Controle remoto: Only Murders in the Building

Only Murders in the Building é a minha nova obsessão, e eu preparei esse controle remoto para declarar meu amor supremo a essa série da Hulu, que é transmitida pelo canal Star+ aqui no Brasil.

Em um famoso e caro prédio de Nova York, um assassinato acabou de acontecer. Apesar do caso ser encerrado muito rápido, com a polícia declarando se tratar de um suicídio, três moradores daquele lugar pensam diferente.

Oliver, Charles e Mabel não têm muito em comum além do fato de serem vizinhos e de amarem podcasts se true crime. E é exatamente essa circunstância específica que os une, e faz com que eles resolvam investigar essa morte misteriosa por conta própria.

Nasce o seu próprio podcast Only Murders in the Building, que é um fracasso de público e audiência, mas começa a encontrar evidências de que talvez, de fato, o crime tenha sido cometido, e o assassino ainda está naquele prédio.

Only Murders in the Building é perfeito em tudo que propõe; o suspense é bom, as investigações são ótimas, nunca subjuga a inteligência de nenhum personagem e nem do telespectador para tirar ideias mirabolantes do mais absoluto nada. Simplesmente acontece, porque tudo flui muito bem.

É também uma série muito engraçada, e dramática quando precisa. Protagonizada por Steve Martin, que interpreta o Charles; Martin Short, que faz o Oliver; e Selena Gomez, que dá vida à Mabel, essa série entrega dez episódios de um ritmo fantástico.

É impossível parar!

Como todo bom suspense, você quer as respostas; e cada nova pista leva a novos suspeitos, que levam a novas revelações, e novas reviravoltas, e de repente você está roendo as unhas porque precisa saber tudo que está acontecendo.

Os protagonistas são perfeitos, com personalidades tão opostas uma a outra que a comédia acontece naturalmente entre eles. Mabel, uma desenhista misteriosa, é séria e rígida, fria em alguns momentos, mas bastante racional e ousada. Charles, um astro de televisão dos anos 90 que ficou famoso por um único papel, é o comedido, o cuidadoso, o que não quer sair de casa mas quer participar. Oliver, por fim, é um diretor de musicais fracassados que tem muita energia, muitas dívidas financeiras e pouca vergonha na cara - o que é perfeito pra história.

Os atores tiram de letra toda e cada cena; o Steve Martin, inclusive, é meu ator de comédia favorito, então vê-lo em ação é sempre uma alegria genuína. Ele é engraçado pura e simplesmente por ser engraçado. E entrega momentos de drama muito bem quando o personagem pede.

Martin Short é a energia desvairada do Oliver em todo momento, mas também equilibra muito bem os problemas do personagem com sua ânsia por consertar e dirigir tudo. E a Selena Gomez está ótima numa Mabel sisuda que tem seus escapes para comédia com olhares que fogem da expressão séria, e muitos palavrões exaltados no momento certo.

Only Murders in the Building também usa muito o prédio, e os arredores, para construir sua história. O prédio é um personagem, tanto quanto é um cenário.

A tristeza de falar sobre histórias de investigação é que eu não posso falar abertamente sobre tudo, só posso garantir que é genial. Quando as reviravoltas da trama principal aparecem, elas são bordoadas na sua cara; o último episódio, então, me fez chorar de tanto rir, pra no final me deixar com os olhos arregalados em puro choque.

Only Murders in the Building é perfeito pra quem procura comédia, drama e uma investigação criminal surpreendente em todos os caminhos que percorre. E a segunda temporada vem aí, então corre pra assistir e ficar em dia com a primeira!