Resenha: Divina Vingança #MulheresdaLiteratura - Queria Estar Lendo

Resenha: Divina Vingança #MulheresdaLiteratura

Publicado em 14 de mar. de 2017


Segundo volume da trilogia O Clã das Freiras Assassinas, Divina Vingança traz muito girl power, jogos de política e guerra e uma protagonista poderosa e extremamente apaixonante, motivo pelo qual guardei a resenha para o Mês das Mulheres. Mais uma vez Robin LaFevers entrega não só um livro, mas uma obra prima.

Sinopse: Sybella nunca soube ao certo o que era amor. Não sem segunda intenções. Desde sua infância, ela teve de confiar em si mesma para conseguir sobreviver. Ao chegar no convento de Saint Mortain, Sybella recebe o refúgio de que tanto precisava, porém isso terá o seu preço. As irmãs, que servem ao deus da Morte, percebem que a garota tem atributos e que ela pode se tornar uma arma poderosa. Ela vive durante três anos no convento e é treinada para enfrentar quem quer seja. Sybella já não é mais uma garotinha inocente, e sabe disso. Agora é uma mulher madura e totalmente preparada, uma assassina experiente, que mata a quem merece e o faz por gosto e sem piedade. Nunca se arrepende de suas decisões. Pelo contrário, ela sabe onde se encontram seus pontos fortes e como usá-los para cumprir sua missão. Porém, ela é enviada de volta para o lugar onde passou sua infância, para espionar seu pai, o cruel D'Albret. Ela começa a se lembrar de coisas horríveis que aconteceram enquanto estava sob o domínio dele e decide compartilhar com Fera, quem, fora do convento, torna-se seu companheiro. Juntos eles redescobrem a confiança e o amor. Assim, Sybella caminha por uma teia complexa de vingança e ódio, em busca de seus traidores, que levam a marca do deus da Morte. Ambientado da França medieval, Divina Vingança é o segundo livro de O clã das freiras assassinas, uma trilogia de mulheres fortes em busca de seu próprio destino.

Sybella é uma das filhas de Mortain, portanto, uma assassina. Infiltrada na corte de seu pai, o cruel lorde D'Albret. Sua missão ali é espioná-lo e, possivelmente, matá-lo, eliminando a ameaça eminente sobre o recente reinado da duquesa. Em meio a intrigas e a um passado perturbador, Sybella vê sua chance de matar o homem que arruinou a sua vida ir por água abaixo quando um dos homens de maior confiança da duquesa é aprisionado na corte. Entre o dever e o desejo, a habilidosa assassina encontra decide arriscar e tomar suas próprias decisões, lutando para impedir que uma nova guerra se inicie.

Se tivessem me ensinado a ver inocentes morrer tão bem quanto me ensinaram a matar, eu estaria muito mais preparada para o pesadelo no qual fui jogada.

Essa trilogia é uma ficção histórica arrebatadora. Rica em detalhes, a história se embrenha em meio a fatos verídicos, construindo uma mitologia sombria por traz dos Deuses que regem a civilização. Debaixo da guerra política, existem intrigas e traições e peças de tabuleiro facilmente descartáveis. É na cova do leão que Sybella começa sua jornada, e é lá que ela deverá terminá-la.


O mais incrível dessa saga é como a Robin LaFevers te apresenta uma trama que poderia facilmente ser real, tamanha verossimilhança em suas descrições, os modos da sociedade, a riqueza de detalhes nos castelos e vilas e campos de batalha. Esse não é um livro sobre uma guerra, mas sobre os preparativos para uma. A eminência desses ataques constrói a tensão, e a figura amedrontadora de D'Albret, apresentado logo no início da história, já te entrega o horror que se arrastará pelas terras da duquesa se os planos do homem se concretizarem. Sybella foi designada para espioná-lo, para procurar uma marca da Morte nele e assim acabar com seu reinado de terror, mas há nela mais do que o dever com a missão. Cicatrizes que nunca se dissiparam, lembranças das atrocidades cometidas por seu pai a ela e às pessoas que ela ousou amar. Sybella é uma das personagens mais poderosas dentro da história e, consequentemente, uma das mais quebradas.

Em vez de transformar chumbo em ouro, transformava meu medo em coragem.


O fato de ela nunca ter conhecido do amor, nunca tê-lo sentido e de ter desistido de procurar por ele regem sua personalidade. Sybella é fria e dura como o gelo, cheia de rachaduras pelo passado sombrio. Ela acredita que um futuro sem D'Albret no mundo pode lhe trazer a tão esperada e ansiada paz, mas os caminhos para esse futuro são difíceis de encontrar. Mesmo a madre superiora, sua mandante, não é de extrema confiança, e por muito tempo Sybella se viu sozinha.

- Meu deus me permite salvar inocentes. - disse ele. - O seu não?

A partir do momento em que ela abandona suas ordens e foge com o prisioneiro de guerra, toda a história muda de curso. Sybella encontra a sua voz, seus passos e sua determinação. Ela se encontra como a filha de St. Mortain, não como a assassina que só obedece ordens. As mortes que caem sobre suas mãos são responsabilidade e escolha sua, e é isso que mais a empodera. Sybella precisa se encontrar como um coração e uma alma e não apenas como sua própria sombra.


É ai que entra a Fera. O lorde aprisionado por D'Albret é um dos homens da duquesa, um de seus seguidores mais fieis, e onde Sybella é escuridão, ele é luz. Apesar do tamanho e das histórias sobre sua ferocidade, suas habilidades em batalha e a força descomunal, Fera tem um coração de ouro e uma sensibilidade adorável. Ele é um homem poderoso e um aliado indispensável para os planos de Sybella e, com um tempo, parte do coração adormecido da assassina desperta graças ao lorde.

Era como se eu houvesse engolido um pedaço minúsculo do sol, seu calor e sua luz tocando cada canto da minha alma e expulsando as sombras.

As interações entre os dois tiveram tudo que eu mais adoro em casais. Desentendimentos por causa das personalidades fortes, então compreensão e apoio amigável para chegar até o ansiado amor. Em vários momentos me vi rolando pelo chão fazendo sons de baleia morrendo afogada na praia graças a esses dois!


Duval e Ismae e outros personagens conhecidos no primeiro livro retornam para construir a trama política ao redor da duquesa. Com a ameaça francesa e os riscos impostos por D'Albret, alianças precisam ser formadas, e o time responsável por proteger a governante também é o responsável por aconselhá-la no seu papel de líder.

Até coisas luminosas projetavam sombras.


- Joias podem ser substituídas, primo. A independência, depois de perdida, não.

Divina Vingança tem tudo de melhor em ficções históricas: uma protagonista poderosa, um casal impactante e o background sobre guerra política. Se isso não é suficiente para te atrair, eu te digo mais uma coisa: a mitologia dessa série é absurda de tão boa. Os Deuses, os santos que comandam a sociedade, são críveis e as lendas residindo sobre eles são maravilhosas - ou seriam histórias verdadeiras?

Título original: Dark Triumph
Autora: Robin LaFevers
Editora: Plataforma 21
Gênero: Ficção Histórica / Romance
Nota: 5

Saiba Mais: Skoob | Saraiva

Um comentário:

  1. Oi Denise, tudo bem? O Clã das Freiras Assassinas é um titulo de série que cham muita atenção! Adoooro tramas políticas e girl power! Depois de ler a resenha fiquei com mega vontade de conferir, o casal parece ter uma excelente química e com uma mitologia tão boa, caracas, fiquei mega curiosa! Amei a resenha!

    Bjs, Mi

    O que tem na nossa estante

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