Resenha: Destruidor de Espadas - Victoria Aveyard - Queria Estar Lendo

Resenha: Destruidor de Espadas - Victoria Aveyard

Publicado em 15 de set. de 2022

Resenha: Destruidor de Espadas - Victoria Aveyard

Destruidor de Espadas é o segundo volume da série de alta fantasia da Victoria Aveyard. Sequência de Destruidor de Mundos, é uma grande aventura nos moldes de RPG que acrescenta mais tensão e mais consequências à impossível missão de salvar um mundo.

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Essa resenha vai conter alguns spoilers do primeiro livro.

Corayne conseguiu fechar um dos Fusos. Esses estranhos portais, abertos por seu tio tirano, Taristan, dão acesso a outros mundos e as monstruosidades presentes neles. Corayne é a única capaz de fechá-los, portando a espada que pertenceu a seu pai e seu sangue. Uma vez fechado, o Fuso para de ser uma ameaça. Mas ainda há outros espalhados por Todala.

Os Companheiros, como ficou intitulado esse improvável grupo de guerreiros, ainda têm muito trabalho pela frente. Dom, Sorasa, Andry, Corayne, Valtik, Sigil e Charlie estão em território relativamente seguro, mas há Fusos atacando o resto do seu mundo.

Na corte de Galland, a rainha Erida quer mais poder. E, casada com Taristan, sabe como conquistá-lo. Ela quer se tornar imperatriz, quer que toda Todala se curve à sua persona. E vai fazer de tudo para dobrar cada reino à sua coroa, mesmo que precise derramar sangue inocente.

Enquanto os Companheiros correm contra o tempo para deter Taristan e seu plano tenebroso, Erida move suas peças para tornar o caminho deles mais impossível de atravessar.

A poeira e o suor não tiraram o brilho do aço de suas adagas ou de seu coração.

Destruidor de Espadas foi uma ótima sequência para o que eu considerei um excelente primeiro livro. Como disse na resenha anterior, essa série é uma espécie de filho de O Senhor dos Anéis com Dragon Age; no segundo volume, as consequências e riscos estão ainda maiores. E nosso grupo de heróis improváveis e relutantes vai passar por grandes provações até o fim.

O segundo livro de uma série que começa sem sempre corre riscos de não ser tão bom. Eu achei que a Victoria Aveyard fez muito bem nessa sequência; ela tem um ritmo mais arrastado em algumas partes, e equilibra essa lentidão com capítulos recheados de ação e aventura.

O motivo de eu não ter dado 5 estrelas, aliás, foi a parte da lentidão. Eu simplesmente não consegui comprar a figura da Erida como ela está nesse livro; muito maléfica, muito rainha má, muito unilateral dentro da sua sede de poder. Esperava um pouco mais de nuance, e não encontrei. É o mesmo papo repetitivo de "eu sou uma mulher oprimida e por isso vou oprimir!" que cansou depois de alguns capítulos. Sua dependência emocional do Taristan também.

Resenha: Destruidor de Espadas - Victoria Aveyard

Ela ficava o tempo todo falando como era forte e independente, como não pertencia a ninguém, mas o tempo todo seus pensamentos se voltavam para o consorte. Minha filha, decide. Todos os capítulos dela tinham esse ciclo de repetir os mesmos pensamentos, temores e discursos de vilã de novela mexicana. Cansou, e no final eu só estava torcendo para ela quebrar a cara de alguma maneira.

De resto, no entanto, o livro foi impecável. Os capítulos de Andry e Corayne eram o da juventude marcada pela guerra e pelo sacrifício. Os de Dom e Sorasa, do peso da maturidade e de escolhas terríveis e de perdas inestimáveis. Foram bem equilibrados em tensão, em emoção e em ação.

Corayne segue uma boa escolhida. Eu gosto de como ela é frágil, mas tenta se manter forte pelos seus amigos. O peso da responsabilidade é sufocante, e a cada sacrifício e situação tenebrosa, ela se culpa mais e mais, e se entrega mais e mais para a luta. Corayne sabe que é importante, mas também quer estar ali por quem está ali por ela.

Andry, por outro lado, é a lealdade no sentido mais nobre que existe. Um escudeiro fiel, com um coração de cavaleiro. Eu amo tudo a respeito desse garoto! Ele é muito querido, resistente, esperto e dedicado. Tem um coração de ouro. Não deixa a gentileza de lado mesmo nos momentos mais sombrios; uma sombra de Samwise Gamgee que eu não canso de adorar.

A espada de Fuso tinha pelo menos mil anos de idade, mas estava tão afiada quanto no dia em que foi feita.

Ele e Corayne vivem alguns momentos fofos, com breves vislumbres de um possível romance, no decorrer de Destruidor de Espadas. De novo, essa história não tem romance; tem faíscas dele. Com os dois, é aquela coisa jovem e inédita que parece oferecer esperança num mar de caos. E é fofo, é querido, é de aquecer o coração. Especialmente pela amizade que eles cultivaram nesse tempo de convívio.

