Variedades: As Marcas dos Meus Livros - Queria Estar Lendo

Variedades: As Marcas dos Meus Livros

Publicado em 2 de ago. de 2016

Variedades: As Marcas dos Meus Livros


Não me leve a mal, também não gosto de pessoas que tratam livros como qualquer coisa e certamente não faço com livros emprestados o que faço com os meus, afinal de contas, cada um gosta deles do seu jeitinho e eu não tenho nenhum direito de estragar o que não é meu.

Mas quando se trata dos meus livros, quando sou eu com eles, a história é diferente. Eles tem marcas nas capas e lombada, talvez estejam cheios de post it, ou marcas de lápis ou mesmo marcador de texto, talvez ele tenha sido de outra pessoa antes, talvez eu tenha usado a orelha para marcar página em algum momento.

Variedades: As Marcas dos Meus Livros


E eu sei que todas essas coisas dão pânico em muita gente, especialmente os leitores que voltam a plastificar os livros depois de lerem, ou que acham que podem ditar como as pessoas vão manusear os próprios livros. Mas a verdade é que amo as marcas dos meus livros.

Acho que excesso de cuidado é um desperdício, para ser sincera. Não consigo entender completamente quem guarda livros como action figures de colecionadores, plastificados e inalcançáveis.

Variedades: As Marcas dos Meus Livros

Quando olho para a minha estante, os livros podem cair sozinhos. Isso porque estão com as páginas um pouco estufadas por terem sido aberto e folheados tantas vezes, por tantas pessoas, o que acaba deixando as fileiras um pouco desniveladas.

É tipo aquele dentinho meio torto ou aquele pequeno espaço entre os dentes. É imperfeito, mas pra mim é adorável.

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Eles tem marcas na lombada, porque não vivo em constante medo de abrir eles em um grau maior do que 30. As vezes, algumas orelhas estão um pouco esborrachadas, porque na euforia de ler, esqueci o marcador em casa!

Os livros paperback que importei tem a capa muito mole e quando me empolgo com a leitura nem sempre percebo como estou envergando ela e, por isso, eles podem ficar um pouco "empenados". Os livros que comprei no sebo, como A Maldição do Espelho, da Agatha Christie, um dos meus primeiros, está com a capa carcomida, com folhas amareladas e até furinhos de traças, da época em que ficou na casa do antigo dono. É uma edição dos anos 60, um dos primeiros que li, eu amo essas marcas nele.

Variedades: As Marcas dos Meus Livros
A edição mais antiga da minha estante, um best book de 1962 comprado em sebo.







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Eu amo pegar meus livros do Khaled Hosseine e ver as marcas na brochura, porque lembro que eu e minha mãe compartilhamos aquelas histórias juntas. Eu amo as marcas d'água em algumas páginas de O Caçador de Pipas, porque me lembra o quão tocante e emotivo foi a minha jornada enquanto o lia.

Eu amo sentar no chão enquanto limpo as estantes e ver que a quadrilogia de Crepúsculo está com a lombada bem marcada; eu e uma amiga o lemos várias vezes. Não me importo que os desenhos halográficos de Os Instrumentos Mortais e As Peças Infernais sumam de vez em quando, porque isso acontece só quando eu seguro eles muito tempo e muito firme, só quando eu pulo para dentro do mundo shadowhunter de novo.

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As marcas dos meus livros são como as marcas na pele, elas significam algo. Não descuido ou desprezo. Significam as incontáveis mãos que por eles passaram, as mentes que absorveram suas histórias, os sentimentos que inspiraram. Todos os sorrisos e lágrimas e a sensação de que eu precisava ler tudo logo, porque era tão incrível e, nossa, eu esqueci o marcador ou enverguei a capa demais ou chorei em cima das páginas.

Não quero coloca-los em plástico de novo, não quero mantê-los longe do alcance das crianças, não quero que as pessoas não olhem, não faço questão de "deixa-los como novos" depois de ler. Eu quero que eles se espalhem pelo mundo e quero que suas histórias continuem a inspirar.

Variedades: As Marcas dos Meus Livros

Não existe motivo para manter o conhecimento e a imaginação trancados, quero meus livros abertos!

7 comentários:

  1. Oi Bibs, tudo bom?

    Adorei seu post, um verdadeiro relato de uma verdadeira apaixonada pelos livros, não apenas pela leitura.
    Confesso que eu não sou do tipo que mantém intocáveis os livros e volta a plastifica-los. Na verdade, às vezes tenho um certo receio com as pessoas que tratam os livros desta forma e acho que nunca conseguiria pedir algum emprestado.
    Mas também considero meus livros minha riqueza e mantenho um certo cuidado com eles: limpo o local deles, reorganizo-os esporadicamente, seleciono as pessoas a quem vou emprestar pelas experiências anteriores decepcionantes com as mesmas, e alguns livros das edições mais antigas que tive eram tão idosos que precisei passar adiante, pois atacava minha rinite hahaha

    Enfim, acredito que algum dia chegarei a esse tipo de relacionamento com os livros. Desapego não, é diferente, mas intimidade, sim, foi o que você descreveu.

