Made You Up é o romance de estreia da autora Francesca Zappia, publicado aqui no Brasil pela Editora Verus com o título Inventei Você?. Conta a história de uma garota esquizofrênica que usa alguns artifícios para tentar achar as diferenças entre suas alucinações e a realidade, ainda que a realidade dela pareça parte de um quadro bem paranoico.
Sinopse: Alex está no último ano do ensino médio e trava uma batalha diária para diferenciar realidade de ilusão. Armada com uma atitude implacável, sua máquina fotográfica, uma Bola 8 Mágica e sua única aliada — a irmã mais nova —, ela declara guerra contra sua esquizofrenia, determinada a permanecer sã o suficiente para entrar na faculdade. E Alex está bem otimista com suas chances, até se deparar com Miles. Será mesmo aquele garoto de olhos azuis com quem ela compartilhou um momento marcante no passado? Mas ele não tinha sido produto da sua imaginação? Antes que possa perceber, Alex está fazendo amigos, indo a festas, se apaixonando e experimentando todos os ritos de passagem tipicamente adolescentes. O problema é que ela não está preparada para ser normal. Engraçado, provocativo e emocionante, com sua protagonista nada confiável, Inventei você? vai fazer os leitores virarem as páginas alucinadamente, tentando decifrar o que é real e o que é invenção de Alex.
Alex se mudou recentemente para uma escola cheia de regras e rigidez graças a um "incidente" envolvendo sua condição, tudo graças a um incidente envolvendo uma de suas crises. Alex é esquizofrênica. Apesar de ter a doença sob controle com os medicamentos e visitadas regulares ao psiquiatra, ela ainda vive em meio à paranoia e o medo constante de se perder dentro da própria cabeça; na nova escola, no entanto, Alex passa a ter contato com a realidade em suas mais diversas formas, com histórias de conspiração vindas do passado e um garoto de postura misteriosa que começa a fazer parte da sua rotina - e talvez do seu futuro.
Esse livro conseguiu mesclar muito bem melancolia e seriedade com momentos divertidos. Conhecemos a história através dos olhos da Alex - o que significa que convivemos com suas paranoias, alucinações e incertezas. Não sabemos o que é verdade e o que foi inventado por sua própria mente. Ela não sabe. Isso torna toda a premissa - até então simples - complexa e tensa; a curiosidade te faz virar as páginas com rapidez, devorando o livro, ao mesmo tempo em que existe um medo de saber o que vem pela frente.
Esse livro conseguiu mesclar muito bem melancolia e seriedade com momentos divertidos. Conhecemos a história através dos olhos da Alex - o que significa que convivemos com suas paranoias, alucinações e incertezas. Não sabemos o que é verdade e o que foi inventado por sua própria mente. Ela não sabe. Isso torna toda a premissa - até então simples - complexa e tensa; a curiosidade te faz virar as páginas com rapidez, devorando o livro, ao mesmo tempo em que existe um medo de saber o que vem pela frente.
Eu queria fugir durante a noite e fazer coisas que não podia fazer. Eu queria fazer essas coisas com outras pessoas. Pessoas reais. Pessoas que sabiam que havia algo de diferente comigo e não se importavam.
Alex é uma protagonista cativante. Ao mesmo tempo em que ficamos curiosos para conhecer mais sobre ela, somos apresentados aos seus medos e hesitações e tememos e hesitamos junto à ela; afinal de contas, por causa da doença, o que é real? O que é inventado? As lembranças que ela tem aconteceram ou foram imaginadas? As pessoas que ela conhece realmente fizeram o que ela acha que fizeram? Quanto Alex pode confiar na realidade, quando não sabe com certeza que essa realidade é a verdadeira?
O modo como a autora escreveu sobre essa doença e como a Alex reage a ela foi interessante de acompanhar; nada aqui é romantizado ou embelezado para tornar a história mais agradável. É um problema sério e a narrativa te explica e te mostra isso. Alex sabe o que tem e toda sua jornada envolve aceitar a própria realidade como ela é; entender que precisa de mais ajuda do que achou que precisava.
- Se nada é real, então qual a importância disso? Você vive aqui. Não faz com que seja real o suficiente?
Alex não é uma protagonista perfeita; ela tem falhas e posturas condenáveis, ao mesmo tempo em que tenta ser uma pessoa melhor. Ela é solitária e estranha em relações sociais, mas faz o possível para se ajustar. Na escola nova, principalmente, onde ninguém sabe sobre sua condição, Alex tenta fazer parte do que eles consideram realidade, lutando para ignorar o que a paranoia coloca em seu caminho.
Outro personagem importante para a história é Miles; aparentemente, ele fez parte do passado da Alex, em uma lembrança que ela acreditava ser um delírio - sem a certeza de que Miles é o mesmo garoto com quem ela dividiu aquela memória, a relação entre eles começa através de poucos contatos e muita estranheza.
Outro personagem importante para a história é Miles; aparentemente, ele fez parte do passado da Alex, em uma lembrança que ela acreditava ser um delírio - sem a certeza de que Miles é o mesmo garoto com quem ela dividiu aquela memória, a relação entre eles começa através de poucos contatos e muita estranheza.
