Depois de muito tempo, retorno ao universo de Tons de Magia com o segundo volume, Um encontro de sombras. Mais uma vez, V.E. Schwab pegou minhas emoções, deu um triplo carpado com elas e me deixou no chão gritando.
Leia a resenha do primeiro livro da série:
Essa resenha vai conter alguns spoilers do volume anterior.
Lila está a bordo de um navio. Ela deu as costas para a Londres Vermelha depois de todas as suas aventuras e, na tripulação do capitão Alucard Emery, parece ter encontrado o suficiente para aquele momento. Com a proximidade de um torneio entre magos, no entanto, o retorno para essa Londres é inevitável.
E, com ele, uma chance de Lila desafiar as regras mais uma vez e provar que aqueles meses de distância da terra e de tudo que era conhecido a ajudaram a se fortificar. Em relação à magia, principalmente.
Kell, por outro lado, tem lidado com os acontecimentos da Londres Branca de maneira arredia. Toda a energia estranha em seu corpo tem alterado seus comportamentos, e os de Rhy, para sempre conectado ao Antari; com os Jogos Elementais, Kell encontra uma saída para toda aquela energia - com um plano mirabolante de Rhy, uma chance para que Kell extravase tudo que tem sentido, sem jamais revelar sua identidade.
Em meio a tudo isso, na Londres Branca, um estranho poder despertou. E, devagar, parece querer se aproximar da Londres Vermelha que pulsa com tanta magia.
Eu queria começar essa resenha com um grande AAAAAAAAAAA porque foi meu sentimento durante toda a leitura. Já ficou bem claro que a Schwab é dona e proprietária do meu coração e, nessa sequência, ela consagrou essa história como uma das mais criativas e chamativas e extremamente cativantes que já li na fantasia.
A jornada de Lila, Kell e Rhy está ligada pelo inesperado, e continua assim nesse segundo volume. Uma garota à deriva no oceano, um Antari perdido com receio do que confrontou, um príncipe perturbado pela vida que foi devolvida a ele. Nunca foi difícil prever os caminhos que a autora conduziria seus personagens e, ô rapaz, como ela me surpreendeu.
Um encontro de sombras é um livro bastante frenético, ao mesmo tempo em que dosa momentos mais leves, diálogos irreverentes e revelações chocantes. Não apenas a Londres Vermelha, mas a Cinza e a Branca são essenciais no que está acontecendo e vai acontecer.
Os Jogos Elementais servem como um pano de fundo muito interessante para tudo que está por vir. Enche a trama de adrenalina, quando acontece, e de tensão, quando está para acontecer. É por causa deles que os caminhos dos personagens se cruzam novamente - mas não do jeito que a gente esperava.
Kell segue um dos meus protagonistas favoritos; turrão e extremamente atencioso com quem ele se importa, Kell está vivendo sob olhares desconfiados e tensos desde os acontecimentos do livro passado. Alguns os culpam, outros os temem; a maioria sabe o que ele representa, como alguém de poder tão grande, e todos saem de seu caminho por isso.
O medo em relação a Rhy é outro grande motivador do personagem, mas em relação à ligação entre eles. À estranheza que ela criou. Um sente o que o outro está sentindo; a dor pertence aos dois; sua existência é dependente.
- As ideias são bonitas e boas, mas as realidades podem ser... menos agradáveis.
Nos Jogos, Kell se permite mentir ao mundo, escondendo seu rosto e sua marca mágica sob uma identidade falsa, o que dá a ele a liberdade de lutar e se esvaziar de toda aquela energia bizarra. Mas dá, realmente, para se livrar disso? Ou ele está fugindo de algo que sempre esteve ali, dentro da sua própria magia?
Eu amei, amei, amei tudo que a Schwab fez com esse personagem, do começo ao fim. Foram arcos de revolta e indignação e de atenção, cheios de ação e de momentos emocionantes.
Do outro lado da moeda, temos o príncipe Rhy; ainda a figura debochada e cheia de planos mirabolantes, mas aqui, também marcado pelos erros que cometeu. Sua marca mágica com Kell é o que o mantém vivo, e essa dívida cobra de cada um deles preços diferentes.
Eu gostei de como ela explorou as sombras do Rhy sem realmente revelar o que estava acontecendo. Manteve o suspense em cima do Kell, por consequência, e deixou todas as cenas solitárias dos dois - e os confrontos - mais chocantes.
E como eu amo o Rhy! Seu coração de ouro, seu jeitinho sarcástico, os sorrisos. Eu atravessaria as quatro Londres por ele.
Poderia ser a morte como um mundo? Teria música?
