Resenha: Os Imortalistas - Queria Estar Lendo

Resenha: Os Imortalistas

Publicado em 29 de ago. de 2018

chloe benjamin

Os Imortalistas é um livro de Chloe Benjamin, que foi publicado pela HarperCollins e nos cedido para resenha. Com uma narrativa simples e bonita, que vai te pegar pela mão e te levar para dentro da vida dos irmãos Gold.
Sinopse: É 1969 no Lower East Side de Nova York e os rumores na vizinhança são sobre a chegada de uma mulher mística, uma vidente que se diz ser capaz de dizer a qualquer um qual será o dia de sua morte. As crianças Gold – quatro adolescentes que estão começando a conhecer a si mesmos – saem de casa sorrateiramente para saber sua sorte. As profecias informam as próximas cinco décadas de sua vida. Simon, o menino de ouro, escapa para a costa oeste, procurando por amor na São Francisco dos anos 80; a sonhadora Klara se torna uma ilusionista em Las Vegas, obcecada em misturar realidade e fantasia; Daniel, o filho mais velho, luta para se manter seguro como um médico do exército após o 9 de setembro; e Varya, a amante dos livros, se dedica a pesquisas sobre longevidade, nas quais ela testa os limites entre ciência e imortalidade.  
A história começa com as quatro crianças da família Gold indo visitar uma vidente que, segundo os rumores, é capaz de adivinhar a data em que as pessoas vão morrer. Com essa informação em mãos, cada um deles passa a reagir de maneira diferente em relação a sua vida e a forma de vive-la. A vidente pode ser uma fraude, é verdade, mas a única maneira de descobrirem isso é morrendo (ou vivendo além da data que lhe foi dada).

Passado o capítulo inicial com a apresentação dos personagens, a premissa da história e a separação da família, o livro então passa a ser dividido em quatro partes. Cada uma dessas partes é narrada pelo ponto de vista de um personagem, até o seu desfecho, então passando para o próximo.

chloe benjamin

Primeiros temos Simon, o mais jovem de todos e primeiro a partir, que foge para São Francisco em uma gana de viver a vida e ter todas as experiências que puder. Sendo um adolescente gay na década de 80, o caçula dos Gold faz parte de grandes acontecimentos da comunidade LGBT da época, nem todos eles positivos.

É impossível não se conectar com Simon, o mais carismático dos quatro irmãos, e entender seus tormentos, mesmo quando julgamos suas más decisões. O caçula da família é simplesmente muito cheio de vida, para o bem ou para o mal. E foi com dor no coração que nos despedimos dele para dar espaço a Klara.
Ela sempre pensou no lar como um destino físico, mas talvez Raj e Ruby sejam lar o suficiente. Talvez o lar, como a lua, a seguirá para onde ela for.
Ela que sempre teve o sonho de ser uma grande ilusionista, mas que deixa sua vida em pausa para se mudar com o irmão e permitir que ele vivesse no auge, e que sempre se sentiu diferente dos demais, com uma conexão além. Klara sempre acreditou na previsão da vidente, na essência do algo a mais, e isso foi parte do que guiou todas suas escolhas em vida (e em morte).

Posso ter amado Simon, mas Klara é a personagem que melhor entendi, por quem mais senti. Queria que ela tivesse sido tão feliz quanto ela gostaria, quanto ela merecia. O sonho de ser uma grande ilusionista não passava por Las Vegas, mas ainda assim é lá que ela vai parar, com seu marido e sua filinha Ruby. Talvez eu me identifique com algo de sombrio que havia dentro dela, a pequena pontinha de descontentamento, aquele mínimo detalhe que impede a felicidade completa. Mas a questão é que Klara era maravilhosa, mas doía. E doeu até o fim.
Dentro de Klara um longo caule se entorta e parte. Sempre, é assim: a família que a criou e a família que ela criou, puxando-a em direções opostas.
Então chegamos aos irmãos mais velhos, e menos carismáticos. Daniel foi um personagem com o qual não tive conexão ou empatia, e até mesmo quando me interessei por sua jornada – mais próximo ao fim -, ainda não consegui me importar o suficiente. Pode ter sido o azar de ele ter vindo logo após a Klara, é verdade, mas a sua narrativa não me segurou como eu gostaria. Foram-se os irmãos artísticos, eis os metódicos e pragmáticos.

chloe benjamin

Por fim, temos Varya e sua vida tão vazia que chega a dar pena. E raiva. Mas o que se inicia com uma narrativa fria e distante vai se provando uma história complexa e cheia de camadas. Varya me intriga, e me peguei gostando dela mais do o esperado. O problema da personagem, agora já sozinha e apenas com a mãe em um asilo, é que na ânsia pela longevidade ela acabou por esquecer de viver. E quem pouco vive, morta está.
- Não me importo com relevância. Me importo com a família. Há coisas que você faz por pessoas que fizeram isso por você.
- E há coisas que você faz por si mesmo.
Os Imortalistas é um romance sobre família, vida e escolhas. Sobre saber viver a vida que temos, e a vida que queremos ter.

