Match Imperfeito (O Encontro de Dimple e Rishi) é uma comédia romântica da autora Sandhya Menon que exalta a cultura indiana, as questões vividas por jovens adultos tentando descobrir o que querem para o seu futuro, e o peso do legado em gerações ansiosas por experimentar a liberdade. Tudo isso com uma bela dose de romance.
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Dimple sabe o que quer para a vida: ser uma programadora. Ela é apaixonada por tecnologia e números e entrou em Stanford justamente para estudar isso. Porém, tem outra coisa em seu caminho que pode ajudá-la na faculdade: a Insônia Con. Seis semanas de um programa criando e programando um app que pode, ao fim, ganhar um prêmio imensurável e colocá-la em rumos grandiosos no seu sonhado futuro.
O problema é que seus pais - especialmente sua mãe - não parecem muito ansiosos para essa empreitada. Tudo porque, para a mãe de Dimple, ter o Marido Indiano Perfeito é o melhor que a filha pode fazer com a sua vida. Por isso, quando seus pais permitem que ela vá para a Insônia Con, parece um sonho se tornando real.
Quando chega lá, no entanto, seu caminho cruza com o de Rishi Patel. O motivo? Ele é o candidato a ser seu futuro marido perfeito. Filho de uma família indiana amiga da sua, Rishi chega com a esperança de estar para conhecer sua futura noiva. Mas encontra indignação e revolta da parte de Dimple.
Com uma conversa, os dois aceitam conviver em paz, como colegas do projeto da Insônia Con. Nada de futuros programados, apenas um app a ser criado. O problema é que talvez seus pais tenham dado uma cutucada no destino ao colocar esses dois no caminho um do outro. Porque, quanto mais convivem, mais parece que nasceram para ficar juntos.
Match Imperfeito é uma romcom muito gracinha. Genuinamente divertida, com uma narrativa leve e rápida, personagens fáceis de amar e uma jornada que (com exceção do final) é ótima.
- Talvez Rishi seja a maneira de o universo te ensinar a respirar fundo e simplesmente encarar o desafio.
Falo do final porque, pra mim, ele caiu naquele limbo de "vamos correr com tudo pra acertar as coisas" e aí soou extremamente apressado. A partir ali dos 75% parece que o livro ligou a velocidade 2,5x pra chegar nos finalmentes, e eu fiquei com a sensação de que perdemos alguns bons dramas em troca de um conflito xoxo e capenga que não combinou em nada com os protagonistas.
Tirando isso, Match Imperfeito é uma comédia romântica maravilhosa. Culturalmente rica, porque traz protagonistas orgulhosos (pelo menos o Rishi) do legado que carregam, e do peso de representar os sonhos e expectativas dos pais, e também pela situação de serem a geração que nasceu em um país diferente daquele dos pais e, portanto, cresceram com outras expectativas e sonhos.
A questão com a Dimple e seu futuro é muito interessante, e muito bem desenvolvida. Todo o conflito dela com a mãe e o que é esperado dela é muito bem trabalhado. Você entende a ânsia da mãe em garantir um futuro que, na percepção dela, é o "certo" para a filha, e entende a filha querendo sair na contramão de tudo que se espera dela, porque ela tem seu próprio caminho para trilhar.
- De vez em quando, meus sonhos são em aquarela. Você tem uma coragem que eu nunca consegui ter, Rishi.
Rishi, por outro lado, apesar de viver com um sonho diferente, é muito centrado e obediente ao que se espera dele. E isso traz discussões interessantes com a Dimple; ao mesmo tempo em que os dois se conectam muito bem em relação à tradição e cultura, eles também se bicam por se distanciarem tanto do que cada um quer para o futuro.
O romance é uma gracinha. É um pouco instalove, sim, mas funciona porque Dimple e Rishi têm muita química. Eles funcionam muito bem como um casal (obrigada, pais, por esse empurrãozinho). É o destino? Talvez. Ou o simples fato de se encontrarem um no outro.
Rishi é muito divertido, Dimple é exaltada ao extremo. Ele é um artista de coração tentando segurar o coração e a mente de alçarem mais do que é capaz de alcançar. Ela uma programadora com o pé no chão ansiosa para se provar.
Match Imperfeito também traz umas discussões interessantes sobre bullying e racismo; seus personagens são jovens adultos à beira da faculdade, mas nem por isso os bullies os deixam em paz. E por não serem brancos, acabam batendo de frente com outras problemáticas mais graves dentro do ambiente acadêmico e social.
É revoltante, mas é realista; e eu gostei de como a autora soube equilibrar até mesmo a questão de classes sociais. O Rishi é muito rico, então ele não tem medo de confrontar os mauricinhos que entram em seu caminho. A Dimple, por outro lado, vem de uma família que luta com as economias, então conciliação e cuidado é tudo no caminho dela (até a gota d'água, pelo menos).
Rishi a beijou com vontade, com significado, como se acreditasse que era exatamente ali que os dois deveriam estar naquele momento. E beijou Dimple até que ela também acreditou nisso.
Eu amei a família da Dimple (seu pai é um amorzinho!) e a do Rishi, apesar de vermos pouco dos pais, muito ouvimos falar sobre ele através do protagonista. E do seu irmão, Ashish, quando ele aparece (o total oposto do Rishi, o que cria um conflito interessante pra trama).
A tradução de Lavínia Fávero tá muito boa, e toda a edição da Gutenberg também. Gostei da adaptação com o título; eles são, definitivamente, um match imperfeito.
Essa foi uma leitura muito querida. Match Imperfeito é aquele tipo de comédia romântica que deixa um calorzinho no coração quando acaba, sabe? Porque é fofa e querida e divertida, com personagens que roubam o seu coração logo nas primeiras cenas.
Sinopse: Dimple Shah tem tudo planejado. Após a formatura do Ensino Médio, ela está mais do que pronta para tirar férias de sua família, ou melhor, da inexplicável obsessão de sua mãe em encontrar o “marido indiano ideal”. Mas, se seus pais realmente acreditassem que o mais urgente era arranjar um casamento para ela, não a teriam surpreendido com um curso de programação e desenvolvimento web para as férias de verão, certo? Rishi Patel é um romântico incurável. Quando seus pais lhe contam que sua futura esposa vai fazer o mesmo curso de verão, ele imediatamente concorda em planejar um encontro especial. Porque, por mais bobo que pareça para a maioria das pessoas, Rishi acredita no poder da tradição, da estabilidade e de ser parte de algo muito maior. Os Shah e os Patel não pretendiam dar início a esse “encontro arranjado” entre seus filhos tão cedo, mas, ao perceberem que os dois estavam interessados no mesmo curso de férias, pensaram: “Por que não?”. Narrado sob o ponto de vista dos dois protagonistas, Match imperfeito explora temas de cultura e identidade com perspicácia e afeto. Uma história sobre as diferenças, os desencontros e as escolhas que precisamos fazer, mesmo que em diversos momentos sejamos inevitavelmente perseguidos pelo destino. Neste livro, Sandhya Menon consegue captar as vozes das gerações de forma delicada e leve, com personagens cativantes e uma inesquecível e improvável história de amor.
Título original: When Dimple met Rishi
Autora: Sandhya Menon
Editora: Gutenberg
Tradução: Lavínia Fávero
Gênero: Romance contemporâneo
Nota: 4
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