Fazia tempo que a gente não trazia uma entrevista pra cá! Pensando nisso, e aproveitando o lançamento de Enquanto o universo não desmoronar, convidamos a nossa querida autora Adrielli Almeida para falar um pouquinho sobre o livro e seus processos criativos!
Lembrando que o livro está em pré-venda. Você pode garantir essa belezura aqui!
Entrevista com a autora - Adrielli Almeida
- Adrielli, queria que você começasse apresentando um pouco a história através do título! Enquanto o universo não desmoronar é uma escolha bem interessante. Como ela fala da história e dos personagens?
Eu gosto muito de títulos longos e sei que eles são poucos práticos, mas
quando eu escrevi a cena que deu título ao livro eu soube na hora que
ele era o escolhido.
Esse título conseguiu encapsular toda a essência da história, toda essa aura de sentir que algo está prestes a ruir, então é melhor viver a vida enquanto isso não acontece e, na minha visão, isso é a energia todinha de Enquanto o universo não desmoronar — só que no caso deles algo já deu errado e agora eles estão tendo que lidar com as consequências disso.
Em 2015 eu perdi minha tia materna. Eu tinha 17 anos, estava em ano de
vestibular e, de repente, minha vida familiar entrou em crise. Foi um acidente
grave e eu vi minha mãe perder uma das grandes pessoas da vida dela. Eu entalei
na escrita depois disso e o luto dentro de mim era como um animal ferido.
Quando sentei para escrever Enquanto o universo não desmoronar eu queria conversar sobre como eu estava entendendo o meu luto e, no começo, era só isso; quase um desabafo. Demorei 5 anos para conseguir finalizar o primeiro rascunho porque eu tinha pavor de terminar essa história, não queria encarar isso de frente.
No meio do processo todo eu comecei a perceber que estava escrevendo sobre o luto sob a perspectiva de duas pessoas muito diferentes e a história foi se transformando em outra coisa.
Enquanto o Rodrigo é uma pessoa que foi colocada em um lugar de sofredor, a Alice foi colocada em um lugar de espetáculo mórbido e a história, no fim, é sobre como cada um lidou com seus lutos e sobre o quanto cada um sabia sobre as pessoas que perderam.
Eles perderam uma pessoa em comum — Isabelle — que tinha um peso diferente na vida de cada um, então não tinha como eles sentirem a mesma coisa, da mesma maneira... Mas ainda assim aquele sentimento de entendimento mútuo estava ali. Eu quis explorar isso, enquanto os dois fechavam os 17 anos e decidiam o que fariam da vida daquele momento em diante.
Esse título conseguiu encapsular toda a essência da história, toda essa aura de sentir que algo está prestes a ruir, então é melhor viver a vida enquanto isso não acontece e, na minha visão, isso é a energia todinha de Enquanto o universo não desmoronar — só que no caso deles algo já deu errado e agora eles estão tendo que lidar com as consequências disso.
- Como a Alice e o Rodrigo nasceram? Conta um pouco pra gente do processo de criação desses personagens e das jornadas individuais deles.
Quando sentei para escrever Enquanto o universo não desmoronar eu queria conversar sobre como eu estava entendendo o meu luto e, no começo, era só isso; quase um desabafo. Demorei 5 anos para conseguir finalizar o primeiro rascunho porque eu tinha pavor de terminar essa história, não queria encarar isso de frente.
No meio do processo todo eu comecei a perceber que estava escrevendo sobre o luto sob a perspectiva de duas pessoas muito diferentes e a história foi se transformando em outra coisa.
Enquanto o Rodrigo é uma pessoa que foi colocada em um lugar de sofredor, a Alice foi colocada em um lugar de espetáculo mórbido e a história, no fim, é sobre como cada um lidou com seus lutos e sobre o quanto cada um sabia sobre as pessoas que perderam.
Eles perderam uma pessoa em comum — Isabelle — que tinha um peso diferente na vida de cada um, então não tinha como eles sentirem a mesma coisa, da mesma maneira... Mas ainda assim aquele sentimento de entendimento mútuo estava ali. Eu quis explorar isso, enquanto os dois fechavam os 17 anos e decidiam o que fariam da vida daquele momento em diante.
- Se você pudesse definir o seu livro em três palavras, quais seriam?
- Luto é uma temática bem intensa, e com certeza se relaciona a todos os leitores que vão conhecer a história. O que mais vamos encontrar nesse livro?
A história fala muito sobre luto, mas também fala sobre o que acontece durante os bons momentos em que a saudade dá uma trégua e acredito que os leitores vão encontrar relacionamentos improváveis e segredos pequenos, mas capazes de mudar universos inteiros (com o perdão do trocadilho).
- De todos os personagens, se você pudesse passar um dia com um deles, qual escolheria e por quê?
- Dá uma palhinha pra gente: qual a sua cena favorita no livro? Sem spoilers, só fala pra gente já se preparar!
- Você é uma autora muito versátil. Da ficção especulativa para o contemporâneo, qual o estilo de história que você acha mais desafiador?
- Pra encerrar a entrevista, conta pra gente que sensação que você espera que a história da Alice e do Rodrigo deixe no coração dos leitores.
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