Resenha: Nocte - Queria Estar Lendo

Resenha: Nocte

Publicado em 9 de out. de 2018

Resenha: Nocte

Nocte é o primeiro título da trilogia de Courtney Cole, publicado aqui pela Editora Verus - que cedeu o exemplar para esta resenha. A história fala sobre luto e loucura com a promessa de uma narrativa intensa que, infelizmente, não conseguiu me surpreender.
Sinopse: Calla tem dezoito anos e um irmão gêmeo, Finn, que sofre de uma forma grave de esquizofrenia. Ela dedica a vida a ajudá-lo, mas essa existência já difícil se torna quase insuportável com a morte da mãe deles, pela qual ela se sente responsável. Agora Calla precisa encontrar uma forma de salvar seu irmão sem se perder no processo. Entra Dare DuBray, o cara lindo da casa ao lado. Ele pode ajudar Calla - mas também pode levá-la à perdição... Com um misto de suspense psicológico e romance, a série Nocte é cheia de mistérios e surpresas que levam o leitor ao desespero na ânsia de descobrir os segredos de seus personagens.
Na trama, Calla vive um momento traumático quando perde a mãe em um acidente de carro. Alguns meses se passam desde a tragédia e ela tem tentado segurar as pontas até se mudar para a faculdade - mas as coisas não são tão fáceis quando Calla precisa lidar, também, com o irmão gêmeo esquizofrênico, Finn, e o luto do pai. Some isso à aparição de um rapaz bonitão e misterioso, Dare - que aparentemente é cheio de segredos -, e você tem a trama do livro.

Que eu, sinceramente, não entendi até agora. A sensação que tive durante toda a leitura foi de que Nocte não estava caminhando para lugar algum; as coisas aconteciam e os dias passavam e era isso. Não senti evolução na história, não vi o crescimento das personagens. O romance foi tão pífio e mal construído para rotacionar 90% da história que eu só conseguia revirar os olhos para cada diálogo trocado entre os dois.


Resenha: Nocte

A única coisa que me impediu de baixar mais a nota foi uma baita reviravolta no fim; o plot twist me pegou desprevenida e foi bem encaixado no desenrolar da cena. Foi uma coisa encaixadinha no livro todo. Quando parei pra analisar, deu pra achar todas as pistas escondidas na narrativa.

E só consegui salvar isso, de verdade. A narrativa não é ruim, mas poderia ter sido melhor se tivesse um rumo ou trama além dos suspiros da protagonista pelo seu interesse amoroso e alguns poucos momentos em que ela se lembrou de que tinha uma vida além da existência daquele macho.

Calla é o esteriótipo de personagem principal de romance que se apaixona pelo cara sedutor e bonitão que cruza seu caminho e aparentemente só sabe viver por ele depois disso. Suas interações com o irmão, Finn, se tornam mecânicas a partir do instante em que Dare aparece em seu caminho. Ter vida pra quê, né? Se você pode viver pensando em homem...


Resenha: Nocte

Sua narrativa se torna dependente da existência do Dare. Foi revoltante e bastante desgastante o tanto de vezes que a Calla tinha alguma coisa para elogiar a respeito da aparência do cara, da presença do cara, seu "perfume masculino" ou lábios sedutores e os diabos a quatro mais que tivessem respeito à sua existência. Metade do problema de a trama não avançar existe por isso. A trama só estava ali pelo "romance", que nasce abruptamente e toma conta de todo o livro.



Queria muito ter visto mais desenvolvimento da parte da personagem. Ela tinha potencial nas relações familiares, nos próprios medos - toda a questão do isolamento em que vive, da perda abrupta da mãe e do peso que carrega ajudando o irmão a resistir, eram detalhes interessantes da protagonista. Mas, quando Dare entra em cena, acabaram jogados de escanteio ou eram usados para desenvolvimento do romance.

Finn foi um enigma bem intrigante - e o outro motivo pelo qual eu não baixei totalmente a nota do livro. Seus diários e mensagens desesperadas me deixavam curiosa para saber onde a trama seguiria com ele; os capítulos eram mais curtos e sôfregos, mostrando a incerteza e o terror que ele tinha da própria mente, das vozes que o assombravam, da ideia de que, sem Calla, não haveria ninguém para estender a mão para ajudá-lo a escapar disso tudo.

