A Ficção científica é um dos gêneros principais da Ficção Especulativa - relacionada a cenários extraordinários, fantásticos ou fora da realidade comum como a conhecemos - e, nesse caso, lida com ciência, futuro e tecnologia dentro de suas histórias.
A gente entende Ficção científica como um gênero que explora o que ainda não foi explorado, no que concerne conhecimento tecnológico, científico, espacial, subnáutico, etc. É uma história inventada e fora do comum como a Fantasia, mas finca o pé no chão porque lida com coisas conhecidas.
Uma das origens mais discutidas e aceitas é de que ele nasceu lá em 1818, quando Mary Shelley deu origem a Frankenstein, usando sua história sinistra para questionar os avanços tecnológicos e o quanto as pessoas estavam (ou não) preparadas para lidar com as consequências deles. E também abordando temas sociais e psicológicos afetados por esse avanço tecnológico repentino.
Em um exemplo simples, o que aconteceria com o mundo se os computadores super inteligentes resolvessem se livrar da vida humana na Terra? O Exterminador do Futuro é um clássico do gênero e explora viagem no tempo - um conceito bem forte no sci-fi - e inteligência artificial destrutiva. Já temos exemplos hoje em dia de IA com capacidade de memorização e até de locomoção, como é o caso de robôs de estudo em grandes empresas de tecnologia.
A Alexa, da Amazon, é uma Inteligência Artificial super consciente e responsiva. O que aconteceria se ela resolvesse se revoltar contra os humanos? Essa é uma pergunta que, assim como o Terminator, poderia mover o começo de uma história de Ficção científica.
Então o básico é esse. Você tem um cenário que envolve tecnologia, estudos científicos, exploração espacial ou subaquática; coisas com as quais podemos nos relacionar porque acontecem na realidade onde vivemos. Mas, para a ficção científica, o que move uma história é o: e se?
Aí, como acontece com todos os gêneros, existem os subgêneros. E os principais e mais conhecidos subgêneros de ficção científica, aqueles que sempre vemos nas estantes e nos lançamentos, são:
- Distopia
- Space Opera
- Cyberpunk
- Steampunk
- Utopia
- Realidade Virtual
- Pós-apocalipse
Existem outros inúmeros subgêneros, como Terraformação, Primeiro Contato, Geração da Nave (considerando uma viagem pelo universo que levaria gerações para alcançar seu destino, ou seja, o protagonismo fica com aquele grupo que nasceu e só conhece a nave como seu "mundo"), Nanotecnologia, Ficção de Mito, Ciência e Fantasia.
Vamos nos ater às principais, no entanto, porque elas são mais conhecidas dentro do universo literário e mais fáceis de identificar e encontrar em histórias.
Cena do filme Em Chamas |
Distopia
Se a gente vier do grego antigo, distopia significa "lugar ruim" e é justamente isso que o sub-gênero explora. Um lugar no espaço ou no tempo em que a vida e a vivência é terrível, com uma organização opressiva, comandado por um governo totalitário, onde os direitos são poucos e a voz das pessoas quase não é ouvida. Geralmente se tem aquela sociedade visivelmente dividida, onde a elite é o privilégio supremo e as castas mais baixas são fadadas ao horror e ao esquecimento. Grandes exemplos de distopia são sagas como Jogos Vorazes (Suzanne Collins) e Legend (Marie Lu) e o clássico 1984, de George Orwell.
Space Opera
É uma espécie de novela espacial. A aventura épica e personagens heroicos, batalhas interplanetárias, aquela sensação de jornada do herói, só que sem os dragões e a Maldade encarnada em um senhor do mal. Star Wars é o maior exemplo de Space Opera que existe. Nos livros, podemos citar Duna (Frank Herbert) e As Crônicas Lunares (Marissa Meyer).
Cena do filme Blade Runner |
Cyberpunk
O futuro é um lugar onde a tecnologia e as megacorporações dominaram quase tudo, e a vida é ou extravagante demais (para aqueles que têm o privilégio de vivê-la) ou sofrida demais (de novo, aquela coisa de sociedade muito visivelmente dividida). A tecnologia está em tudo e todos, mas tem aqueles que vivem de sucata e aqueles que vivem do mais alto luxo. High tec and low life é como se define o subgênero cyberpunk. Neuromancer (William Gibson), é um livro para conhecer e entender muito desse subgênero. Blade Runner, um filme para sentir a vibe desse subgênero.
Utopia
O contrário absoluto da distopia, envolve um mundo ou sociedade ideal em tudo. Pode haver situações de conflito, mas a ideia é que esse lugar é regido pelas melhores leis, pelas melhores pessoas, um espaço de conforto e de paz porque tudo está bem. Terra das Mulheres (Charlotte Perkins Gilman) trabalha bastante essa ideia de utopia ideal.
Realidade Virtual
Ela já existe e está se tornando cada vez mais avançada. Videogames usam aparelhos especiais para colocar seus jogadores no ambiente do jogo, usando óculos especiais e controles de movimento; e a ideia é basicamente essa. Uma história onde a Realidade Virtual se tornou comum, onde colocar um par de óculos pode te fazer viver outra vida, outra realidade, uma competição, quem sabe uma aventura. Warcross (Marie Lu) e Jogador Número Um (Ernest Cline) exploram esse subgênero.
Pós-apocalipse
O básico do básico que infinitos filmes e séries e livros já trabalharam. O mundo acabou por alguma catástrofe, epidemia terrível, guerra, o que seja. E os sobreviventes precisam seguir em frente e aprender as novas regras de sociedade, sobrevivência e vivência nessa nova realidade destruída. The Walking Dead é uma série exemplo, e tem meu livro As Coisas que Perdemos para trabalhar isso também.
*Fontes: worldswithoutend, noble newman, a guide do science fiction
Oi Denise! Não é o gênero que mais leio, mas já li algumas obras bem legais dentro do mesmo. Com certeza foram mais distopias e gostei bastante da experiência. Bjos!! Cida
ResponderExcluirMoonlight Books