Vizinho Infernal (Editora Alt), de Myriam M. Lajardi, foi a leitura de setembro do Clube do Livro do QEL. Na história, Milena vai fazer de tudo para mandar seu vizinho, literalmente um demônio, de volta para o inferno. Enquanto isso, ele vai fazer de tudo para ficar na terra. Inclusive tentar convencer Milena, que é advogada, a defendê-lo em seu julgamento.
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A premissa básica é essa: certo dia, Milena dá de cara com um novo morador do prédio e já o odeia. A partir dai, a cada novo encontro, ela fica mais e mais convencida de que ele é um demônio. Ou, no mínimo, está possuído por um.
E não está errada, embora Bel demore muito para revelar isso a ela. O caso é que Bel tem a chance de se provar digno do céu passando 6 meses na terra. Porém, ele não quer ir para o céu. E nem voltar para o inferno. Para o desgosto de Milena, ele quer ficar na terra. E, para isso, contrata seus serviços como advogada.
O problema é que quanto mais tempo eles passam juntos, mais as defesas de Milena vão amolecendo. Será que o que começou como ódio a primeira vista, pode se tornar amor?
Eu estava bem empolgada com Vizinho Infernal, já tinha visto muitos elogios. Então estava esperando uma história divertida e meio Law and Order. Uma coisa onde o romance vai se desenvolvendo conforme eles vão trabalhando juntos, um céu e inferno burocráticos e coisa e tal.
Infelizmente não foi bem o que recebi.
Inclusive, no fim da leitura, cheguei a conclusão de que esse é um livro bem 8 ou 80. Ou você adora, ou detesta. Infelizmente, fiquei no último caso.
A Milena é uma protagonista muito, muito chata. E eu entendo porque ela foi construída dessa forma, especialmente para ter esse conflito com o Bel, que tem uma personalidade convencida e egocentrica. Uma coisa meio Lúcifer, a série de TV, sabe?
Mas eu sinto que, em algum momento de Vizinho Infernal, a chatice da Milena precisava ceder para que o relacionamento entre ela e o Bel funcionasse. Mas isso só vai acontecer lá pras últimas 70 páginas. E a essa altura do campeonato não tinha nada que ela pudesse fazer pra me ganhar.
Também sinto que passamos muito tempo girando em torno do mesmo assunto. Tem muita coisa repetitiva na história, que faz com que ela ande muito lentamente. O livro poderia fácil ter menos umas 100 páginas.
Mas Vizinho Infernal não foi de todo ruim pra mim. Tem alguns momentos engraçados, especialmente quando estamos lidando com Belzebu e Miguel e Lúcifer e todas as artimanhas do Bel para ficar na Terra.
Mas acho que foram cenas muito curtas. Ou talvez fosse só a Milena sendo muito insuportável mesmo que fez parecer que toda cena onde ela estava presente se arrastasse por mais tempo que deveria.
Outra coisa que me decepcionou foi o aspecto legal da história. Toda a premissa é a Milena ajudando o Bel em seu julgamento, mas em nenhum momento a história trabalha a parte Legal. Eles não procuram precedentes ou coisa do tipo. Não tem formulários do Céu que podem preencher, não tem preparação para o julgamento. Nada do tipo. As vezes eles mencionam o julgamento, mas o mais perto que chegam a fazer algo a respeito é quando a Milena e o Bel saem juntos pra que ela possa "corrigir" o comportamento dele e ajudar ele a entrar no céu.
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O julgamento em si foi muito anticlimático. Eu estava esperando muito mais. Sem contar as piadocas do estilo Comédia & Risadas que foram bem vergonha alheia.
Eu queria tanto ter gostado desse livro, eu fui tão empolgada. Mas depois que passei da página 100 realmente não consegui. Foi decepcionante pra mim.
Mas, como eu disse, acredito que seja uma história bem 8 ou 80. Eu entendo porque as coisas estavam acontecendo como aconteceram e porque os personagens são como são. Mas histórias assim raramente vão funcionar comigo. Se ela me cansa antes das 100 páginas já é bem provável que eu não vá gostar.
Mas leitores mais resilientes podem ter uma experiência melhor. Vizinho Infernal foi um livro que dividiu opiniões no Clube do Livro do QEL, então ficou bem claro que ele pode agradar. Especialmente se as suas expectativas vão mais alinhadas do que as minhas, porque realmente me venderam um livro diferente do que eu li.
Sinopse: A jovem advogada Milena sempre achou que seu vizinho era estranho. Mas, depois de uma sequência de acontecimentos bizarros, ela tem certeza: Bel é literalmente um demônio. E o plano dela é claro: exorcizá-lo e mandá-lo de volta para o inferno. O único problema? Bel é charmoso, provocante, rebelde e não pretende ir a lugar nenhum. DJ em uma boate chamada Inferno, ele está decidido a manter sua vida na Terra ― mas, para garantir sua permanência, ele vai precisar da assistência jurídica de Milena. Enquanto ela tenta cumprir a missão de devolvê-lo para o inferno, ele aposta todas as fichas em seu poder de sedução milenar para convencê-la a ajudá-lo. Milena está determinada a resistir, e Bel acredita que tudo não passa de uma estratégia para alcançar seus objetivos. Mas, à medida que passam mais tempo juntos, uma atração intensa e ardente se instala ― e seguir com seus planos se torna cada vez mais difícil para ambos. Entre tentativas de exorcismo, cláusulas contratuais e noites de tirar o fôlego, Vizinho Infernal é uma comédia romântica com um toque sobrenatural de volume único cheia de química, humor afiado e reviravoltas apaixonantes.
Título original: Hellfriend
Autoria: Myriam M. Lajardi
Tradução: Karoline Melo
Editora: Alt
Gênero: Fantasia Urbana
Nota: 2,5
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