Resenha: Vampiros nunca envelhecem - Queria Estar Lendo

Resenha: Vampiros nunca envelhecem

Publicado em 16 de jul. de 2022

Resenha: Vampiros nunca envelhecem

A antologia de contos criada por Zoraida Córdova e Natalie C. Parker é uma homenagem moderna e diversa aos vampiros. Com onze histórias de grandes nomes da ficção especulativa atual, Vampiros nunca envelhecem é um livro rápido e nostálgico para divertir.

Mais histórias para quem curtiu essa:

As autoras reuniram colegas de mundo editorial para contar histórias únicas sobre vampiros. Histórias que exaltam o diferente, que dão espaço para diversidade, que mostram que, entre os clichês sobre sanguessugas, é possível trazer representatividade de todos os tipos.

Vampiros nunca envelhecem é uma coletânea divertida e criativa. Os contos passam rápido, e a maioria das histórias te fisga. Algumas são inesperadamente engraçadas, outras são mais sérias, mas, num contexto geral, são um ode aos vampiros. Todas as histórias trazem algum detalhe das lendas vampirescas, reimaginado de acordo com o que está sendo contado. Vampiros sem reflexo, que não podem andar sob o sol, que reagem a prata e alho, como funciona a transformação. Os autores exploram cada detalhe à sua maneira. E por isso é tão legal!

Resenha: Vampiros nunca envelhecem

Eu só não gostei, realmente, de três contos. Mas, dentro todos, quatro foram favoritos:

Os Garotos de Blood River, da Rebecca Roanhorse, foi maravilhoso! É uma história sinistra. Fala de uma cidadezinha com uma lenda antiga envolvendo um massacre misterioso e uma música amaldiçoada. Gostei do estilo da autora de contar essa história. Ela coloca um garoto gay e indígena na liderança da trama, e conversa sobre medo e opressão ao mesmo tempo em que lida com o sobrenatural sangrento das criaturas que aparecem ali.

Se você tivesse essa escolha, gostaria de viver para sempre?

O Garoto e o Sino, de Heidi Heilig, é uma história rápida e interessante no passado. Envolve roubos de túmulos e mortos que não ficam mortos em seus caixões. Tem protagonismo de um garoto trans, e um vampiro terrível tentando atrapalhar esse garoto de conquistar seu espaço em uma universidade.

Um guia para o vampiro desi recém-transformado, de Samira Ahmed, é hilário. E afiado. Através de um app para vampiros desi recém-transformados, ela nos narra como é o dia a dia dessas criaturas noturnas. É muito engraçado, muito debochado, e traz alfinetadas interessantes a respeito de colonização e xenofobia.

O que você deve comer? O seu colonizador.

Primeira Morte, da V.E. Schwab, foi o último. Essa é a história que inspirou a série da Netflix, e eu adorei ela! Acompanha as garotas Juliette e Callíope; respectivamente, uma vampira e uma caçadora de monstros. Tem um romancinho, uma reviravolta, e um final aberto maravilhoso. E me instigou a assistir a adaptação!

Poucos foram os contos que eu não gostei tanto em Vampiros nunca envelhecem. O que abre a antologia, Sete noites para morrer, da Tessa Granton, foi um deles. Não gostei muito do desenvolvimento, e nem da protagonista. Parece que tinha potencial, mas acabou não sendo tão bem explorado porque a narrativa se levou à sério demais. Bestiário, da Laura Ruby, também foi fraco. Não sei para onde a história estava querendo ir, mas não me interessei por nada nela. 

E Casa das Safiras Negras, da Dhonielle Clayton, parece que acabou na metade. Sabe quando a história não te passa a emoção que queria estar passando? A quantidade de personagens que apareceu e o fim abrupto, que não soou como um final aberto, mas sim uma interrupção em que faltava alguma coisa, me desagradaram.

Resenha: Vampiros nunca envelhecem

Entre os capítulos da antologia, as organizadoras aparecem para fazer comentários divertidos a respeito dos mitos e lendas ao redor dos vampiros. É um acréscimo interessante no decorrer das histórias, porque elas falam sobre as adaptações que cada autora ou autor fez.

Vampiros nunca morrem tem um ritmo ótimo, mesmo nos contos mais fracos. A edição da Galera Record ficou linda, com o glitter localizado na caveira - tanto na capa como na contracapa. A tradução do Guilherme Miranda também ficou ótima, com adaptações excelentes.

Para quem ama vampiros, sente saudade dos clichês, e busca diversidade entre eles, Vampiros nunca morrem é a sua próxima leitura obrigatória.

Sinopse: Neste livro, editado por Zoraida Córdova e Natalie C. Parker, você encontrará histórias sobre vampiros stalkers das redes sociais, vampiros rebeldes famintos por mais do que apenas sangue, vampiros ansiosos para debutar — e para arranjar sua primeira vítima —, vampiros que não apenas saíram de seus caixões, mas também do armário. Prepare-se para conhecer também outras criaturas ousadas, impactantes, perigosas, deliciosas, sinistras, icônicas e poderosas da noite. Bem-vindos à evolução dos vampiros — e a uma revolução nas páginas.

Título original: Vampires never get old
Editora: Galera Record
Autores: Samira Ahmed, Dhonielle Clayton, Tessa Gratton, Heidi Heilig, Julie Murphy, Mark Oshiro, Rebecca Roanhorse, Laura Ruby, V.E. Schwab, Kayla Whaley, Zoraida Córdova, Natalie C. Parker
Tradução: Guilherme Miranda
Gênero: Contos | Ficção especulativa
Nota: 4


3 comentários:

  1. Oi Denise! Eu sempre gostei de histórias de vampiros e somente há pouco tempo soube deste livro. Fiquei muito afim de conferir e estou de olho também na adaptação de um dos contos. Bjos!! Cida
    Moonlight Books

    ResponderExcluir
  2. Olá, Denise.
    Eu vou repassar a dica para uma amiga que ama vampiros. Infelizmente eu não gosto mais. Fui muito fã e queria ler tudo na época de Crepúsculo, hoje em dia não me interesso mais. Acho que li tanto de Vampiros, anjos, essas coisas que enjoei hehe.

    Prefácio

    ResponderExcluir
  3. Oie, eu me animei bastante com o livro e espero ler em breve. Os contos parecem maravilhosos.

    Bjs

    Imersão Literária

    ResponderExcluir

Deixe seu comentário, sua opinião é sempre muito bem-vinda!



@QueriaEstarLendo