Wolfsong: O Chamado é o livro um da série Green Creek, do TJ Klune, lançado aqui pela Editora Morro Branco (que cedeu este exemplar em cortesia). É uma romantasia adulta sobre found family, amor, honra e perda. Além disso, Wolfsong: O Chamado foi meu primeiro contato com o autor.
Se gostou desse livro, pode amar:
A história acompanha e é narrada por Ox, um garoto
tímido, péssimo com as palavras, um pouco lento e com um pai que, na primeira
cena, o abandona. Depois de ver o progenitor ir embora, Ox torna-se o “homem”
da casa e procura ajudar a mãe. É assim que ele acaba no primeiro emprego dele,
com doze anos e trabalhando em uma oficina de carros, com diversos homens mais
velhos, que o tratam como o novo membro do bando deles.
O dono da oficina, Gordon, torna-se um
Pai-Amigo-Irmão-mais-velho de Ox e, com 16 anos, ele é contratado legalmente
para trabalhar na Oficina. E é com 16 anos que Ox conhece Joe, um garoto
franzino e seis anos mais novo, que é estranhamente falante e acabou de se
mudar para casa ao lado da sua que, por anos, ficou vazia.
Você precisa sentir o cheiro dele e depois me contar por que parece bengalinhas doces e pinhas e épico e incrível.
Os Bennett são uma família estranha, mas sempre gentil
com Ox. Eles o acolhem, o convidam para jantar. Os filhos mais velhos se dão
bem com Ox e Joe, o mais novo, orbita ao redor dele. Ox, Ox, Ox: é tudo o que
Joe consegue falar. E é por isso que Joe dá uma estátua de pedra em formato de
lobo para Ox, logo depois deles se conhecerem. Vai demorar anos para o garoto
mais velho entender o motivo e muita coisa acontece no caminho, mas esse
presente torna-se o fio condutor de Wolfsong.
Enquanto Ox se aproxima da família Bennett, um movimento
de coisas começa a acontecer. Ox começa a ter um lugar e começa a se encaixar,
de uma maneira natural e tranquila dentro da família Bennett. Os caras da
oficina cuidam dele e Gordon, seu Pai-Amigo-Irmão-mais-velho está ali o tempo
todo pelo garoto. Os irmãos Bennett cuidam para que ninguém mais fale nada
sobre Ox ou cometa bullying contra ele… Mas ainda assim, parece que existe uma
peça importante faltando. Parece que algumas informações não chegam até Ox.
— Não acha que ele já deveria saber? Ele é do bando.
Quando Ox finalmente descobre o segredo da família
Bennet, o desenrolar das coisas e das escolhas narrativas de Klune me
surpreenderam. Não sei bem o que eu esperava de Wolfsong. Uma história de amor
mais descontraída, talvez. No entanto, é a história de um garoto encontrando
uma família, então perdendo-a. E então construindo a sua própria, porque essa é
a única alternativa que ele tem… A única escolha que ele pode fazer no meio da
situação em que foi colocado.
Narrado com uma voz autoral potente e autêntica, Wolfsong
é um apanhado de amor — não só o romântico, mas o fraternal, e filial, o amor
entre irmãos. Sobre como família, algumas vezes, não é sobre laços sanguíneos,
mas laços que escolhemos forjar. E TJ Klune escreve de uma maneira linda sobre
cada uma dessas coisas.
Ele escreve sobre perder e sobre incertezas. E escreve
sobre crescer e sobre desejar. E, em cada uma dessas coisas, ele sabe
exatamente onde acertar o leitor. Ele sabe — e consegue — criar uma aura de
magia, uma aura de infinitas possibilidades e sabe rabiscar personagens
cativantes, repletos de personalidade, que parecem ser pessoas reais… Porque
soam como pessoas reais.
Você me deixa confuso. Me deixa ansioso. Você é incrível e lindo, e às vezes quero colocar os dentes em você e vê-lo sangrar. Quero saber qual é o seu gosto. Quero deixar minhas marcas na sua pele. Quero cobri-lo até você ter meu cheiro. Não quero que mais ninguém te toque, nunca mais. Quero você.
Sobre o romance em particular dos dois personagens, Ox e
Joe: é uma escolha arriscada. TJ Klune trabalha com uma diferença de idade de 6
anos e existe essa questão de que eles se conhecem quando um é criança e o
outro, adolescente. No entanto, anos se passam dentro de Wolfsong e, quando
qualquer indício de amor romântico se desenrola dentro de Ox, Joe é adulto e o age
gap entre eles é tratado de maneira coesa e responsável, apesar de todo o contexto.
E tudo bem. Tudo certo.
Porque éramos o bando Bennett.
E nossa canção sempre seria ouvida.
Com uma fantasia repleta de lobos, magia, sentimentos
conflitantes, TJ Klune nos dá em Wolfsong uma história magistral sobre amor e
pertencimento, com personagens queer, protagonismo bissexual e uma avalanche de
sentimentos que transbordam as páginas e falam tanto sobre o mundo real que
chega a ser doloroso — sobre amar, ser amado e encontrar seu verdadeiro eu e
reconhecer seu valor, como indíviduo perante o mundo.
Eu amei Wolfsong: O Chamado e favoritei, com meu coração repleto de
um oceano de sentimentos e estou ansiosa para ler os próximos volumes da série
Green Creek (e todos os outros do TJ Klune).
Sinopse: Quando Oxnard Matheson tinha apenas doze anos, seu pai saiu de casa e nunca mais voltou. A lembrança do abandono e a solidão permanecem latentes. Passados quatro anos, Ox conhece Joe, seu novo vizinho. Joe Bennett é tagarela e envolvente, misterioso e intrigante, mas guarda segredos e cicatrizes profundas. Da amizade nasce um refúgio… Um lar. E, ao descobrir o segredo dos Bennett ― que são capazes de se transformar em lobos ―, o mundo de Ox se ilumina com tons de vermelho, laranja e violeta, de Alfa, Beta e Ômega. Quando uma tragédia devasta a cidade, o bando dos Bennett se fragmenta e Joe desaparece, abandonando Ox e deixando-o sozinho para juntar os cacos. Anos depois, os dois se reencontram. Esse retorno inesperado à cidade evidencia sentimentos que não podem mais ser ignorados, e Ox precisa compreender o que tudo aquilo significa dentro de si.
Título original: Wolfsong
Autor: T.J. Klune
Editora: Morro Branco
Tradução: Rita Süssekind
Gênero: Fantasia
Nota: 5+
Sofri muito lendo este livro. E ainda tou sofrendo. História muito forte. E vc resumiu ele perfeitamente. Parabéns.
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