é o personagem de pele escura. Esse texto explica bastante sobre o racismo da narrativa.

Sou shotet. Sou tão afiado e frágil quanto vidro quebrado. Conto mentiras melhor do que digo a verdade. Vejo tudo da galáxia e nunca tive um vislumbre dela.


Isso é absurdamente problemático, e precisa ser tratado como tal. Com uma gigantesca possibilidade de ambientação e de representatividade, uma vez que estamos falando de uma galáxia, a Roth escolheu usar uma ideia racista para desenvolver sua trama.

Em relação ao universo de Crave a Marca, uma vez que você entenda o que está acontecendo, quem é quem e tudo mais, as coisas fazem bastante sentido. É uma história rica, bem imaginada e desenvolvida. Sim, a corrente é obviamente uma cópia da Força de Star Wars, mas a questão dos dons e da ligação entre as fortunas dos habitantes daquela orla são bem consistentes.

Eu achei o desenvolvimento dos profetas muito bom, porque segura o mistério, mas te dá as respostas no tempo certo - e o fato de a mãe do Akos ser uma profetiza torna tudo mais interessante ainda, porque os problemas familiares nesse livro carregam uma carga emocional gigantesca.

Mas ele havia realmente deixado algo tão shotet se tornar um instinto? Limpar as mãos, limpar a lâmina, cravar uma nova marca?

A edição da Rocco tá um absurdo de incrível. Capa, diagramação, revisão, tudo supimpa. Essa capa, aliás, é do tipo que eu gostaria de colocar em um pedestal, porque que obra de arte!


Crave a Marca tem seus escorregões, mas vale a pena ser lido pelo debate, e também porque a história te fisga. Eu espero, sinceramente, que a Veronica perceba seus erros e se redima no próximo volume, porque ainda existem maneiras de consertar o que foi feito de errado. Você tem toda uma galáxia de oportunidades de desfazer os problemas da história. Cyra e Akos arrebatarão seu coração, e isso pode ser suficiente para te prender ao livro do início ao fim.

Título original: Carve the Mark
Autora: Veronica Roth
Editora: Rocco
Gênero: Ficção Científica / Ópera Espacial
Nota: 3,5

Saiba Mais: Skoob | Saraiva 

4 comentários:

  1. Hey, Denise!
    Meu God, que resenha!
    Adoreiii! Eu já tinha adquirido o livro, porque amei "Divergente", embora eu concorde com você que a autora destruiu tudo, com o último livro da trilogia.
    Mas eu não sabia NADA sobre a história! E isso fazia com que eu não tivesse interesse nenhum em lê-la... No entanto, sua resenha já me fez amar Akos e Cyra! Vou providenciar essa leitura para ontem!!
    Já sobre a polêmica, o que foi que deu na Roth?? Como assim essa de racismo? Eu não sabia dessa! Que decepção!! Espero que ela busque arrumar esse erro terrível... :(
    Enfim, sua resenha ficou realmente, maravilhosa! Dá gosto de ler... <3
    Mil beijokas - Entre um Livro e Outro

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  2. Não li ainda o livro!! A história é cheia de detalhes, uma mistura de ficção científica e fantasia!! Os personagens principais tem uma decisão importante pela frente, o que me deixou bastante curiosa para ler o livro!! Veronica Roth, realmente é uma autora que cativa os leitores!! A capa está maravilhosa!!

