Controle Remoto: O Clube da Meia-Noite

O Clube da Meia-Noite é a nova série de Mike Flanagan, mesmo criador de A Assombração da Casa da Colina, A Assombração da Mansão Bly e Missa da Meia-Noite.

A série acompanha um grupo de adolescentes em fase terminal, vivendo os últimos dias em um hospício para cuidados paliativos de fim de vida. A meia-noite, eles se encontram na biblioteca do local para contar histórias e manter um pacto vivo: o primeiro deles a morrer deve fazer tudo em seu poder para entrar em contato com o clube.

De início acompanhamos a jovem Ilanka, que está pronta para ir para a faculdade quando descobre um agressivo câncer de tireoide. Um ano - e muitos tratamentos mais tarde - o câncer não recua. Desesperada, Ilanka encontra informações sobre uma jovem que disse ter se curado em um hospício chamado Brightcliffe. E Ilonka decide que o lugar é sua última chance.

Lá ela conhece outros 7 jovens: Kevin, Spencer, Anya, Amesh, Sandra, Cheri e Natsuki, que foram o Clube da Meia-Noite. Em meio as investigações de Ilanka sobre o que pode ter salvo aquela garota, 30 anos antes, ela também precisa lidar com a inevitabilidade do seu diagnóstico - e dos colegas.

Eu tinha altas expectativas para essa série - e ao mesmo tempo, não esperava nada. Isso porque esse é o primeiro terror do Mike Flanagan voltado para adolescentes que eu vejo. Então, mesmo tendo gostado muito dos seus trabalhos anteriores, eu não sabia bem o que podia esperar. Mas amei cada minuto da série.

Num estilo bem próprio do Flananverse, a série usa do terror para retratar a jornada emocional dos personagens - que aqui é bem pesada, uma vez que todos eles estão morrendo. O que, pra mim, vai contra a natureza da ficção em si, onde tudo é possível e personagens nunca morrem.

Chorei muito mais com O Clube da Meia-Noite do que pensei que choraria. A série também é bem mais "leve" no terror, se comparar com a Casa da Colina e Mansão Bly, por exemplo. E a maior parte vem de jump scares. 

E aqui preciso abrir um parênteses falando sobre como eu odeio jump scare. Mas, diferente da maioria, que parece ter odiado esse traço de O Clube da Meia-Noite, eu gostei bastante. Especialmente porque muito desses sustos acontecem dentro a história que eles estão contando, que pode ser interrompida constantemente pelos comentários dos outros membros do clube. Então, ao mesmo tempo em que eu levava o susto com a aparição, não dava medo de verdade.

O que eu agradeço, porque vi a série todinha durante a noite.

O Clube da Meia-Noite é baseado no livro de mesmo nome de Cristopher Pike e gostei muito das pequenas homenagens feitas ao longo dos episódios. Em dado momento, quando os personagens encontram uma ata antiga do clube, tem o nome de várias histórias que já foram contadas - que são os nomes de vários livros do autor.

Além disso, as histórias que o clube conta durante suas sessões, também são outros livros do autor, adaptados para refletir a jornada emocional de cada um dos personagens. E amei cada segundo.

Aliás, preciso dizer que embora tenham vários personagens, não foi difícil me conectar com cada um deles e com o que eles estavam experimentando. Suas esperanças e decepções quando precisavam encarar a doença.

Fora isso, ainda temos alguns mistérios, especialmente aquele envolvendo a "cura espontânea" e o aparente culto que ocupou a casa muito antes dela se tornar Brightcliffe.

Gostei de cada minuto da série e queria muito que tivesse uma segunda temporada, para fechar as pontas soltas.

O Clube da Meia-Noite está disponível na Neflix.