Resenha: A Espada do Verão - Rick Riordan - Queria Estar Lendo

Resenha: A Espada do Verão - Rick Riordan

Publicado em 8 de dez. de 2015

Resenha: A Espada do Verão - Rick Riordan

Quem deixou de ler esse livro porque achou que ele seria mais do mesmo deveria morder a língua. Com força. Porque Magnus Chase e os Deuses de Asgard é tudo, menos mais uma história sobre heróis envolvidos com deuses. Rick Riordan é tudo, menos repetitivo. E, agora, somos apresentados à riqueza e aos desafios da mitologia nórdica numa série que conquistou totalmente o meu coração.

Quando você para e pensa: eu gosto mais de Magnus Chase do que de Percy Jackson, dá pra saber que o tio Rick deu uma dentro. Uma ótima tacada, inclusive.

Meu nome é Magnus Chase. Tenho dezesseis anos. Esta é a história de como minha vida seguiu ladeira abaixo depois que eu morri.

Magnus não tem nada de herói. Ele é só um garoto órfão morando nas ruas de Boston. Eis que seu tio esquisito o encontra, um cara bem vestido o mata e ele vai parar em Valhala, lar dos heróis nórdicos. Por que? Bom, ele talvez tenha agido heroicamente, ainda que sem intenção. Ele talvez seja filho de um deus nórdico. E ele talvez tenha o tempo contado para evitar o começo do Ragnarök - o apocalipse deles.

De todos os livros do Riordan, esse foi o mais engraçado. Os títulos dos capítulos ganharam de lavada dos de Percy Jackson. É um humor todo baseado no sarcasmo do Magnus, que diferenciou bastante a narrativa do Percy e dos irmãos Kane. O Magnus já começa a história com dezesseis anos, passou dois morando na rua, vivenciou o assassinato da mãe, então ele é totalmente na defensiva.

Ele não gosta da ideia de se tornar herói assim como não gosta da ideia de ser abraçado ou de dar abraços. Ele sente muito falta da mãe, que morreu num misterioso acidente envolvendo lobos medonhos, e morre de medo das criaturas por causa desse trauma. Quando ele descobre qual é sua missão lá na dimensão viking, bem... Ele fica bem chateado.

Resenha: A Espada do Verão - Rick Riordan

Ao redor dele, temos todos os semideuses mortos honrosamente durante batalhas, guerras, brigas na rua ou salvando criancinhas de um navio em chamas. Samirah, a valquíria que o salvou e o levou até Valhala, tem que provar que a morte dele foi digna de um herói para que ambos não sejam punidos pelos lordes. Entre algumas confusões, Magnus acaba tendo que fugir de lá para buscar a espada perdida de seu pai - a Espada do Verão - para impedir que o horrendo lobo Fenrir se liberte da prisão onde está há milênios e, assim, cumpra o início do fim do mundo dos nórdicos.

- Sim, mas isso foi escolha dos deuses, não minha. A questão do destino, Magnus, é a seguinte: mesmo que não possamos mudar o cenário, nossas escolhas podem alterar os detalhes. É assim que nos rebelamos contra o destino, como deixamos nossa marca. Que escolha você vai fazer?

Acompanhado de Sam, Blitz - um anão com um senso de moda duvidoso, mas extremamente bem elogiado - e Hearthstone - um elfo surdo e mudo, Magnus vai passar por esquilos gigantes mortíferos até Thor e Loki para atrasar o Ragnarök. Ou tentar.

A forma como o Rick ministra a mitologia, inserindo-a ao cotidiano moderno, ao mesmo tempo em que mantém suas raízes, é absolutamente genial. Temos a riqueza de detalhes a respeito da história nórdica ao mesmo tempo em que vemos um adolescente lidando com as próprias crises da juventude.