As pessoas dizem que os adolescentes se acham imortais, e eu concordo com isso. Mas acho que existe uma diferença entre pensar que você é imortal e saber que você pode sobreviver. Pensar que você é imortal leva à arrogância, achar que você merece o melhor. Sobreviver significa passar pelas piores coisas e continuar apesar de tudo. Significa se esforçar pelo que você mais quer, mesmo quando parece longe do seu alcance, mesmo quando tudo está trabalhando contra você.
Miles não é um personagem admirável e nem um mocinho apaixonante, e por isso eu amei tanto ele. Todos na escola o temem e falam terrores dele por trás. Todos na escola pagam por favores que só o Miles consegue realizar; coisas que envolvem delinquência e quebrar regras, que ninguém mais tem coragem de fazer. Miles é um gênio, é solitário e é uma figura misteriosa que Alex quer entender - a convivência com ele mostra as fragilidades e falhas, o que faz do Miles tão humano quanto qualquer outra pessoa.
O relacionamento dos dois é lento, mas é perfeito. O desenvolvimento acontece nos momentos certos e você consegue sentir o crescimento da confiança e dos entendimentos entre os dois; duas figuras estranhas e desconexas ao mundo real, igualmente perdidos no mundo imaginário. Dois jovens com medos e sonhos que se encontram um no outro. Meu coração perdeu uns compassos com várias cenas entre eles, e não dá pra não se apaixonar pela relação que eles criam.
Alex tem um melhor amigo, Tucker, que é parte do alívio cômico da história - apesar de carregar alguns momentos mais sérios dentro do próprio desenvolvimento. Sua convivência com o grupo da turma de trabalho comunitário também é muito divertida de acompanhar; todo tipo de figura faz parte dos coadjuvantes e enriquece demais a história.
Alex tem um melhor amigo, Tucker, que é parte do alívio cômico da história - apesar de carregar alguns momentos mais sérios dentro do próprio desenvolvimento. Sua convivência com o grupo da turma de trabalho comunitário também é muito divertida de acompanhar; todo tipo de figura faz parte dos coadjuvantes e enriquece demais a história.
- Você pode pedir ajuda para as pessoas.
- Por que ninguém diz isso pra gente?
- Talvez... porque ninguém nunca disse isso para eles.
Eu sou louca?
Concentre-se e pergunte de novo.
Eu sou louca?
Resposta incerta, tente de novo.
Eu sou louca?
Pergunte de novo mais tarde. Pergunte de novo mais tarde. Pergunte de novo mais tarde.
Um fato interessante sobre o livro é como ele se afastou dos young adults comuns com uma história extremamente complexa e bem amarrada dentro da jornada da Alex. Conspirações do passado e ameaças, mistérios envolvendo personagens secundários e até mesmo acidentes margeiam a trama principal; de novo, é de cair o queixo.
Se uma árvore cai na floresta, mas não tem ninguém por perto, ela faz algum som? Se ele não se lembra, isso realmente aconteceu?
Made You Up foi uma surpresa, o tipo de livro que ficou parado na minha estante e, agora que eu terminei de ler, me pergunto "por que demorei tanto?!". A história da Alex vai te emocionar; é do tipo que faz você rir e chorar e terminar com um sorriso esperançoso no rosto.
Título original: Made You Up
Autora: Francesca Zappia
Editora: Greenwillow
Gênero: Romance | Young Adult
Oi, Denise
ResponderExcluirEu solicitei esse livro na época do lançamento, mas ele nunca chegou.
Foi um livro que não aconteceu por aqui, acabei esquecendo dele até agora! Rs
Achei interessante que a autora conduz o enredo com a seriedade que o tema exige, mas que ainda há algumas nuances do gênero proposto. Vou colocar na lista da Amazon, pq ele deve estar perdido na do Skoob. Rss
Beijos
- Tami
https://www.meuepilogo.com
Uaul que resenha hein. Já gostei da temática da história ficou curiosa para saber como se desenrola essa descoberta. Vou ler com certeza.
ResponderExcluirBeijocas.
http://mundosecretov.blogspot.com/
Olá, Denise.
ResponderExcluirEssa é a primeira resenha que leio desse livro e não sei se quero ler ou não. Tem alguns pontos que me interessam bastante como ela escrever sobre a doença de forma real e não da forma para tornar o livro atraente e bonitinho, mas tem outras coisas que me desanimam. Vou deixar anotado aqui e quem sabe eu leia futuramente.
Prefácio
Oi, Nizz!
ResponderExcluirMenina, nunca tive tanta vontade de ler esse livro por conta da temática meio sick-lit (?), mas pelo menos já sei que ele fugiu do lugar-comum dos YA
Beijos
Balaio de Babados
Oi Denise! Eu amo esse livro, é uma daquelas obras que sei que vou ler outra vez. Fico feliz em ver ele sendo resenhado aqui. Bjos!! Cida
ResponderExcluirMoonlight Books
Oi Denise
ResponderExcluirLi esse livro recentemente e amei. Se tornou favorito da vida. O relacionamento da Alex com o Mies é tão querido. E o momento mind blowing que mencionou... Certeza que foi o mesmo pra mim e eu fiquei "o que?" Um livro incrível.
Vidas em Preto e Branco