Resenha: Em Chamas - Suzanne Collins - Queria Estar Lendo

Resenha: Em Chamas - Suzanne Collins

Publicado em 7 de dez. de 2023

Resenha: Em Chamas - Suzanne Collins

Abram alas para uma das melhores sequências que já foram escritas na história dos livros. Em Chamas, segundo livro da trilogia Jogos Vorazes, é um espetáculo em política e sobrevivência, e acompanha a faísca que vai dar vida a uma gigantesca revolução.

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Essa resenha vai conter alguns spoilers do primeiro livro.

Katniss e Peeta sobreviveram aos Jogos Vorazes. Eles agora são vitoriosos do Distrito 12, o que significa regalias e compromissos, como o tour dos vitoriosos, que está prestes a começar. Nele, os dois vão viajar pelos doze distritos e pela Capital para mostrar ao seu mundo o seu grande amor. O que os levou a desafiar as regras do governo autoritário em que vivem.

O problema é que os dois não se falam desde o fim dos jogos, e Katniss tem seus próprios demônios para enfrentar. Como o fato de o Presidente Snow estar em sua cola, observando cada movimento seu. Aparentemente, seu ato de desafio com as amoras incitou outros distritos a se rebelarem. E é na turnê de vitória que ela tem que convencer o mundo de que não é esse símbolo revolucionário que eles vêm pintando.

Para ela, é questão de sobrevivência. Mas, em seu âmago, tem uma faísca rebelde querendo despertar.

Uma fagulha poderia ser suficiente para inflamá-los.

Em Chamas é perfeito. Não tem um único defeito nesse livro, do começo ao fim. Ele é um primor como sequência, dando peso e consequência a tudo que aconteceu no início da trilogia. Ele também é um primor por si só, apresentando novos desafios e lidando com eles no decorrer da trama frenética e angustiante que Katniss e os outros estão vivendo.

O ponto de vista fixo nela ainda me desagrada, mas aqui funciona muito mais. Katniss está tão alheia a tudo que está acontecendo, só tentando sobreviver, que estarmos presos em sua cabeça funciona para a história que está sendo contada. Dá para sentir os levantes, o clima de tensão, a insatisfação crescente, mas sem nunca saber exatamente o que está acontecendo.

Em Chamas é o que o título diz: um livro incendiário. Carregado pela faísca da rebelião, ele atravessa seus personagens em situações cada vez mais tenebrosas e tensas até culminar em um clímax para lá de revolucionário.

Katniss e Peeta seguem as peças principais da história. Eles sobreviveram, mas estão marcados para sempre. Perderam a sua liberdade ao conquistar de volta suas vidas, e é a revolta silenciosa em cada um deles que move suas decisões nesse livro.

Resenha: Em Chamas - Suzanne Collins

Eu gosto muito mais da Katniss aqui. Ela está brava, com razão. Está com medo, com mais razão ainda. Ela só quer sobreviver, mais uma vez, mas tem aquela pequena ideia de que talvez haja uma chance de começar algo maior. Algo que vá servir não apenas a ela, mas a todos os distritos escravizados pela Capital.

Peeta, por outro lado, continua um grande jogador. Tudo que ele faz é muito comedido, e ele é tão inteligente em suas decisões silenciosas quanto manipulador nas abertas. Com Katniss, ele é sincero. E é aqui que eu consigo sentir um pouco mais do que vem florescendo entre os dois, na intempérie de estar vivendo um pesadelo. A ligação entre eles, nascida em uma mentira, é sincera.

- Deve ser um sistema muito frágil mesmo, se um punhado de amoras pode derrubá-lo.

Como eu disse, tudo que acompanhamos é através da Katniss, então não sabemos exatamente o que está acontecendo com Panem - só que está acontecendo alguma coisa muito perigosa. Snow quer retardar e conter o máximo possível, mas a faísca já foi plantada. E pequenos atos rebeldes seguem acontecendo, seja através de Katniss, ou daqueles ao seu redor.

Em Chamas também apresenta a 75ª edição dos Jogos Vorazes, com o Massacre Quaternário. Muito mais cruel, muito mais tenebroso, ele leva os tributos - Katniss e Peeta inclusos - de volta à arena. E ali é mais do que viver ou morrer. É vencer ou ver tudo, absolutamente tudo pelo que prezam, ser perdido.

Resenha: Em Chamas - Suzanne Collins

A icônica frase "lembre-se de quem é o inimigo" é muito forte nesse livro.

Os novos coadjuvantes em muito ajudam a história a avançar. Com destaque para o Finnick e a Johanna, vencedores de jogos vorazes passados. Misteriosos em seus papéis, eles são carismáticos (ou nem um pouco, no caso da Johanna) por carregarem experiência e presença. Eu os amo, amo, amo.

- Quer dizer então que são você e uma seringa contra a Capital?

Os ecos dos jogos passados, dos tributos que se foram, também falam muito alto nessa história. Principalmente da Rue - que, como eu comentei na outra resenha, sempre vai ser o estopim da rebelião no meu coração.

Em Chamas termina deixando um gosto amargo na boca. O de que, mesmo vencendo, ainda é possível perder muito. A última frase é um soco, e um lembrete de que os jogos nunca têm vitoriosos. E também abre caminho para o que promete ser (e, para mim, foi) um emocionante fim para a trilogia.

Sinopse: Depois de ganhar os Jogos Vorazes, competição entre jovens transmitida ao vivo para todos os distritos de Panem, Katniss agora terá que enfrentar a represália da Capital e decidir que caminho tomar quando descobre que suas atitudes nos jogos incitaram rebeliões em alguns distritos. Os jogos completam 75 anos, momento de se realizar o terceiro Massacre Quaternário, uma edição da luta na arena com regras ainda mais duras que acontece a cada 25 anos. Katniss e Peeta, então, se veem diante de uma situação totalmente inesperada e, dessa vez, além de lutar por suas próprias vidas, terão que proteger seus amigos e familiares e, talvez, todo o povo de Panem.

Título original: Catching Fire
Editora: Rocco
Autora: Suzanne Collins
Tradução: Alexandre D'Elia
Gênero: Distopia
Nota: 5+


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