Título original: The Immortalists
Autora: Chloe Benjamin
Editora: HarperCollins
Gênero: Romance
Tradução: Santiago Nazarian
Nota: 5
Skoob


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12 comentários:

  1. Oiii Duda

    Não consegui gostar da Varya, de todos foi a personagem que menos gostei, pragmática e fechada demais. Curioso que quando comecei a obra pensei que se tornaria minha favorita por amar livros e tal.
    Klara foi com quem mais conectei, tb sou sonhadora e consegui entender a perosnagem tão bem, sofri demais com seu fim.
    Daniel não fede e nem cheira, mas ainda assim pra mim foi bem melhor que a Varya.
    E Simon é ótimo, carismático, humano e muito emotivo, chorei com sua trajetória.

    Beijos

    www.derepentenoultimolivro.com

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  2. Oi Duda!
    Mano, eu achei a história desse livro extremamente viajada KKKKKKKKK, mas muito diferente também. Quando eu bati o olho na livraria eu achei que fosse algo com bruxo, não vou mentir não, mas ai fui ler a sinopse e já tinha lido algumas resenhas e fiquei assustado KKK. Ainda não sei se leria, porque deve ser uma leitura bem pesada. Os dramas dos irmãos me pareceram bem mais do que a sinopse deixa revelar. Mas e confesso que fiquei curioso, não vou mentir. Principalmente para saber como cada um morre KKK.

    Abraços
    David
    http://territoriogeeknerd.blogspot.com/

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  3. Ele está nos meus desejados. Estou bem curiosa com a história e sou apaixonada pela capa desde que vi pela primeira vez.

    www.vivendosentimentos.com.br

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  4. Oi, Duda
    Eu achei muito legal a premissa dessa história mas não ao ponto de querer ler ela, principalmente se tem dois personagens não tão carismáticos, o que não me prende tanto.
    Beijo
    http://www.suddenlythings.com/

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  5. Oi Duda. Quando vi a capa desse livro já me derreti e a premissa é tão original que me conquistou na hora. Adorei saber que os irmãos são bem diferentes e tem personalidades distintas, assim a história fica mais real. Quero muito ler!
    Beijos
    http://espiraldelivros.blogspot.com/

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  6. Oi, Duda!
    Eu não fazia ideia de que a história era narrada em blocos dos irmãos. Já quero agora.
    Menina, eu quando odeio um livro não perco uma oportunidade de espalhar isso para o mundo. É muito ranço dentro de mim e eu tenho que extravasar.
    Beijos
    Balaio de Babados
    Concorra a um exemplar autografado de O que eu tô fazendo da minha vida
    Sorteio de aniversário Balaio de Babados e O que tem na nossa estante. São quatro kits; um para cada ganhador

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  7. Oi Duda,
    Que brisa esse livro! Quero ler HAHA.
    Já estava curiosa por sempre ver o Epic Reads postando, e agora que vi essa questão da morte e tals, minhas posições em Escorpião ficaram louquíssimas pra ler. Me fariam ir nessa vidente, sem dúvida. HAHA

    até mais,
    Nana - Canto Cultzíneo

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  8. Oi Eduarda! A edição da Harper em capa dura é linda!! Quem está lendo no blog é a Keth que já meu deu altos spoilers do livros rsrsrs e sinceramente bateu ainda mais curiosidade. Eu não sei o que faria se soubesse a data da minha morte, quero saber o que cada um faz!

    Bjs, Mi
    O que tem na nossa estante

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  9. Olá, Eduarda.
    Esse livro me prendeu de um jeito que eu não queria mais largar ele. Chorei tanto com o Simon, meu personagem favorito. E me identifiquei com Varya na questão do controle porque eu sou assim. Mesmo achando que todos eles iam morrer ainda fiquei na esperança de que a vidente estivesse errada.

    Prefácio

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  10. Conheci a poucos dias esse livro e achei bem diferente dos demais livros. Ele tem um proposta que para mim foi novidade. Quando se trata de escolhas, familia, se torna bem cotidiana.

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  11. Oi Eduarda,

    Já muitas resenhas positivas sobre esse livro e fiquei curiosa para ler.
    Coloquei na lista de leitura e espero pegar em breve.
    Que bom que gostou da história.
    Bjs e uma boa semana!
    Diário dos Livros
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  12. Oie Duda =)

    Achei a premissa desse livro super interessante e original. A sua é a primeira resenha que leio sobre ele, e confesso que fiquei bem curiosa para saber como a autora desenvolveu a narrativa e os personagens.

    Tenha uma ótima semana!
    Beijos;***
    Ane Reis | Blog My Dear Library.

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