Resenha: A Última Camélia - Queria Estar Lendo

Resenha: A Última Camélia

Publicado em 6 de mai. de 2017

Resenha: A Última Camélia

A Última Camélia, novo livro da Sarah Jio, foi recebido de cortesia da editora Novo Conceito. Começou com um mistério no passado e um no presente, e parecia uma leitura cheia de segredos e romance. Acabou como uma decepção.
Sinopse: Às vésperas da Segunda Guerra Mundial, o último espécime de uma camélia rara, a Middlebury Pink, esconde mentiras e segredos em uma afastada propriedade rural inglesa. Flora, uma jovem americana, é contratada por um misterioso homem para se infiltrar na Mansão Livingston e conseguir a flor cobiçada. Sua busca é iluminada por um amor e ameaçada pela descoberta de uma série de crimes. Mais de meio século depois, a paisagista Addison passa a morar na mansão, agora de propriedade da família do marido dela. A paixão por mistérios é alimentada por um jardim de encantadoras camélias e um velho livro. No entanto, as páginas desse livro insinuam atos obscuros, engenhosamente escondidos. Se o perigo com o qual uma vez Flora fora confrontada continua vivo, será que Addison vai compartilhar do mesmo destino?
No presente, Addison está acompanhando o marido em uma visitação à nova mansão dos pais dele. O lugar é tido como assombrado, ninguém na pacata cidadezinha da Inglaterra gosta daquela construção. Diz-se que coisas terríveis e tristes aconteceram ali. Addison resolve investigar o que tanto amaldiçoa a tal mansão enquanto convive com os fantasmas do próprio passado - que são mais reais do que ela gostaria. Em 1940, Flora viaja para essa mesma mansão para ser babá das crianças Livingston - mas sob disfarce. Ela foi contratada para espionar e roubar uma rara camélia que cresce nos jardins daquele lugar, uma espécie valiosa. Conforme se aproxima da família e das tragédias que levaram a matriarca daquele lugar, Flora percebe que nada é tão simples quanto parecia.
A verdade é que sempre sabemos a coisa certa a fazer. A parte difícil é fazê-la.
Parece legal? Eu também achei. Você tem uma personagem no presente com dramas e terrores de um passado misterioso - personagem essa que mudou de nome e esconde o passado do marido. Você tem a Inglaterra pré-Segunda Guerra Mundial, uma garota que deixa os Estados Unidos para roubar uma flor rara e acaba se envolvendo emocionalmente com cada membro da família que ela deveria enganar. Ah, e vale dizer que está sob ameaça. Se não roubar a flor, sua família sofre as consequências. Infelizmente para a história, a narrativa conseguiu tirar absolutamente todo e qualquer sentimento que eu pudesse ter durante a trama.


Resenha: A Última Camélia

Addison e Flora são dois robôs. Eu só conseguia distinguir suas narrativas porque a fonte mudava e porque cada capítulo anunciava quem estava narrando - além de colocar a data quando se passava no passado. Duas personagens marcadas por diversos tipos de drama que não conseguiram desprender nenhum tipo de emoção durante 320 páginas. Eu fiquei me perguntando se estava lendo corretamente, mas mesmo durante a revelação do acontecimento trágico do passado da Addison minha expressão podia ser resuma em "ata".
- Dizem que, na época vitoriana, as pessoas costumavam acreditar que, se você fizesse um pedido embaixo de uma árvore de camélia, ele se realizava.
Você tem uma mulher que mudou de nome e está fugindo de algum terror, você tem uma mulher que está mentindo e precisa enganar toda uma família desestruturada em um período próximo ao estopim da Segunda Guerra Mundial e não consegue despertar nada com a narrativa? Quando Flora pensava, eram coisas tão mecânicas que eu não sabia distinguir pensamentos emotivos de descrições de mobílias e cômodos. Inclusive, ela descreveu o jardim muito melhor do que seus sentimentos em vários momentos tensos e emocionados da história.


Resenha: A Última Camélia

As crianças Livingston - cada um carregando um tipo de personalidade explosiva - foram a melhor parte do passado. Seus problemas com o afastamento do pai e a morte prematura da mãe são distintos. Temos o garoto rebelde, o solitário, a garota que quer a todo custo impressionar o pai, e também Desmond, o mais velho. Ele foi o meu favorito de longe, e o que foi trabalhado melhor dentro da narrativa. O rapaz foi convocado para a grande guerra, e carrega medo e os fantasmas de seu passado, ao mesmo tempo em que divide boas cenas com a Flora.


Resenha: A Última Camélia

O começo do livro foi bem interessante, isso eu dou crédito. Dois mistérios principais e alguns secretos dedicados aos coadjuvantes, mas bem equilibrados. O problema foi que depois da página 200 tinha tanto segredo, tanto mistério e tantas investigações tanto no presente quanto no passado que eu já não sabia mais o que é que estava acontecendo. E não eram mistérios bem intercalados, com aquela dose de suspense que te prende e te obriga a continuar lendo porque "minha nossa, preciso saber a resposta disso!".

Eram segredos óbvios. Tipo o assassino. Eu sabia quem era o assassino desde a primeira cena em que eles conversam sobre os desaparecimentos. A autora até tenta desviar a atenção para outros personagens, mas, quando o assassino aparece, aparece em situações tão óbvias que me pergunto o motivo de ter feito tanto suspense. Teria sido melhor se a gente sempre soubesse e a tensão crescesse em volta do que ele vai fazer em seguida.


Resenha: A Última Camélia
- Sabe... eu já pensei muito sobre isso e acho que as pessoas são bastante parecidas com aquelas estrelas lá em cima. Algumas brilham fraquinhas por milhões de anos, mal podendo ser vistas por nós na Terra. Elas estão lá, mas você mal percebe. Mas outras brilham com tanta intensidade que iluminam o céu. É impossível não notá-las. [...] Mamãe era uma dessas.
O drama com a morte de Lady Anna, matriarca da família Livingston, é o que une passado e presente. Eu esperava uma coisa tão trágica, tão devastadora, o tipo de acontecimento que desestrutura toda uma família já desestruturada - porque, de novo, todo mundo tem segredos lá dentro. A morte era citada como tudo isso, mas não me passou essas sensações. De novo, repito, todo o problema da história está na narrativa. Se tivesse emoção, seria um livro completamente diferente.


Resenha: A Última Camélia

Em relação à edição, a editora Novo Conceito salvou toda a leitura pra mim com a diferença entre as tonalidades das fontes do passado e do presente. Revisão e diagramação estão ótimas e a capa é fantástica.

Eu tinha altas expectativas com esse livro, mas a maioria delas foi derrubada. O começo não salvou o final.

Título original: The Last Camellia
Autora: Sarah Jio
Editora: Novo Conceito
Gênero: Romance / Mistério
Nota: 2,5

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3 comentários:

  1. Olá, Denise.
    Que pena que a leitura não funcionou para você. Eu ao contrário de você, adorei. Talvez não tenha sido o momento certo de você ter lido ele, sei lá hehe. E menina nem desconfiei do assassino, fiquei achando que era outra pessoa até o final hehe.

    Prefácio

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  2. Oi Denise!
    A premissa do livro parecia interessante, me lembrou os livros da Lucinda Riley (que eu amo). Pena que a narrativa não deu muito certo.

    Beijos,
    Sora | Meu Jardim de Livros

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  3. Oi, Denise!
    Esse livro será uma das minhas próximas leituras, é muito ruim quando um livro não atinge nossas expectativas; Espero gostar da história;

    Beijos!
    Eli - Leitura Entre Amigas
    http://www.leituraentreamigas.com.br/

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