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Com uma história intrincada por dramas pesados, escravidão, um império cruel e inescrupuloso, uma rebelião severa e fria, e personagens sofridos pela vida, Sabaa descreve uma obra épica de tirar o fôlego, construindo cenários desérticos fascinantes e o começo de uma guerra sangrenta.
O campo de batalha é o meu templo. A lâmina da espada é a minha sacerdotisa. A morte é a minha oração. O morte é a minha libertação.
Laia é uma escrava; filha de dois rebeldes há muito mortos que só quer viver em paz com os avós e com o irmão mais velho, a quem ela muito admira. Quando soldados mascarados do Império invadem sua casa, matam seus avós e levam o seu irmão, acusando-o de conspirar contra o governo, Laia percebe, amedrontada, que ela é a única esperança de salvação que ele tem.
A menina aventura-se até os túneis onde pretende encontrar a rebelião e explicar o mal entendido, e acaba se envolvendo com eles a níveis estratosféricos; para salvar seu irmão, ela é enviada até a academia Blackcliff, onde os Máscaras são treinados para o exército. Como escrava da Comandante, a mais temida e perigosa mulher do Império, Laia precisa sobreviver e encontrar informações para ajudar a rebelião. Para sobreviver, ela precisa ser a garota corajosa que nunca foi.
Do outro lado da história, numa realidade diferente, mas não menos perturbadora, está Elias. Ele é filho da Comandante - um órfão de mãe, praticamente, uma vez que a Comandante o largou para morrer - e um dos aspirantes a imperial mais bem treinado da academia. Elias, no entanto, detesta o Império; ele quer voltar a ser livre.
Quer desertar e, com isso, deixar toda aquela história sangrenta para trás; quando ele é convocado para um torneio; quatro desafios que determinarão o próximo Imperador, sua deserção cai pelo abismo. Ao lado da melhor amiga Helene, Elias precisará confrontar seus maiores medos e horrores para tentar sobreviver aos desafios. Depois deles, quem sabe, existe a liberdade.
Através de uma narrativa fluida e emocionante, Sabaa constrói personagens vivos e ricos e extremamente estilhaçados. Não existe um personagem com quem você não se emocione; mesmo a Comandante, com toda a sua crueldade monstruosa, é humana, no fim das contas. Sabaa destrincha cada personalidade de tal maneira que desenvolve os personagens sem que você sequer note; a sensação que se tem é que eles sempre estiveram na sua vida.
Laia é uma menina contida em suas fraquezas, ciente delas e totalmente ok com a sua existência. Não há nada de heroico ou potencialmente badass em Laia; ela é uma garota querendo salvar o irmão, só isso. Não existe na Laia uma promessa de líder rebelde, de um símbolo para um levante.
Ela é frágil e indecisa, muitas vezes temerosa demais para a própria sorte, mas existe coragem no seu medo. Ela é forte porque ela é filha da leoa - como chamavam a sua mãe na rebelião - e ela é forte porque seu irmão precisa que ela seja. Ela é forte porque ela é Laia e ela é uma chama entre as cinzas, tal como Elias.
Há dois tipos de culpa: o tipo que te afoga até te inutilizar completamente, e o tipo que dispara sua alma para algum propósito.
O filho da Comandante é tudo, menos fraco. E é por esse motivo que eu considero Elias ainda mais frágil e quebrado do que a Laia; o fato de ele ter sido criado desde pequeno a duras penas, de ter vivido situações extenuantes e de ter visto tanto horror no mundo, de ter matado e ter lutado em tantas batalhas que não eram suas construiu marcas que só o tempo pode apagar - se puder.
Ele quer a liberdade porque ela é o escape para tudo o que Elias viveu; ele quer deixar a academia para trás, mas isso significa abandonar tudo o que conhece e tudo o que ele é - isso significa que precisará abandonar Helene.
Helene é outra aspirante a Máscara, uma guerreira de corpo e alma, totalmente focada no seu dever e na honra que ele carrega - mas uma menina, acima de tudo, com problemas e traumas e medos arrebatadores. Os dois se entendem, se amam e se afastam por causa desse amor; Elias, principalmente, porque ele tem medo de perder a sua Helene uma vez que entenda o que se passa em seus corações.
Durante o torneio, ambos vivenciam situações que certamente voltarão para assombrá-los no livro 2. A linha que os liga está se quebrando, mas ainda existe e eu ainda acredito nela! A Helene é tão forte e impressionante.
A coisa que eu mais adorei neste livro foi o fato de não haver completos mocinhos. Todos têm um que de anti-heroísmo, seja pelo egoísmo, pela necessidade da fuga, seja pelo coração cruel ou simplesmente o fato de não prestar atenção em quem está confiando.
Outros personagens, além dos protagonistas, roubam as cenas sempre que aparecem; Keenan é o guerreiro contido e enigmático que se aproxima de Laia para ajudá-la a ajudar a rebelião. É um curandeiro cuja vida se dedica à luta pela queda do Império, mas cujo coração está na lealdade às pessoas, acima da causa.
