Resenha: Divinos Rivais - Rebecca Ross

Um dos maiores hypes do momento, Divinos Rivais, da autora Rebecca Ross, prometia uma romantasia apaixonante em meio a um cenário de guerra. E digo com tranquilidade que entregou isso e muito mais!

Se gostou desse livro, pode curtir:

• A Maldição do Vencedor, de Marie Rutkoski
• Aliança de Sangue e Honra, de Gabi R. M. Moura
• O Encanto dos Corvos, de Margaret Rogerson
• Reino das Bruxas, de Kerri Maniscalco

Iris e Roman são rivais no jornal onde trabalham. O mundo que conhecem está em guerra. Dois deuses despertaram e estão convocando aliados para lutar por eles. Na cidade onde Iris e Roman vivem, no entanto, a guerra está distante. Os jornais não se importam em cobrir o que não interessa, e aos dois resta uma rivalidade crescente pelo emprego de colunista.

Eles são opostos em tudo. Roman nasceu em privilégio, Iris vivem sozinha com a mãe desde que o irmão foi para o exército. Eles se odeiam por dividirem o mesmo espaço e competirem pelo mesmo trabalho.

Quando Iris começa a receber cartas que parecem ser mágicas, ela nem imagina que estão vindo do seu maior rival. Alguma coisa conecta suas mensagens, e Iris se vê confortável em conversar com esse estranho. Roman, por outro lado, parece cada vez mais encantado pela versão das cartas que conhece de Iris.

A guerra se aproxima, e situações extremas podem colocar os dois a caminho dela. Em meio à rivalidade e divindades, o amor parece florescer da maneira mais inesperada.

Divinos Rivais é um espetáculo. Sabe aquele tipo de livro que você pega e não quer parar de ler até chegar ao fim? É esse.

Vulnerabilidade é uma força que a maioria de nós teme.

A história tem pontos de vista da Iris e do Roman, e essa expansão de POV contribui em muito para a imersão. Quanto mais conhecemos dela, mais queremos conhecer dele. Quanto mais conhecemos dele, mais entendemos que os dois nasceram um para o outro.

O romance é um slow burn delicioso. Não apenas pela questão da rivalidade, mas porque as cartas mantém a identidade do Roman em segredo. Ainda que ele não minta sobre quem é, tem aquele receio em se expor com a certeza de que vai destruir esse pedaço de amizade que construiu com a Iris.

O que direciona a trama são os protagonistas. Do instante em que os conhecemos, com a Iris se despedindo do irmão que está partindo para a guerra, e o Roman como o seu grande rival pelo emprego, o carisma escorre das páginas.

Os fins com frequência se encontravam nos começos.

Iris não é uma personagem fácil, mas eu gostei dela (na maior parte do tempo). O final... Me irritou. A personagem que acompanhamos no decorrer do livro não estava ali nas páginas finais, submissa a uma situação tão absurda que eu queria gritar na cara dela "garota, se liga, toma uma atitude!".

Ela é muito movida pela incerteza e pelo medo. Sua mãe está afundada em depressão, o irmão se foi, Iris está sozinha. Por isso a evolução dela é tão notável - e por isso as atitudes dela no final são tão xoxas e capengas.

Roman, por outro lado, é movido pela cautela. O que é ilustrado em suas atitudes, sua escrita, sua maneira de encarar o mundo e a família - com quem tem uma relação pra lá de complicada.

Divinos Rivais é sobre uma guerra entre deuses e também uma guerra de palavras, de emoções, de incertezas.

Os sentimentos entre os protagonistas espelham o que estão vivendo. Sabe aquela antecipação maravilhosa de um slow burn? A autora segura até o momento certo, o que ajuda a gerar tensão e ansiedade para ver o romance finalmente chegando em algum lugar.

Roman e Iris funcionam tão bem juntos, não apenas como casal, mas como amigos, competidores, confidentes. É uma química que salta das páginas, dos diálogos bem encaixados, dos sentimentos intensos que eles compartilham.

Odiava que seu coração se suavizasse quando ele a olhava.

A edição da Alt ficou linda demais. Eu amei as laterais pintadas (por mais livros que façam isso!), os detalhes das cartas, a diagramação confortável. A tradução de Sofia Soter também está excelente, com ótimas adaptações.

Divinos Rivais tem um finalzinho pra lá de desgraçado, do tipo que te leva a arrancar os cabelos mesmo. Um cliffhanger pra roer os dedos, porque as unhas já foram. Dá um peso maior para o que vem na sequência, e também deixa perguntas que a gente PRECISA ver respondidas.

Sinopse: Após séculos adormecidos, os deuses estão em guerra novamente. No entanto, a única preocupação de Iris Winnow, uma jovem jornalista de dezoito anos, é manter sua família unida e em segurança. Enquanto a mãe de Iris sofre para superar um vício e o irmão está desaparecido em meio às trincheiras da guerra, a melhor forma de a garota atingir seu objetivo é conquistando a vaga de colunista no jornal onde trabalha, a Gazeta de Oath. Enquanto isso, para lidar com suas preocupações, Iris escreve cartas para o irmão. Porém, misteriosamente, elas vão parar nas mãos de Roman Kitt, seu insensível e fascinante rival na redação do jornal. Quando ele passa a responder anonimamente as cartas, os dois criam uma conexão mágica que seguirá Iris até a linha de frente da batalha, em uma busca por seu irmão, pela salvação da humanidade e pelo amor.

Título original: Divine Rivals

Editora: Alt

Autora: Rebecca Ross

Tradução: Sofia Soter

Gênero: Romantasia

Nota: 5+

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