Lá Fora (Outside) é um terror de zumbis filipino da netflix, que mistura a clássica história do apocalipse zumbi com um drama psicológico familiar que nos faz temer tanto o que está lá fora como o que está dentro da casa.
Se você se interessou por Lá Fora, também vai gostar:
- The last of us, série da HBO Max
- As coisas que perdemos, de Denise Flaibam
- O iluminado, de Stephen King
Uma história longa, com mais de 2 horas, mas que vale muito a pena por trazer algo diferente dos blockbusters de zumbi como Invasão Zumbi e The Walking Dead.
Sobre a história de Lá Fora (Outside)
Diferentemente da maioria das história de zumbis, Lá Fora não começa com o outbreak do apocalipse zumbi ou o protagonista acordando em um lugar tomado pelas criaturas.
Pelos primeiros 10 minutos, acompanhamos o completo silêncio de uma família: pai, Francis, a mãe, Iris, e os dois filhos deles, Josh, o adolescente, e caçula, Lucas. Eles estão viajando pelo interior das Filipinas, claramente fugindo do outbreak e seguindo em direção a uma lugar que acham seguro: a fazenda dos pais de Francis.
Logo no começo, também podemos perceber que tem algo errado com a família. Como se a única razão para estarem todos juntos, ali, fosse única e exclusivamente a sobrevivência.
Quando chegam ao lugar, descobrem que o pai dele se suicidou e sua mãe, foi infectada. Após matar a mãe e enterrar os pais, eles começam a verificar a segurança da fazenda, desde a água até a localidade. E quando percebem que o local é o mais seguro que já estiveram nos últimos dias, se instala uma nova tensão.
Porque Iris e Josh querem seguir para o norte, onde as notícias diziam que eles encontrariam um acampamento seguro. Mas Francis não quer abandonar a fazenda pela incerteza da estrada, ainda que o lugar lhe traga diversas memórias de sua traumática infância.
Conforme o tempo vai passando, as tensões vão aumentando e os segredos de Iris e Frances vem a tona, tanto para o telespectador quanto para os filhos, escalando os perigos cada vez mais, tanto lá fora quando dentro de casa.
O que achei do filme
Lá Fora foi uma grata surpresa. Quando comecei a assistir, esperava por uma história como Invasão Zumbi, onde o foco é a sobrevivência e estamos a todo momento com o coração na mão, vendo os personagens lutarem contra zumbis, serem mordidos, ficarem para trás e em completo desespero para sobreviver.
Mas Lá Fora é muito mais "tranquilo". Temos um susto aqui e lá com os zumbis, mas eles servem muito mais como um ponto de partida para o isolamento da família, que permite o desenrolar das atitudes abusivas e o escalonar da tensão.
É até difícil colocar para fora uma opinião, porque acho que o filme tem tantas camadas para falarmos.
Gosto muito de como os zumbis ficam repetindo as últimas coisas que falaram em vida, como um assombro de seus últimos momentos, mas que também serve como um espelho para a situação das personagens sempre que eles aparecem.
Gosto de como o foco não é tanto sobre sobreviver aos zumbis, porque podia ser qualquer outra ameaça e eles ainda estariam na mesma situação.
Também gosto de como relacionaram (e trataram) temas como abuso (físico, psicológico, emocional), medo de abandono e a disfuncionalidade da família.
Embora eu também tenha gostado muito de como o filme não relevou a inteligência do espectator e encontrou diversas formas de passar o que queria dizer, sem necessariamente usar um diálogo expositivo para isso. Também senti que em alguns momentos isso foi exagerado, deixando algumas dúvidas.
Especialmente sobre a relação de Francis e seu irmão Diego, com o pai abusivo. Sinto que ainda fiquei com algumas perguntas a respeito disso, mas talvez seja algo que se explique melhor assistindo ele pela segunda vez.
Mas nada que afete a qualidade do filme.
Enfim, Lá Fora é um filme que vou indicar muito. Até para quem não gosta de zumbis, porque apesar de tudo, eles servem mais como alegoria para tudo que está acontecendo dentro da família do que qualquer outra coisa.
Assistam Lá Fora e depois venham conversar comigo sobre!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe seu comentário, sua opinião é sempre muito bem-vinda!