Resenha: Os Tambores do Outono (parte 1 e 2) [Mês das Mulheres] - Queria Estar Lendo

Resenha: Os Tambores do Outono (parte 1 e 2) [Mês das Mulheres]

Publicado em 25 de mar. de 2016


Resenha: Tambores de Outono (parte 1 e 2) [Mês das Mulheres]




Os Tambores do Outono é o quarto volume da série Outlander, da norte-americana Diana Gabaldon, e continua sua narrativa sobre a vida de Claire e James Fraser ao longo dos anos, com muito amor, paixão, aventuras e eventos históricos.


Sinopse: Dividido em dois volumes, o título traz a heroína Claire Randall, oriunda do século XX, e seu grande amor, Jamie Fraser, um bravo guerreiro escocês do século XVIII, em busca de estabilidade e melhor sorte na América colonial, em 1767. Enquanto isso, mais de dois centenários à frente, no ano de 1969, Brianna - dividida entre a tristeza pela perda da mãe depois de sua partida para o passado e a curiosidade a respeito de um pai que ela nunca encontrou - descobre o segredo da viagem no tempo através do ancestral círculo de pedras verticais na Escócia e vai ao encontro de Claire e Jamie, na ânsia de conhecer a incrível história de amor vivida por seus pais no passado. Seu namorado, Roger Wakefield, um professor de história, descobre a escolha de Brianna e decide segui-la - dando início a uma nova fase nessa saga histórica sobre a força do amor ultrapassando toda e qualquer barreira de tempo e espaço. 

Claire é uma mulher nascida no século XX, uma ex-enfermeira da segunda guerra mundial que acaba atravessando um círculo de pedras megalítico (tipo Stonehenge) durante sua segunda lua de mel na Escócia e para no mesmo lugar, porém no século XVIII, poucos anos antes da revolução jacobita. 

No inicio, Claire se adaptou a nova realidade (duzentos anos antes da sua) enquanto lutava para voltar ao seu presente e ao marido, Frank. Porém, quanto mais se envolve na história das pessoas que conhece, mais o presente se parece com aqui e agora. E o desfecho disso podemos acompanhar em A Viajante do Tempo e A Libélula no Âmbar, respectivamente o primeiro e segundo livro da saga.

Então, enquanto meu corpo viver e o seu também - somos um só. E quando meu corpo parar, minha alma ainda será sua.  Eu juro pela minha esperança de paraíso, nós nunca estaremos separados.

Depois de enfrentar um sádico capitão britânico, a corte francesa, a revolução jacobita, os campos de batalha, partos e abortos, acusações de bruxaria, uma aventura em alto mar e antigos fantasmas, parece que a calmaria finalmente está para chegar para Claire -- mesmo que vinte anos após atravessar aquelas pedras pela primeira vez e se apaixonar por Jamie Fraser.



Depois de naufragarem devido a uma tempestade no final de O Resgate no Mar, Jamie e Claire chegam a costa da Carolina do Norte, nas colônias britânicas. E é agora que precisam decidir se ficam onde estão ou voltam para a Escócia, onde está toda a família de Jamie e o mundo que conhecem.

Nada está perdido, sassenach. Apenas diferente.
Essa é a primeira lei da termodinâmica. 
Não. -- ele disse. -- Isso é fé. 

Enquanto exploram suas alternativas no novo mundo, eles encontram Jocasta, tia de Jamie, e acabam se envolvendo mais do que gostariam nos assuntos dela. Claire também é confrontada com o uso deliberado de escravos e a difícil convivência com os nativos indígenas da região, uma realidade que contrasta muito com aquela que viveu nos últimos 20 anos -- vale lembrar que, antes de voltar ao passado, Claire vivia na Boston dos anos 60, uma época de contrastes com as políticas de segregação racial, a revolução feminina, ideais de amor livre, lutas pelos direitos civis e protestos contra as guerras.

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Capa nacional da parte 1.

Como estamos acostumados, a vida dos dois não é fácil, envolvendo-se nos negócios da tia viúva sem herdeiros, começando a vida em uma terra ainda muito selvagem e dividindo sua morada com índios e escoceses expatriados. Mas McDuh ainda existe e Jamie faz o possível para criar um lar para sua extensa família -- que consiste em tantos agregados que seria fácil perder a conta.

Não obstante, no século XX, Brianna toma uma decisão importante que acaba mudando não só sua vida, mas a de Roger também. Com a morte de Frank e a partida de Claire, Bri se sente impulsionada a ir atrás do pai e finalmente conhecer o homem com o qual partilha metade do DNA.

Entre encontros e desencontros -- e perigos mortais e reais na travessia para o passado -- Brianna e Roger vivem aventuras separadas até que possam finalmente se reencontrarem. E preciso dizer, quando finalmente o fazem, quis matar o Roger.

Você não entende? -- ele diz quase em desespero. -- Eu colocaria o mundo aos seus pés, Claire. E eu não tenho nada para lhe dar.