    A propósito, ótima escolha de livros para as fotos. Só livro incrível.

    Beijos.
    http://colecionadoresdelivross.blogspot.com.br/

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    1. Obrigada, Alana!

      Acho que não é se tratar de desapego, sabe? Mas de compreender que um livro não é objeto de decoração. Do que adianta um livro lacrado ou inalcançável, né? Também não saio por ai emprestando pra qualquer um ou deixando que, deliberadamente, estraguem eles. Mas tem marcas que você não pode evitar e são aquelas do tempo, né? Da quantidade de vezes que foi manejado. E eu acho isso tudo lindo, dá pra ver a história de vida do livro e quantas pessoas ele já fez sentir. Acho tão maravilhoso *-*

      bjs

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  2. Que texto lindo <3
    Adoro ver leitores que mostram que livros são mais que objetos, são algo especial de na vida de um verdadeiro leitor.
    Eu também tenho alguns livros comprados de sebo, estão um pouquinho acabados, mas nem tanto, espero ler eles em breve.
    Parabéns pelo texto, adorei mesmo!
    Abração,

    Vinicius
    omeninoeolivro.blogspot.com.br

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    1. Obrigada, Vinicius! <3
      Livros são, de fato, algo especial. Livros de sebo são muito amorzinho, adoro os meus <3 Parece que eles já vem com uma história a mais! hahahahahahah

      bjs

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  3. Oi oi,

    adorei o post e a fotos! E concordo plenamente! Eu, por uns tempos, fiquei super chata com meus livros e mal deixava alguém encostar neles e nem sonhava escrever nas folhas. Hoje sou mais desapegada (passei a amar marcar meus trechos favoritos haha) e concordo que um livro bonito na estante é um livro triste, enquanto um livro meio estragadinho, mas que é lido o tempo todo, é um livro feliz kkk

    Beijos!
    Visite o Mademoiselle Loves Books
    http://www.mademoisellelovesbooks.com/

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  4. Belo texto ^^

    Confesso que algumas das coisas citadas (como o marca texto) me dão uma certa agonia (são tão definitivas) rsrs, mas acho que cada um faz o que quiser com o próprio livro. Acho legal pessoas que não tem medo de fazerem anotações e tudo mais. Eu ainda não tenho essa coragem.
    Traças também me assustam um pouco, mas não é algo que se possa evitar para sempre, mesmo quando se mantém a estante limpa, em algum momento você as encontrara e bem, não são mesmo o fim do mundo.
    Eu sou aquela pessoa que vive dizendo que morro de ciúmes dos meus livros, mas que de verdade, nunca se recusou a emprestar nenhum, até mesmo para pessoas que sei não serem muito cuidadosas.
    Tem livros meus que tem marcas de água, por causa de mais de uma chuva que tomaram, mas eu meio que não me importo, não compraria outro por causa disso, afinal, além da história e do meu envolvimento, eles foram presentes que ganhei, então ainda tenho um certo sentimentalismo com eles.
    O livro que me fez começar a gostar de ler veio para mim já usado, com a capa descascada e uma página rasgada, mas eu gosto tanto dele, sabe? Tão velhinho, mas tão importante rsrs.
    Fico chateada quando meus livros que emprestei voltam amassados ou com a capa com marcas de que foram usadas de apoio na escrita, mas a verdade é que eu mesma deixo várias marcas nos meus livros. Quem lê coma unha pintada sabe que as vezes trocar de página pode deixar suas cicatrizes kkkk
    Estou começando agora a atingir o pequeno nível de me desfazer de livros que não quero mais, mas ainda tenho certa dificuldade nisso.

    Novamente, belo texto, parabéns ^^!

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  5. Concordo plenamente com seu texto. E mais, não entendo pessoas que não emprestam livros. Eu amo emprestar os meus! As vezes a pessoa não vai ler por não poder/querer comprar. Às vezes ela tem outra prioridade para o dinheiro, mas quer muito ler. "E se ele não voltar??" Eu compro outro, se gostar muito dele. Claro que alguns que eu não querer correr risco de perder, não empresto. Mas a grande maioria está disponível para meus amigos/família.
    E os meus também tem suas marcas e adoro! <3

    Infinitos Livros

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