O novo título do consagrado autor Stephen King foi composto em parceria com seu filho, Owen King. A editora Suma das Letras cedeu esse exemplar para resenha; a premissa é bem similar a algumas outras obras do King pai, e apesar de ter um início bacana, Belas Adormecidas prometeu e não cumpriu.
Ambientada na cidade fictícia de Dooling, a história acompanha uma mulher chama Evie, recém chegada no lugar. Ela carrega uma uma aura misteriosa e segredos obscuros. E traz consigo uma praga bizarra; todas as mulheres da cidade caem em sono profundo e têm os corpos envoltos em estranhos casulos. A trama gira em torno desse mistério e, claro, dos muitos personagens que compõem o cenário caótico.
Stephen King sabe construir personagens maravilhosamente bem - aqui não foi o caso. Os livros dele costumam ser muito bons ou muito decepcionantes; nem preciso dizer que Belas Adormecidas se encaixa na segunda opção, certo?
O começo é promissor. Um pouco arrastado, mas constrói o cenário caótico e tenso muito bem. O mistério envolvendo o sono das mulheres, o vírus Aurora que se espalhou entre as habitantes da cidade, é tudo bem interessante. Traz curiosidade e mantém a narrativa em um suspense bacana. Mas, daí para frente, as coisas desandaram bastante.
Os autores não conseguiram sustentar 728 páginas em uma premissa que bate de frente com outras tantas já usadas pelo autor veterano. É impossível ler e não comparar a praga e a sensação de isolação à de Sob a Redoma; os muitos personagens compondo a trama principal não se sustentam.
A figura mais interessante foi Evie, com certeza, fazendo referência a dramas bíblicos e com uma construção de personalidade bem impactante, mas de resto, dispensáveis. King tem o dono para dar vida a personagens cativantes, reais, humanos, e aqui minha decepção foi grande por não encontrar nenhum nome com o qual me conectei. Nem mesmo figuras antagônicas desenvoltas ganharam atenção na narrativa.
Belas Adormecidas é extremamente prolongado, e talvez isso tenha sido o grande problema da história. Um livro de suas 300, 400 páginas talvez entregasse uma atmosfera melhor, menos enfadonha. Não é o tipo de arrastado que dá vontade de continuar lendo, é o exemplo de tédio que te obriga a quase largar a leitura.
Esse lançamento não é uma leitura ruim, mas com certeza não foi uma leitura boa. O final teve algumas reviravoltas bem construídas e algumas cenas intensas, envolvendo bastante da natureza humana e daquela coisa de reagir ao inesperado caótico, mas, infelizmente, não salvou o livro.
Belas Adormecidas prometeu uma história tensa e aterrorizante, mas acabou entregando uma decepção. Para um livro de estreia dos autores como uma dupla, certamente foi um escorregão; mas estamos falando da família King, afinal. Um escorregão não significa uma queda, mas um pequeno deslize que com certeza vai ser consertado em um próximo lançamento.
Sinopse: Pelo mundo todo, algo de estranho começa a acontecer quando as mulheres adormecem: elas são imediatamente envoltas em casulos. Se despertadas, se o casulo é rasgado e os corpos expostos, as mulheres se tornam bestiais, reagindo com fúria cega antes de voltar a dormir. Em poucos dias, quase cem por cento da população mundial feminina pegou no sono. Sozinhos e desesperados, os homens se dividem entre os que fariam de tudo para proteger as mulheres adormecidas e aqueles que querem aproveitar a crise para instaurar o caos. Grupos de homens formam as “Brigadas do Maçarico”,incendeiam em massa casulos, e em diversas partes do mundo guerras parecem prestes a eclodir. Mas na pequena cidade de Dooling as autoridades locais precisam lidar com o único caso de imunidade à doença do sono: Evie Black, uma mulher misteriosa com poderes inexplicáveis. Escrito por Stephen King e Owen King, Belas Adormecidas é um livro provocativo, dramático e corajoso, que aborda temas cada vez mais urgentes e relevantes.
Título original: Sleeping Beauties
Autora: Stephen King e Owen King
Editora: Suma das Letras
Gênero: Suspense
Nota: 2,5
Oi, Denise. Eu nunca li nada do autor, apesar dele ser um grande nome na literatura, acho suas obras superestimadas demais e nem todas são boas assim. Nossa, um livro de 700 páginas que no final decepciona? Eu facilmente já teria largado essa leitura, aff.
ResponderExcluirBeijos
http://www.leitoraencantada.com/
Acabei de terminar o livro e me senti órfã da história rs me apeguei a alguns personagens e fiquei realmente triste com a morte de personagens pontuais... Quando não estava lendo, pensava e sofria com a imaginação e curiosidade, foi um livro que me deixou noites em claro KKK Com toda certeza muito longo e arrastado de início, mas AMEI o livro e provavelmente o lerei todo novamente não vai demorar
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