Izzi é a menina da cozinha, uma escrava que se torna amiga da Laia e que a ajuda a manter-se à sombra da Comandante. Ela sofreu terrivelmente nas mãos da imperial quando era pequena e carrega essas memórias assombrosas na própria pele; tanto ela quanto a cozinheira, uma ex-rebelde misteriosa cujo passado ainda não foi revelado.
A Comandante é um show à parte. QUE VILÃ! Que coração sombrio, que motivações mais vis! Ela é um monstro, pura e simplesmente, que demonstra pequenos momentos de fraqueza humana em determinados momentos do livro - sempre na presença do filho, Elias, o que me faz acreditar ainda mais na parte do seu coração que ainda pode ser salva.
Acho que o único ponto falho para mim, pelo menos na releitura, foi o romance. Todos os casais soaram artificiais demais, especialmente o que envolve os protagonistas; instalove demais, sabe? Não me convenceu e mais me encheu as paciências atrapalhando as motivações deles do que serviu pra causar alguma emoção.
Em parte fantasia, Uma chama entre as cinzas também constrói uma nova mitologia a respeito do misticismo e das coisas mágicas e das criaturas que se escondem nas sombras.
Lentamente, descobrimos junto a Elias e Laia que as trevas estão acordando, e que o Império pode estar por trás dessa ressurreição; monstros de histórias fantasiosas habitam o seu mundo, e eles estão atrás das pessoas. Um deles, o Portador da Noite, um rei cujo povo foi massacrado por humanos e que agora busca vingança, conspira junto a um personagem importante da trama.
A história da Sabaa fala sobre os seus personagens, grita sobre as suas histórias, e abre espaço para uma série que com certeza vai carregar grandes mensagens de superação em seus próximos volumes.
Sinopse: Laia é uma escrava. Elias é um soldado. Nenhum dos dois é livre. No Império Marcial, a resposta para o desacato é a morte. Aqueles que não dão o próprio sangue pelo imperador arriscam perder as pessoas que amam e tudo que lhes é mais caro. É neste mundo brutal que Laia vive com os avós e o irmão mais velho. Eles não desafiam o Império, pois já viram o que acontece com quem se atreve a isso. Mas, quando o irmão de Laia é preso acusado de traição, ela é forçada a tomar uma atitude. Em troca da ajuda de rebeldes que prometem resgatar seu irmão, ela vai arriscar a própria vida para agir como espiã dentro da academia militar do Império. Ali, Laia conhece Elias, o melhor soldado da academia — e, secretamente, o mais relutante. O que Elias mais quer é se libertar da tirania que vem sendo treinado para aplicar. Logo ele e Laia percebem que a vida de ambos está interligada — e que suas escolhas podem mudar para sempre o destino do próprio Império.
Título original: An Ember in the Ashes
Autora: Sabaa Tahir
Editora: Verus
Tradução: Jorge Ritter
Gênero: Fantasia / Aventura
Nota: 4
Ok, ok, ok...
ResponderExcluirvocê me convenceu: eu preciso ler esse livro!
Até então eu não tinha despertado a minha curiosidade para lê-lo, daí li sua resenha e vou sair daqui do blog direto para pesquisar os preços... rsrsrsrs
xoxo
Mila F.
@camila_marcia
www.delivroemlivro.com.br
Oi Denise td bem?! Mulher que resenha é esta?! Impossível não sair daqui e querer ir que nem uma loca atrás desse livro, é o segundo blog que fala muitas coisas boas sobre ele e eu já estou doida! Parabéns!
ResponderExcluirConheci o seu cantinho hoje e obvio que já estou seguindo por aqui! Se quiser passar lá no meu cantinho será sempre bem vinda ;)
Beijos,
Joi Cardoso
Estante Diagonal
Uau que livro, esse vai ficar na lista de espera por que tem vários na frente mas amei a resenha,parece ser um ótimo livro.
ResponderExcluirhttp://blogradioactive.blogspot.com.br/
Oi Denise,
ResponderExcluirÉ a primeira resenha que leio sobre o livro e adorei. Como a Joi, quase saí correndo pra comprar, mas no momento ta ruim HAHAHA
Fiquei bem interessada na leitura do mundo que a autora criou, apesar que forte envolver escravidão. E amei essa coisa da 'mãe leoa'.
Capa linda, ainda bem que a editora manteve né?
P.S.: Ah, Eleanor & Park é muito amorzinho...adorei mesmo ♥
tenha uma ótima semana.
Nana - Obsession Valley
Esse livro parece ser sensacional!!!
ResponderExcluirSua resenha, como sempre, cheia de surtos... do jeito que eu gosto xD
Beijos,
Surtando com palavras
Esse foi um dos melhores livros do ano e olha que peguei pra ler não dando nada para ele, só por indicações gringas. Amei os personagens, o sobrenatural, todas as possibilidades que os próximos livros podem ter. Tomara que a Verus não demore a lançar o segundo porque to bem ansiosa.
ResponderExcluirBjs, @dnisin
www.sejacult.com.br