A trama, como eu já mencionei, não desenvolve muita coisa. Era tedioso o quanto a narrativa só seguia a protagonista em sua rotina, mostrava um pouquinho sobre as relações familiares e então focava total e absolutamente na presença do Dare ou em quanto a Calla sentia falta do Dare ou ainda em como o Dare era a fonte de oxigênio da personagem - isso, gente, depois de alguns dias de convivência.


Resenha: Nocte

Não convence, não emociona, só enche as paciências e te faz querer sacudir a garota pelos ombros porque essa obsessão é doentia. A autora até tenta jogar umas coisinhas na história pra mostrar como a obsessão "tem um motivo", mas não dá pra comprar a ideia quando você passou o livro todo revirando os olhos pra esse instalove.

Em relação à edição, Nocte está muito bem revisado e diagramado. A capa é muito bonita e atrativa e é uma pequena que a história não faça jus.

Nocte promete uma narrativa impactante, personagens complexos e difíceis de ler e muita coisa pra tirar seu fôlego, mas a única coisa que realmente me entregou foi uma quantidade incalculável de "ele faz meus joelhos tremerem" e "seu perfume masculino". Eu não sei exatamente para onde a autora quer ir com aquele cliffhanger no fim, mas, infelizmente, não encontrei vontade de segui-la.


Título original: Nocte
Autora: Courtney Cole
Editora: Verus
Gênero: Ficção | Romance
Nota: 2
Skoob

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5 comentários:

  1. Oi Denise, tudo bem? E quando li a sinopse pensei "opa, acho que teremos uma história promissora", mas já vi que a leitura seria um balde d'água fria nas expectativas, porque nada pior que uma protagonista de personalidade fraca que se perde nos encantos de um homem e deixa o desenvolvimento da história e evolução dos personagens em segundo plano.
    Beijos
    http://espiraldelivros.blogspot.com/

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  2. Oi Denise!
    Que triste ler sua opinião, qnd vi esse livro pela primeira vez minhas expectativas foram lá em cima!
    Mas acho q ainda n desisti de ler, quero tirar minhas próprias conclusões, rs. Curiosa com o plot twist!
    Bjs
    http://acolecionadoradehistorias.blogspot.com

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  3. Eu confesso que tinha altas expectativas por esse livro então foi ótimo eu ler sua resenha para saber o que esperar.Eu achava que o livro prometia ser daqueles excelentes.
    Bjs
    https://eternamente-princesa.blogspot.com/

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  4. Nizz, socorro que eu fico pensando que se baixar mais a nota, vai pra zero haahhaha
    Eu até queria ler esse livro, mas achei a sinopse tão fumada que eu larguei de mão. Tipo, eu curto umas coisas fumadas sabe, mas esse fumado ae não me agradou.
    Beijos
    Balaio de Babados

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  5. Concordo que em certas partes do livro dá vontade de revirar os olhos pela obsessão da Calla pelo Dare, mas ao mesmo tempo acho compreensível esse comportamento dela. As perdas que ela sofre são tão grandes que a fazem se fechar pra o mundo. E então pra não sentir tanta dor e como mecanismo de defesa ela se joga na relação com o Dare e se foca totalmente isso, pra não encarar os próprios traumas.
    Assim como você, também fui atraída pela narração do Finn. Eu ficava super nervosa e ansiosa, pensado no que ele iria fazer.
    Uma coisa que me deixou intrigada foi o pai da Calla ser tão passivo a tudo que acontecia com a filha. A relação deles foi distante a história inteira, então deu pra entender que cada um viveu seu luto num canto, sem realmente encararem seus sentimentos, nem separadamente, nem juntos. Achei muito triste isso, mas também justifica a relação da Calla com o Dare, pois com certeza morar com um pai como o dela é extremamente solitário.
    E, sim, amei o plot twist! Foi muito surpreendente e tocante.
    No geral, gostei do livro. O romance é sim piegas, mas vc entende o pq no fim da história. Calla é solitária, traumatizada, emocionalmente dependente do namorado e apesar de sempre querermos ler protagonistas fortes e independentes, é preciso dar uma chance aquelas que não são. Porque, bem, cada um lida de uma forma com as próprias dores, né? :)
    Enfim, amei encontrar essa resenha. Espero que nem todos desistam de dar uma chance ao livro, porque ele é muito marcante ao seu próprio modo.

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