Meus sentimentos por ele não se modificaram nos últimos livros especialmente porque ele é um homem da segunda metade do século XX e é mais machista do que um escocês turrão do século XVIII. Roger tem ideias muito limitadas sobre a Bri e aquele desejo latente de que ela se submeta a ele. Também percebo uma incapacidade de deixar que ela siga o seu caminho e faça suas próprias descobertas -- algo que é compreensível quando parte dos pais, que estão constantemente batalhando com a ideia de deixar que caminhemos com nossas próprias pernas e ao mesmo tempo nos protegerem do resto do mundo.

Não que Roger seja um personagem mal construído, claro. Vindo das mãos da Diana nada é mal feito. Meu caso com ele é a pura e simples "nosso santo não bateu". Já com a Brianna o envolvimento emocional evoluiu bastante. Ainda tenho a birrinha com ela pela forma que ela primeiro tratou o Jamie, tanto pelas memórias da mãe como nos primeiros momentos em que se conhecem. Mas foi revigorante ver que ela não está disposta a se portar como uma mulher do século XVIII e que se precisar fazer tudo sozinha, ela vai achar como fazer isso.

Perdão não é um ato único, mas uma constante prática.

O senso de independência da Brianna me lembra muito a Claire dos primeiros livros e o amor que eu tinha pela representatividade dela, pela guerreira que ela é -- me lembrou dos tempos em que eu não nutria ressentimentos por ninguém, e isso fez muito bem a leitura.

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O viés "cruel" da Diana continua nitidamente na história. Perdemos Black Jack, mas novos personagens detestáveis e desprezíveis nos são apresentados, assim como novos personagens bastante queridos, como Emily e Lizzie. E ainda temos alguns personagens bastante marcantes que voltam a fincar os pés na história e não irão tão cedo, como é o cado do John Grey.

O foco em Os Tambores do Outono é bastante em cima dos Fraser, dessa união e de como as coisas vão funcionar daqui para frente. Jamie se reerguendo como um líder, Claire fincando os pés como uma curandeira e descobrindo coisas das quais jamais teria acesso em seu tempo. Aqui também temos mais alguns vislumbres sobre os mistérios que envolvem a travessia e a viagem no tempo, embora as descobertas não levem a nada mais do que teorias. 

Esse é o nosso tempo. Até que esse tempo para -- para um de nós, nós dois -- é o nosso tempo. Agora. Você vai desperdiçar por que tem medo?

Vejo que a Diana, cada vez mais, está criando uma história atemporal e tocante, entremeando fatos históricos com fictícios e recriando relacionamentos que são gostosos de se conhecer e acompanhar. Percebo que ler Outlander lembra muito sobre como é viver a vida: não existe um final feliz ou triste. Felicidade ou tristeza não são destinos, mas sim estados de espírito. Ao longo das páginas nós rimos e choramos, amamos e sofremos com cada coisa que os personagens perdem e encontram. Com toda aquela bagagem emocional que carregamos das páginas dos volumes passados.

São relacionamentos e histórias reais, não porque são baseados em fatos históricos e figuras importantes, mas porque traz a psique humana, os trejeitos, a essência. As pessoas não são completamente boas ou ruins, todos tem um lado escuro e um lado brilhante e isso nos torna humanos. O fato de sermos vulneráveis aos dois lados. E eu posso ver muito disso nos personagens da Diana, nas decisões difíceis que eles encontram ao longo do caminho, na forma com que lidam com a perda e o amor, com a vida e a morte e o nascimento.

Se você precisa se perguntar se está apaixonada, garota. Então você não está.

Embora Os Tambores do Outono não seja o meu livro preferido da série, é um ótimo livro. Um excelente livro. Diana Gabaldon me ganha a cada nova página de uma obra dela que eu leio e no fim me faltam palavras para falar sobre elas. É uma grande escritora com grandes obras e merece ser lida por muita gente. Então, é claro, recomendo sim o livro e a saga e a série de TV.

Resenha: Tambores de Outono (parte 1 e 2) [Mês das Mulheres]
Capas estrangeiras de Os Tambores do Outono desde que foi lançado

É uma história que não dá para se arrepender de ter lido -- a não ser que seja por ter esperado tanto para ler.



Título original: Drums of Autumn, Outlander vol. 4

Autora: Diana Gabaldon
Editora: Arqueiro
Gênero: Romance - Sci-fi - Histórico
Nota: 4.5



Saiba Mais: Autora  |  Skoob  |  Saraiva  |  Submarino

Um comentário:

  1. Oii Bibs, tudo bom?
    Sou muito curiosa com a saga Outlander, mas toda vez que eu vejo a grossura dos livro dá uma dor, por isso, penso seriamente em começar a série de tv antes de ler o livro e ver se ele o pontapé da coragem para ler os livros. Já estou meio apaixonada por Jamie e olha que nem o conheço, imagina quando conhecer <3
    Estante de uma Fangirl
    Resenha Atual

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