Resenha: O Paraíso, o Inferno e o Fim do Mundo - Yabu, Pegado, Lima, Costa, Lino e Pinheiro

O segundo e último volume de As Crônicas de Ghanor traz os nossos heróis trinta anos depois dos acontecimentos de O Dragão, o Duque e o Devorador. Em O Paraíso, o Inferno e o Fim do Mundo, os aventureiros se unem a novas figuras para tentar impedir o fim do mundo - de novo, e mais radicalmente desta vez.

Se gostou dessa história, vai curtir essas leituras:

• A Princesa Prometida, de William Goldman
• Nimona, de Noelle Stevenson
• Tress, A garota do mar esmeralda, de Brandon Sanderson
• A Rosa Sanguinária, de Nicholas Eames

Trinta anos se passaram desde que Ruprest, Rufus, Royston, Nilperto e Feldon salvaram Ghanor do Devorador de Mundos. Eles seguiram suas vidas lidando com as consequências daquele embate, e achavam estar em paz dentro das suas rotinas tediosas.

Até que são reunidos, com a adição de Alma, uma anã herbalista imortal, e Agian, um clérigo de São Arnaldo, para impedir que o mundo acabe. De novo. Quanto mais desvendam sobre as tramoias que revolvem ao redor desse possível apocalipse, mais descobrem que talvez precisem atravessar o paraíso e o inferno para salvar Ghanor mais uma vez.

O Paraíso, o Inferno e o Fim do Mundo é uma HQ muito maior do que a antecessora justamente pela quantidade de conteúdo que essa segunda parte do NerdCast RPG tem. Com mais personagens e mais reviravoltas e acontecimentos, mais páginas ganham espaço para contar essa história.

E, de novo, eu fiquei muito satisfeita com o que encontrei. É uma adaptação coesa, que equilibra muito bem os elementos das mesas e faz o possível e o impossível para usar tudo que foi importante nela - com a adição de momentos galhofas e absurdos que funcionam muito bem quando são inseridos aqui, como a teia de aranha que sai de um lugar inesperado do Ruprest.

O Paraíso, o Inferno e o Fim do Mundo traz uma versão mais madura e até mesmo traumatizada dos seus heróis. Explora muito bem seus pontos altos e os pontos fracos, como a questão com o Rufus, que nunca foi derrotado, o Nilperto e sua carreira decadente de bardo, Feldon e a bebedeira (e o trauma na Floresta Alta), o Royston lidando com o peso da coroa, e o Ruprest e o seu problema de identidade (eu preciso falar que um metamorfo com crise de identidade é uma das coisas mais legais que já li).

Os novos membros do grupo trazem um tom cômico excepcional. Alma, que veio de um reino que ama e cultua a morte, não pode morrer e se lamuria o tempo todo por isso. Todas as cenas com ela são muito engraçadas, outras emocionantes. E Agian, que passa por uma transformação física excruciante e se torna um alívio cômico hilário.

O Paraíso, o Inferno e o Fim do Mundo também foi uma surpresa porque eu ainda não tinha ouvido o final do NerdCast RPG, então acompanhar o encerramento da história pelo quadrinho me trouxe gratos momentos de choque e de emoção. Não esperava dar uma choradinha no final, mas aconteceu??

A adaptação e o roteiro ainda são de Fábio Yabu, com artes de Caio Pegado, João Lucas Lima e Patrick Costa. As cores, de Renan Lino e Davi Pinheiro. Tem mais um montão de gente envolvida nos roteiros extras também, o que só contribui para mostrar o trabalho primoroso e cheio de amor que foi feito para adaptar essa história.

Eu me despeço de Ghanor com O Paraíso, o Inferno e o Fim do Mundo junto com os heróis que, mais uma vez, fizeram o possível e o impossível para impedir outro fim dos tempos.

Título original: O Paraíso, o Inferno e o Fim do Mundo

Autor: Fábio Yabu

Ilustrações e cores: Caio Pegado, João Lucas Lima, Patrick Costa, Renan Lino e Davi Pinheiro

Editora: Jambô, Nerdbooks

Gênero: Alta fantasia | HQ

Nota: 5

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