Por fim, para fechar a trindade protagonista, Lila surge aqui como a garota irreverente, sem farpas na língua e cabeça quente de antes - mas um pouco mais madura também, por tudo que viveu e conheceu.
Ela ainda é movida pela curiosidade e pela ânsia de se provar - para si mesma e para o mundo - como alguém capaz de tudo. Eu gosto como ela não aceita os obstáculos em seu caminho e usa a teimosia para ultrapassá-los. Gosto do seu sangue quente e de como ela não pensa antes de agir; deixa tudo mais dinâmico, mais crível.
Ela é uma garota vivendo num mundo mágico, aprendendo finalmente a lidar com essa magia. Ela é uma ladra, uma sobrevivente, uma pirata. Ela é Lila Bard.
As pessoas sobrevivem sendo cautelosas, mas progridem sendo ousadas.
E ela e o Kell! Eu morri vinte vezes com o desespero e o angst da separação e de como seus caminhos se cruzavam, mas não cruzavam realmente. A Schwab não economiza na dor e no sofrimento que coloca no caminho deles.
Por falar em dor, deixa eu apresentar o novo amor da minha vida: Alucard Emery. Capitão, corsário, sorrisinho salafrário, presença em cena. Eu fiquei completamente APAIXONADA por ele desde o primeiro momento em que apareceu, e no final eu ainda estava morrendo pelo primeiro momento.
- Quando as ondas seguem na mesma direção, elas constroem um ritmo. Quando elas colidem, destroem tudo.
Alucard se aproximou da Lila nos meses em que ela trabalhou em seu navio. Eles construíram uma espécie de amizade baseada em confiança e falta dela, uma vez que não falam sobre seus passados e pessoas importantes em sua vida; não falam sobre quase nada, aliás, e é maravilhoso como a autora constrói uma amizade a partir disso.
Alucard é TUDO que eu amo em personagens e mais. E, de bônus, ainda faz parte de um ship inesperado - não tanto se você, como eu, procurou fanarts - que, nossa. NOSSA!
O final de Um encontro de sombras é uma facada no peito que eu não estava esperando, e obrigada pra Denise que resolveu esperar ter o livro 3 para ler o 2. Eu não teria sobrevivido a esse colapso.
- Caos precisa de ordem. Magia precisa de moderação. É como o fogo. Não tem autocontrole. Ele se alimenta do que você der a ele, e, se você o alimentar demais, vai queimar e queimar até não restar mais nada.
Para quem, como eu, ama fantasia, histórias originais e criativas e personagens pra lá de cativantes, a série Tons de Magia é com certeza a leitura perfeita.
Sinopse: Kell e Lila estão de volta nesta sequência de Um tom mais escuro de magia Quatro meses se passaram desde que a pedra sombria caíra nas mãos de Kell. Quatro meses desde que seu caminho cruzara com o de Delilah Bard. Quatro meses desde que Rhy fora ferido, que os gêmeos Dane foram derrotados e que a pedra fora enviada com o corpo moribundo de Holland, pelo portal, de volta para a Londres Preta. Em diversos aspectos, as coisas quase voltaram ao normal, apesar de Rhy ficar mais tempo sóbrio e de Kell estar sempre assolado pela própria culpa. Inquieto e tendo desistido dos contrabandos, Kell é frequentemente visitado por sonhos sobre acontecimentos mágicos de mau agouro, acordando apenas para pensar em Lila, que desapareceu no píer como sempre desejara fazer. Conforme a Londres Vermelha finaliza as preparações para os Jogos Elementais (uma competição de magia internacional e extravagante com o intuito de entreter e manter saudáveis os laços entre os países vizinhos), certo navio pirata se aproxima, trazendo velhos amigos de volta ao porto da capital. Mas, enquanto a Londres Vermelha está absorta em bajulações e nas emoções dos Jogos, outra Londres está gradualmente voltando à vida, e aqueles que se pensava estarem perdidos para sempre retornaram. Afinal, uma sombra que se esvai no meio da noite reaparece pela manhã, e tudo indica que a Londres Preta se ergueu novamente. Sendo assim, para manter o equilíbrio da magia, outra Londres deve perecer.
Título original: A gathering of shadows
Autora: V.E. Schwab
Editora: Record
Tradução: Ana Carolina Delmas
Gênero: Fantasia
Nota: 5+
Olá, Denise.
ResponderExcluirAinda bem que esperamos para ler, eu esperei para ler a trilogia inteira na verdade porque não queria terminar e não ter a continuação aqui hehe. A autora também ganhou meu coração e quero ler tudo o que essa mulher escreve seja como Victoria ou que nome ela queira usar hehe. Alucard foi meu personagem favorito desse livro.
Prefácio