Magnus era mais sombrio no início do livro, mas, com a convivência e o apoio dos amigos, acaba se abrindo mais para as aventuras que estão por vir. Ele acaba abraçando o seu lado herói com o passar do tempo, mas nunca completamente. Há heróis maiores que ele bem ao seu lado. Eu amei cada traço de personalidade que o Rick deu para esse novo protagonista. Amei seu humor azedo e suas tiradas infames e sua tola percepção de que não gosta de abraços. Ele gosta. MUITO.

Samirah foi outra grata surpresa. Ela é uma valquíria, encarregada de levar almas dignas para Valhala, e foi escolhida pelo próprio Odin. Ela também é uma aluna muito dedicada e vem de uma família rigorosa - especialmente por causa da mãe que, aos olhos dos avós, é uma vergonha para eles. Tem a ver com o fato de ela ter sido mãe solteira. O que tem a ver com o fato de a Sam ser filha de um deus nórdico; te desafio a adivinhar de quem. Sam é bastante corajosa, mas não quando se trata da família.

Ela quer honrá-los; quer que sintam orgulho dela. Não sabendo do seu lado viking, ela precisa se esforçar para conquistá-los de outra maneira. No lado viking, no entanto, ela também não tem popularidade. As pessoas não confiam nela, não gostam dela e não querem colocar sua fé nela, o que traz todo aquele medo de rejeição para o outro mundo desta história. O crescimento dela na narrativa é palpável e estou muito ansiosa pelo resto da sua participação na série!

Blitz e Hearth são dois opostos adoráveis. EU SHIPPEI MUITO ELES, espero que o ship se concretize. Hearth é contido e amável, Blitz é escandaloso e impulsivo. Os dois têm sérios problemas com o próprio passado, ainda que o de Hearth seja mais tumultuado e doloroso. Blitz e Hearth formam uma dupla infalível e inusitada, do tipo que, num primeiro momento, te faz duvidar da força deles para, logo num segundo momento, estar caída no chão chorando de amores. Eles são incrivelmente unidos.

Resenha: A Espada do Verão - Rick Riordan

Não precisa de muita interação para que eles se olhem e você saiba que existe uma faísca ali. O tio Rick não pode ter colocado os dois tão próximos à toa. Estava conversando com a Eduarda sobre o ship e eles são o Sirius e o Remus. PORQUE SÃO MESMO! O Hearth é o amoroso, cuidadoso e coitado. O Blitz é o coitado, corajoso e querido. Os dois se apoiam para a luta, os dois se protegem e os dois se amam. Ambos estão protegendo Magnus e cuidando para que os planos saiam como desejado; ambos estão ali para se provarem capazes também.

Nas mãos enluvadas, Blitz segurava uma haste de madeira apavorante com uma placa amarela de trânsito que dizia: ABRA CAMINHO PARA OS PATOS.O cachecol listrado de vermelho e branco de Hearth voava atrás dele como asas esfarrapadas. Ele armou outra flecha no arco de plástico cor-de-rosa de Cupido e disparou.

Eu urrei, claro, com as participações dos deuses que eram de meu conhecimento - porque, honestamente, a cada palavra nova que o livro citava eu ficava O QUE? Mitologia nórdica dá muitos nós na sua cabeça, se prepare para usar muito o Google. Ou não. O tio Rick explica bastante o que tem que explicar, eu é que fiquei muito curiosa mesmo.

O Loki e o Thor tiveram seus melhores momentos. Não imagine os caras da Marvel não, ok? Eles são muito opostos dele. Loki ainda é ardiloso e manipulador e o Thor ainda é um bobão, mas a aparência e as aparições marcaram eles como totalmente opostos dos seus eus cinematográficos.

Loki está por trás de sonhos e revelações que Magnus vem tendo, e o Thor aparece para dar gancho ao segundo volume da série - se você der um olhada no título vai ter uma pista sobre o que eu estou falando. Ambos muito bem caracterizados e especialmente satirizados - o Thor foi hilário. Pensa num deus nórdico viciado em séries!

