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Controle Remoto: Eu Não Sou um Homem Fácil

Publicado em 8 de mai. de 2018

Controle Remoto: Eu Não Sou um Homem Fácil

Eu não sou um homem fácil é um filme francês original da Netflix que estreou na plataforma no mês de abril e conta a história do publicitário Christophe, que após bater a cabeça acorda em um mundo dominado pelas mulheres.

Christophe é um homem branco, bem de vida e hétero que desfruta de todos os privilégios do patriarcado, além de super machista. Mas vê seu mundo mudar completamente ao bater a cabeça em um poste e, acordar em um mundo dominado pelas mulheres.

Nessa nova versão de mundo, os homens que se "arrumam" para as mulheres - são eles que se depilam, usam roupas curtas e chamativas -, também são eles que sofrem com o "relógio biológico", que ocupam cargos inferiores, que tem sua capacidade intelectual e cognitiva subestimada, que são taxados de "fáceis". Enfim, todos os privilégios que os homens tem, por menores que sejam, passam para as mulheres.


Controle Remoto: Eu Não Sou um Homem Fácil

E ele precisa aprender a viver nesse novo mundo, uma vez que não consegue reverter as coisas. Porém, tão acostumado com sua vida de privilégios, ele não consegue parar de advogar pelos "direitos dos homens", que é rapidamente interpretado como seu desejo por igualdade entre homens e mulheres, e logo ele faz parte dos movimentos "masculistas".

Eu Não Sou um Homem Fácil rende boas risadas, ao mesmo tempo em que nos deixa enraivadas. As situações pelas quais ele passa são tão ridículas que chegam a ser hilárias, mas também são exatamente as situações vividas pelas mulheres na nossa sociedade, o que as torna tão detestáveis quanto engraçadas.

Por mais que a gente se sinta vingada ao ver Christophe enfrentando situações semelhantes as que ele perpetrou no passado, não dá para afastar o sentido revoltante que traz essa parte do filme: uma alegoria que busca iluminar a nossa compreensão da opressão de gênero.


Controle Remoto: Eu Não Sou um Homem Fácil

Porém, apesar da ideia geral ser muito boa, senti que ficou faltando uma conclusão. A personagem de Christophe passa o filme inteiro lutando contra o status quo feminino, e eu esperava que seu arco de desenvolvimento envolvesse um crescimento pessoal a respeito da forma como ele tratava as mulheres e se beneficiava do patriarcado, e em vez disso, tudo que o filme me passou foi que agora ele acreditava que podia se apaixonar e casar com alguém.

Não soou como um desenvolvimento coerente com a história de fundo e muito menos importante dentro da história estabelecida. Ficou parecendo apenas um cabo de guerra para ver quem dominava o outro - o que nem de longe me soa como uma história de amor.

Christophe foi machista, e depois sofreu com o sexismo, experimentando a opressão e o peso duplo como as mulheres enfrentam hoje em dia, mas em vez de sair da história com um aprendizado, uma evolução, ele simplesmente consegue tudo que quer sem qualquer crescimento pessoal.


Controle Remoto: Eu Não Sou um Homem Fácil

Para além da falta de desenvolvimento da personagem principal, fica a questão sobre o fim, que para mim não concluiu história alguma ou fez qualquer ponto a respeito do plot principal. 

No fim, Eu Não Sou um Homem Fácil não me parece a pérola feminista que vi em resenhas até agora, mas vale a pena pela discussão inicial e pela forma como nos faz pensar no machismo, agora que a situação se inverteu. Indicado especialmente para quem tem medo de se identificar como feminista ou que não acredita na opressão das mulheres.

7 comentários:

  1. Olá...
    Adorei o post!
    Ainda não conhecia esse filme, mas, adorei conferir suas impressões... Tenho certeza que é uma história extremamente divertida, afinal, essa troca de papéis é um tanto inusitada, né? Mas, o mais interessante é ter um filme que abre essa questão do machismo... Preciso assistir o mais rápido possível!!!
    Valeu pela dica ;)
    Bjo

    http://coisasdediane.blogspot.com.br/

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  2. Olá...
    Adorei o post!
    Ainda não conhecia esse filme, mas, adorei conferir suas impressões... Tenho certeza que é uma história extremamente divertida, afinal, essa troca de papéis é um tanto inusitada, né? Mas, o mais interessante é ter um filme que abre essa questão do machismo... Preciso assistir o mais rápido possível!!!
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    Bjo

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  3. Oi Bibs! Eu já olhei umas 10 vezes esse filme na Netflix, mas ficava na dúvida se assistia ou não, agora quero ver, mas não vou ter expectativas com o protagonista rs

    Bjs, Mi

    O que tem na nossa estante

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  4. Oi, Bibs!
    Bom, como eu não me encaixo em nenhuma das categorias para quem você indica esse filme, acho que vou passar a dica.
    Beijos
    Balaio de Babados

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  5. OI, Bianca
    Minha tia está assistindo o filme agora e até me surpreendi por ele ser um pouco engraçado, porque todos os filmes franceses me dão a impressão de que são chatos e parados. Achei também que o personagem principal também teria um desenvolvimento pessoal, infelizmente não é o que acontece, isso é muito nada a ver com a proposta da obra, o que é uma pena.
    Beijos

    http://www.suddenlythings.com/

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  6. wonderfull post dear i like this movie,thanks for sharing..

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  7. Olá
    Eu vi esse filme por indicação em um comentário no meu blog. Eu gostei do filme e achei que ele trás discussões bem interessantes, mas acho que a ideia foi melhor do que o produto final. Não gostei daquele final e sinto que ficou faltando bastante coisa pra ele ser maravilhoso. Claro que é um ótimo filme pra iniciar uma discussão sobre machismo, feminismo e afins, mas não é um manual de como se portar.

    Vidas em Preto e Branco

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