Controle Remoto: Hanna Gadsby: Nanette - Queria Estar Lendo

Controle Remoto: Hanna Gadsby: Nanette

Publicado em 29 de out. de 2018

Controle Remoto: Hanna Gadsby: Nanette

Hannah Gadsby: Nanette é mais um das dezenas de especiais de stand up nos quais a Netflix vem investindo e onde encontrei alguns comediantes dos quais gostei muito, como a Ali Wong e a Fortune Femster. Era um especial que eu não dava muita coisa, mas aí eu assisti e o mundo parou.

Nem fui eu quem escolheu assistir Hannah Gadsby: Nanette, ele foi uma indicação da própria Netflix, quando terminei Samantha!, e como eu precisava terminar umas coisas para o blog e queria só um barulhinho para me fazer companhia, achei que um especial de stand up ia ser bom.

Mal sabia eu que ia acabar chorando - e não de tanto rir - com Nanette. Eu só fui perceber que aquele era o stand up que todo mundo que eu acho legal na internet estava falando quando ela soltou uma piada sobre assumir que bebês carecas eram feministas iradas, então obviamente tive de parar tudo que estava fazendo para focar apenas na Hannah.

O especial começa com algumas piadas sobre ela saindo do armário para a mãe, outras sobre estereótipos de gênero, então ela passa a explicar sobre as mecânicas de uma piada, que terminam com a punchline, e é aí que ela declara: acho que preciso parar de fazer comédia. E isso porque seu humor sempre foi fazer piada de si mesma, um humor autodepreciativo.


Controle Remoto: Hanna Gadsby: Nanette
"Porque todos vocês sabem que não tem nada mais poderoso do que uma mulher destruída que se reconstruiu"

E a partir daí segue falando da homofobia internalizada com a qual teve que lutar, sobre como usar o humor autodepreciativo nesse caso não é humildade, é humilhante, e segue em diálogos MARAVILHOSOS sobre a condição da mulher, o humor, sobre doenças mentais e arte.

Honestamente, eu queria poder quotar cada frase dita por Hannah no especial. Nada do que ela falou é, realmente, novo para mulheres, mas é sempre algo muito forte e poderoso ver uma mulher dominar a sua história, em vez de ser dominada por ela, e contar sua verdade ao mundo e deixar claro que agora chega.

Eu chorei, eu ri, eu aplaudi, eu queria entrar na televisão e abraçar ela.

Humor sempre foi algo muito abstrato para mim. Eu sempre tive problemas para entender porque eu nem sempre conseguia achar engraçado aquilo do que todo mundo estava rindo. Eu só fui entender quando conheci o feminismo. Eu não ria porque aquelas piadas não queria rir comigo, mas sim riam de mim.

E o especial Nanette é um sopro muito bem-vindo no humor, uma necessidade de reflexão. Porque quando a gente fala de acabar com o patriarcado e o machismo e a misoginia e tudo que deriva disso - inclusive a homofobia - estamos falando de mudar absolutamente tudo na nossa vida, a nossa forma de interagir com tudo, não só em sociedade.

E eu sei que provavelmente todo mundo já falou isso, mas mesmo que tarde, vou juntar minha voz ao coro: assista Hanna Gadsby: Nanette


Um comentário:

  1. Oie Bibs =)

    A Netflix tem tanta categoria escondida rs... Não sabia desses especiais mas achei a proposta bem interessante. É maravilhoso quando assistimos algo que não só nos surpreende mais nos emociona também.

    Vou dar uma procurada nessa categoria =D

    Beijos;***
    Ane Reis | Blog My Dear Library.

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