Outros deuses, como a Freya, Hel, apareceram mais rapidamente, mas foi aquele marcante "olá, estou aqui e vou voltar". Odin foi a MELHOR PESSOA! Eu fiquei totalmente abismada com o jeito com que ele surgiu porque não esperava aquela revelação nem em mil anos, mas foi genial. Estava ali o tempo todo, só eu não vi. Diferente de Zeus, todo pomposo e chatonildo e do Osíris e do Hórus (ambos mais sérios e compenetrados), Odin é todo trabalhado na zoeira motivacional.

Uma vez me disseram que a bravura de um herói não é algo planejado, mas sim uma verdadeira reação heroica a uma crise. Tem que vir do coração, sem qualquer pensamento na recompensa.

O que eu gostei muito em Magnus Chase foi essa percepção de heroísmo. Como cada um dos personagens, especialmente o quarteto fantástico ali, queria se provar forte para alguém e acabou se provando para si mesmo. A história cresceu em meio a missões arriscadas e momentos de descobertas medonhas e uma promessa de que o pior ainda está por vir, e Riordan deu início a mais uma série de maneira magistral como em todas as outras. A promessa de novos grandes heróis para nós.

Sinopse: Às vezes é necessário morrer para começar uma nova vida...A vida de Magnus Chase nunca foi fácil. Desde a morte da mãe em um acidente misterioso, ele tem vivido nas ruas de Boston, lutando para sobreviver e ficar fora das vistas de policiais e assistentes sociais. Até que um dia ele reencontra tio Randolph - um homem que ele mal conhece e de quem a mãe o mandara manter distância. Randolph é perigoso, mas revela um segredo improvável: Magnus é filho de um deus nórdico.As lendas vikings são reais. Os deuses de Asgard estão se preparando para a guerra. Trolls, gigantes e outros monstros horripilantes estão se unindo para o Ragnarök, o Juízo Final. Para impedir o fim do mundo Magnus deve ir em uma importante jornada até encontrar uma poderosa arma perdida há mais de mil anos. A espada do verão é o primeiro livro de Magnus Chase e os deuses de Asgard, a nova trilogia de Rick Riordan, agora sobre mitologia nórdica.

Título original: The Sword of Summer
Autor: Rick Riordan
Editora: Intrínseca
Gênero: Infanto-juvenil
Nota: 5+ 

Se você gostou de Magnus Chase, vai gostar de conhecer a série Percy Jackson e os Olimpianos, também do Riordan!

4 comentários:

  1. ESSE LIVRO PARECE MARAVILHOSO DEMAIS!!!!

    Eu quero comprá-lo há um tempão :'(

    Sua resenha é tão jhfbgskjbkjdkjb
    amo muito.

    Beijo :*

    --

    http://surtandocompalavras.blogspot.com.br/

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  2. Olá,
    Esse livro nunca consegue me interessar, a verdade é que não faz meu estilo de leitura sabe, mas ando lendo críticas bem positivas sobre ele.
    Beijos.
    Memórias de Leitura - memorias-de-leitura.blogspot.com

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  3. Olá Denise
    Tudo bem?

    Iniciei a leitura deste livro faz pouco tempo, mas ainda não pude concluir, acabou surgindo imprevisto, mas estou apaixonada pelo Magnus, ele realmente e muito engraçado e tão humilde meu deus! A escrita do Rick amadureceu bastante depois de Percy, não me lembro de ter lido algum capitulo sem cair na risada, os títulos são os melhores, acho que livro poderia até ser ruim, os títulos salvariam ele HAHAHAHA até o momento Valhala parece ser um lugar agradável HAHAHAHA fico feliz que tenha gostado da leitura, com certeza Magnus chase e muito melhor do Percy Jakson! Mas isso e bom..cada dia mais o leitor evoluir no seu trabalho, adorei a resenha.

    Beijos
    http://resenhaatual.blogspot.com.br/

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  4. Adorei a resenha, já tentei ler mas não me agradou muito *-*
    Mas sua resenha me despertou um interesse lá no fundo sabe <3
    Terminando A Pirâmide Vermelha já vou começar esse.

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