Quanto a Dom e Sorasa, volto a repetir que eles são pais divorciados responsáveis por uma adolescente salvadora do mundo. E eu os amo por isso! A relação entre os dois continua cheia de alfinetadas e de personalidades conflitantes; ele, estoico e honrado, marcado pela solidão e pela perda. Ela, uma assassina fria e calculista que esconde um coração grandioso. Quando há civilidade entre eles, causa aquele calorzinho no coração cheio de possibilidades. Quando eles se bicam, você quer morrer porque é claro que eles se amam!

Dom está no ápice da sua pose de herói responsável, marcado pela culpa. Ele tem raiva, ele quer vingança, mas ele sabe que é proteger e cuidar que vai garantir a salvação de Todala. Isso não o impede de sentir com toda a intensidade, e de buscar fazer o máximo para arrancar a vitória das mãos de Taristan, que tirou tanto dele.

Resenha: Destruidor de Espadas - Victoria Aveyard

Sorasa, por outro lado, está muito mais emocional. A mulher fria e traiçoeira que conhecemos em Destruidor de Mundos mudou; tem um coração ali, e ele se mostra nos momentos mais importantes. Eu a amo com toda a minha alma! Ela é forte, frágil, imbatível e quebradiça. Ela é uma personagem avassaladora em todos os sentidos, impossível não amar (né, Dom?).

Valtik permanece nas sombras, muito mais misteriosa do que no primeiro volume. Fazendo o que é preciso através de enigmas e decisões abruptas. Sigil e Charlie são adições interessantes aos Companheiros; ela, uma montanha de bom humor. Ele, hesitante e esperto.

Não ofereça piedade a esse homem se isso significa perder mais um pouco de si mesmo.

Destruidor de Espadas é, de fato, uma campanha de RPG. Tem os personagens atrapalhados, os fortes, os bem humorados. Todos eles fazendo o melhor pelo grupo e pela missão, custe o que custar. É, inclusive, uma missão mais avançada, porque os perigos agora são muito maiores e tenebrosos, e os riscos de confrontá-los são mortíferos.

As cenas de ação de Destruidor de Espadas são excelentes, com batalhas de maior amplitude. Os monstros também são mais grandiosos; criaturas vindas de esferas muito mais terríveis e devastadoras, que usam os portais do Fuso para varrer Todala com sua destruição. Uma dessas criaturas foi o motivo do meu colapso emocional!

Resenha: Destruidor de Espadas - Victoria Aveyard

O final, inclusive, é um soco na cara. Deixa um vazio no coração porque, diferente do anterior, derruba toda a sua esperança e emoção. O que buscava ser épico é desolador, e você termina em desespero por mais e mais. Só preciso deixar uma pequena reclamação que me prometeram uma devastação em relação a morte de personagem, e não aconteceu.

Aconteceu, sim, mas não do jeito que me prometeram. Autores, parem de ser covardes! Matem seus personagens pras batalhas soarem tão perigosas quanto elas dizem ser!

Vejo os deuses em seus olhos, e bravura em seu coração.

A edição da Seguinte tá ótima, como sempre. A tradução é de Guilherme Miranda e Sofia Soter, com boas adaptações, e a revisão segue impecável.

Destruidor de Espadas é um capítulo mais sombrio, que mascara esperança para derrubá-la do pedestal com o preço de uma guerra tão grandiosa. Temos um pequeno vislumbre da grandiosidade que vai ser o volume final da trilogia, e ficamos com o coração na mão até ele chegar.

Sinopse: Corayne não imaginava o que vinha pela frente quando um imortal e uma assassina bateram à sua porta. Eles anunciaram que ela era a única capaz de deter Taristan, um homem sedento por poder que estava abrindo portais para outros mundos, lares de criaturas aterrorizantes. Desesperada por uma aventura, ela partiu determinada a cumprir essa missão, com a ajuda de uma espada especial e de um grupo improvável de aliados. Depois de uma batalha que quase lhes custou a vida, Corayne e os Companheiros conseguiram fechar um dos portais. Mas eles sabem que essa guerra está longe de acabar… Afinal, Taristan avança ao lado da rainha Erida, conquistando mais e mais territórios pelo caminho. Quando percebem que o cerco está se fechando, resta aos Companheiros formar seu próprio exército. Num esforço de unir reinos há muito tempo divididos, eles vão enfrentar assassinos ardilosos, feras terríveis e mares tempestuosos. Tudo isso enquanto descobrem da pior forma que Taristan libertou um perigo ancestral, capaz de colocar em risco até a vida dos guerreiros mais poderosos.

Titulo original: Blade Breaker
Autora: Victoria Aveyard
Tradução: Guilherme Miranda e Sofia Soter
Editora: Seguinte
Gênero: Alta Fantasia
Nota: 4
SKOOB


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