Uma revolução entre o sol e a lua é uma ficção científica fantástica de Mariana Cardoso (que cedeu o exemplar em cortesia para a resenha). Na trama, acompanhamos uma garota escolhida para deixar seu mundo para trás em busca de um tesouro que pode impedir duas nações de entrar em guerra.
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Anuki é uma bruxa. Ela vive em Láquesis, um plano que existe em paralelo à Terra. Foi escolhida entre vários outros para ingressar numa missão que envolve ser transportada para o plano terrestre, para o Rio de Janeiro pós-desastres naturais, mais precisamente, em busca da Flor de Cronos. Um elemento que promete impedir a grande guerra que ameaça se instaurar sobre sua terra natal.
Na Zona 16 do Rio de Janeiro, Anuki percebe que nenhum treinamento a preparou para o horror que é essa realidade. Mas nem tudo é tão terrível assim. Um encontro inesperado com uma adorável e corajosa sobrevivente, Diana, coloca Anuki em uma nova jornada: a de entender seus sentimentos e, talvez, se deixar levar pela liberdade que eles provocam.
Uma revolução entre o sol e a lua é uma história criativa e cativante. Desde as primeiras páginas, Mariana Cardoso fisga a nossa atenção com a peculiaridade dessa realidade em que Anuki vive. Tem traços do que conhecemos como a humanidade, mas magia, elementos e alguns toques de ficção científica a separam do conhecido, tornando as descobertas que vem com a narrativa instigantes.
A história cresce a partir do momento em que Anuki pisa na Terra. Deixa os ares fantásticos de lado, ainda que a magia permeie seus passos, e abraça a atmosfera distópica de um mundo devastado por problemas climáticos, pela avareza e pelo descuido que os humanos tiveram com a natureza. Todo o rancor dos habitantes de Láquesis com a Terra vem justamente disso: o peso do que aconteceu com a Terra, e a certeza de que tudo que restou nesse território só serve para salvá-los.
Uma vez na Zona 16, no entanto, Anuki passa por uma jornada de descobrimentos. Ela confronta tudo o que foi ensinada, passa a sentir as nuances complicadas do que é ser humano e existir em meios distópicos. Tudo isso, principalmente, quando conhece a Diana.
- Mas ainda estamos aqui. Sobreviver é resistir também.
Forte e resistente, Diana faz parte do Clube do Solar, que busca abraçar a cultura, a leitura e a arte em uma realidade onde a sobrevivência é a única coisa que realmente importa. Com uma Milícia opressora batendo à sua porta, as reuniões do clube, a mera existência dele, já é resistência.
Uma revolução entre o sol e a lua faz um desvio interessante do que eu esperava da história a partir daqui. Coloca sua protagonista para questionar, para viver e para entender que, até então, entendia tão pouco da vida e do que é viver plenamente. É em meio às ruínas, longe da magia, escondida da própria identidade, que Anuki passa a viver.
A found family que se forma no Clube do Solar é muito querida. As personagens Greta e Jonas formam essa reunião de personalidades queridas, que dá aquela sensação de segurança e de que a protagonista pode ficar em paz. Ali, ela está entre amigos.
Ainda que tenha seus momentos de ação e de reviravolta, de fantasia e de sci-fi, essa história foi mais aconchegante do que qualquer outra coisa. Pelo found family, pelas reflexões da Anuki, e principalmente pelo romance que nasce de um slow burn muito adorável e se desenvolve num ponto tão forte da trama principal.
Ambas as personagens são inteligentes, trazem embates interessantes pelos mundos distintos que habitavam até então, e se encontram nesse conluio de ideias e do destino que as colocou no mesmo caminho.
Perguntei-me a cada passo o que era eu e não o que me fizeram ser.
Se eu tenho uma única crítica à leitura, é que o começo dela acabou me deixando mais confusa do que eu esperava. Fantasia e ficção científica tendem a ser uma montanha russa de "o que está acontecendo aqui?" até você se familiarizar com tudo, mas senti que faltou espaço, enquanto a protagonista ainda estava em sua realidade, para nos explicar mais cuidadosamente sobre a missão, a magia e as realidades.
De resto, Uma revolução
entre o sol e a lua é mais uma excelente história de literatura fantástica
e ficção científica e entrega até mesmo aquela sensação aconchegante que está
tão em alta nos livros. Tem seus momentos de ação, um grande mistério, mas o
coração do livro é justamente o coração das personagens.
Se você curte livros
como Salmo para um robô peregrino e A longa viagem a um pequeno planeta hostil,
vai curtir essa leitura!
Sinopse: Anuki é uma bruxa de Láquesis, cidade em um plano paralelo à Terra. Após um treinamento exaustivo, ela é enviada para sua primeira missão na Zona 16, local que um dia fez parte do Rio de Janeiro. Apesar do ódio que os laquesianos sentem pelos humanos por terem destruído a natureza de Gaia, eles dependem dos elementos naturais do planeta para extrair sua magia. Anuki parte em busca do elemento de maior interesse para os bruxos: a Flor de Cronos, que promete afastar a possibilidade de uma guerra contra a humanidade. Ao decorrer de sua missão, entre a crueldade da Milícia e as condições climáticas severas, Anuki encontra o Clube do Solar e Diana, uma jovem que mora em um dos únicos locais preservados da Zona 16. Curiosa, Anuki se vê cada vez mais interessada em Diana e precisa decidir o que é mais importante, sua missão e lealdade ao seu povo ou os novos sentimentos que acabara de descobrir pela humana.
Título original: Uma revolução entre o sol e a lua
Autoria: Mariana Cardoso
Autoria: Mariana Cardoso
Editora: Independente
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