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  3. Cara, eu discordo totalmente da ideia de que foi racista e mais ainda da ideia que é racista porque os shotet são violentos.... As pessoas estão com um olho pra problematizar QUALQUER COISA que chega a ser irritante! Primeiro ponto: os Thuvesita são um povo que (ate onde eu entendi) ja habitavam Hessa, um planeta congelado e frio que tem a superficie branca, é bem fácil supor que a quantidade de sol que tem por ali seja bem pouca e que as pessoas que são nativas de um bioma como esse tenham a pele clara; Os Shotet era nomades então acho que sempre imaginei eles bem como o povo brasileir, bem missigenado, principalmente pelas descrições que a Cyra faz, diferenciando ela e o irmão (enquanto ela tem uma pele amarronzada, ele é palido; ela alta, mas com uma musculatura desenvolvida, enquanto ele é magro ao ponto de precisar usar a armadura sintetica para parecer mais corpulento; a mãe da Cyra que possuia cabelos cacheados enquando os da própria Cyra eram lisos), ideia que fica ainda mais evidente quando o livro nos diz que foram encontrado Shotet em outros planetas e foram descobertos apenas por conta da revelação da lingua.
    Segundo: O Thuvesita são um povo pacifico. Ponto. Não sei porque nem vi essa explicação ser bem desenvolvida no livro, se alguem puder explicar essa parte da historia de Thuvhe seria de grande valia; Ja os Shotet, cuja historia e filosofia do povo foi bem melhor explicada para os leitores, foram um povo pacifico, tinham uma filosofia e religião fortes, repleta de um simbolismo muito bonito e descrito com paixão pela protagonista (sim, cheguei a amar os costumes antigos de Shotet tamanha intensidade com que Cyra os descreve), que teve fim quando houve o suposto ataque dos Thuvesita (o que a autora fez questão de deixar claro que não é uma verdade absoluta, ja que Thuvhe tem um outro ponto de vista sobre o que aconteceu de fato). De certa forma Shotet me remeteu muito aos Espartanos, um povo voltado para a guerra, focado em fazer soldados duros não importando os meios, mas que também não tinha outra opção, ja que era governado por uma familia de ditadores.
    Outro ponto que vale muito ser salientado, por sinal. Os Shotet não são um povo negro violento e ignorante, são um povo que vive ha 3 gerações em um governo de ditadura que não tem acesso a alimento, medicamento ou informação (como fica claro diversas vezes com as legendas deturpadas dos noticiarios transmitidos em Shotet). As pessoas se prendem nessa ideia "cega" de racismo no livro e deixa passar duras criticas os sistemas ditatoriais que estão presentes na realidade de algumas nações na nossa realidade.
    Apesar de toda a dureza do povo Shotet existe cenas no livro em que é possivel ver os traços dos antigos costumes ( como as cenas em Pitha quando Cyra encontra o "tesouro" da coleta), quando os soldados se empolgam em cavar aquele "lixo" que possui um significado muito maior para a cultura deles.
    Estão se prendendo a descrições de cor de pele e brutalidade e deixando passar toda a sutileza e graciosidade que também estão presentes na narrativa, pra não falar das criticas pertinentes à regimes politicos e formas de governo, estão perdendo algumas associações históricas.
    O racismo estava nos olhos de quem leu, não de quem escreveu, e isso quer dizer alguma coisa.
    No mais, é um livro que merece 3,5 de 5. Tem muita coisa boa, mas ficou confuso em alguns pontos, muitos buracos abertos, ha coisas que podiam ter sido melhor aproveitadas. Indico, pois em varios momentos me fez ter visão critica da minha realidade, coisa que estava em falta no que ando lendo ate então. É mais do mesmo (romance ate previsivel) com varios toques de simbolismo e referencias.

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    1. Querido Anônimo, olá.
      Seu comentário já começou totalmente errado com papo “hoje em dia tudo é problematização”. Meu querido, sinônimo de “o mundo tá chato” não cola aqui nesse blog não, inclusive eu quase desconsiderei responder teu comentário por isso. A real é que o mundo está ótimo e a problematização existe quando precisa ser discutida, o que é o caso aqui. Eu não levantei uma bandeira sem necessidade, as pessoas que leram esse livro, em sua maioria, sentiram o racismo intrínseco dentro da obra e criticaram. Motivo pelo qual o livro está com uma nota tão baixa no Goodreads e foi duramente criticado por resenhistas famosos lá fora. Eu acredito não ter sido a intenção da autora, a gente comete preconceitos velados sem perceber, mas se uma maioria está criticando é porque é problemático. Ponto final.
      Sei que depois que você lê as coisas ficam mais cinzas, mas não exclui o fato de que foi uma construção de nação bastante preconceituosa. Ela usou o básico: homens brancos mocinhos civilizados e pessoas de cor selvagens. Sim, vai muito além disso, mas o BÁSICO é isso e é o básico que marca a leitura.
      E, desculpa, mas não existe essa história de 'estão deixando de perceber a sutileza e graciosidade da obra pra se prender em cor de pele'. Oi? Cor de pele importa. Se a autora fez um big deal pra explicar as etnias e as cores de pele e retratou o lado “civilizado” com pele clara e um povo tido como “selvagem e violento e opressivo” com pele escura, a problemática é gigantesca. Eu sou branca, não dou as cartas sobre o que é racismo ou não, mas dou as cartas do que me pareceu problemático. E vou criticar o que me pareceu problemático; é exatamente pra isso que serve a palavra problematização ¯\_(ツ)_/¯
      Porque, mais uma vez: pode não ter sido a intenção da autora e pode ter ganhado um desenvolvimento interessante, mas houve preconceito na construção dessa história.
      Eu, particularmente, não consigo ler um livro, achar um absurdo nele e pensar “hm, vou ignorar essa construção racista aqui porque a crítica a sistemas ditatoriais está muito boa”. É o mesmo que ler um romance, ler um estupro e pensar “ah mas a história foi tão boa, vou ignorar essa violência sexual aqui porque o resto da trama teve um desenvolvimento legal.”.
      Dá uma olhadinha nas resenhas gringas e talvez esclareça alguns pontos sobre a minha opinião ;)
      Porque não, o racismo não estava nos olhos de quem leu. Está na obra. Você escolheu não ver.

      Abraços.

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