Recebido em cortesia da Editora Suma, esse lançamento do selo de histórias em quadrinho deles é uma adaptação do clássico de mesmo nome. Adaptado por Aimée de Jongh, Senhor das Moscas retrata a história de garotos perdidos que vivem uma terra sem leis.
Se gostou dessa história, vai curtir:
O avião que transportava um grupo de garotos caiu em uma ilha no meio do nada. Ralph é o primeiro garoto a perceber isso. Em sua exploração, ele cruza o caminho de outro menino, apelidado maldosamente por colegas de Porquinho. Com uma concha, eles conseguem convocar todos os outros meninos perdidos da ilha, e é a partir daí que começa a sua saga de sobrevivência e selvageria.
Senhor das Moscas é um clássico com o qual eu não tive contato até então. Eu sabia sobre o que era a história, já li algumas releituras dele também. Mas essa adaptação foi a minha primeira vez lendo o "original" (a autora comenta que trouxe vários trechos e diálogos intactos do original, o que deu uma atmosfera bem pesada para os momentos em que eles apareciam.
Toda a ambientação da ilha e a convivência dos garotos vai ficando mais opressiva com o passar do tempo. Essa é justamente uma história que explora a ruptura das regras da sociedade; quando deixamos de ser pessoas e nos tornamos bichos, apenas sobrevivendo? Os meninos até tentam resistir à selvageria. Alguns não se dobram a ela mesmo nos momentos mais críticos. Outros a abraçam como se sempre tivessem pertencido a esse estilo de vida.
Ralph e Porquinho representam a humanidade, enquanto Jack é uma versão opressiva da selvageria. Os outros garotos ficam na corda bamba; alguns se sentem mais à vontade na violência, outros baixam a cabeça e obedecem quem tem mais poder e voz. Outros nem ao menos tem a chance disso porque a natureza os devora por completo.
Senhor das Moscas é uma história intensa e, muitas vezes, pesada. Pensar em crianças relegadas a uma ilha vazia, convivendo com o pouco que se lembram das regras e das leis, do que organiza pessoas como uma civilização, é desesperador. E o quadrinho desenvolve isso muito bem através das cores vibrantes e dos traços brutais. A arte de Aimée Jongh é linda.
Gostei muito da edição da Suma, com a excelente tradução de Érico Assis. O quadrinho tem aquele formato quadrado, parecido com o de Lore Olympus, e traz folhas de revista que são confortáveis à leitura. Ele é muito bonito, e as cores e traços ficaram vibrantes na impressão.
Essa versão em quadrinhos do Senhor das Moscas é uma ótima maneira de conhecer o clássico e também uma ótima maneira de revisitá-lo, caso já conheça. Através dessa história brutal, conhecemos o melhor e o pior que nasce com o ser humano e que se destaca em situações em que a civilização cai por terra, e sobreviver é tudo que resta.
Sinopse: Publicado em 1954, Senhor das Moscas vendeu milhões de cópias, foi traduzido para mais de quarenta idiomas e adaptado em dois filmes de sucesso. Agora em quadrinhos, a obra clássica, moderna e atemporal ganha vida nas ilustrações de Aimée de Jongh, uma das artistas mais aclamadas da atualidade. “Nós somos o quê? Humanos? Ou animais?” Um avião cai em uma ilha deserta e os únicos sobreviventes são um grupo de meninos em idade escolar. Durante o dia, eles exploram as praias exuberantes e aproveitam as brincadeiras sem a supervisão de nenhum adulto. À noite, são assombrados por pesadelos com um monstro assustador e tudo o que perderam. Órfãos de qualquer civilização que os ampare, eles precisam se organizar e criar as próprias regras, mas não demora até que o grupo se divida e as brincadeiras, antes inocentes, tomem um rumo sombrio.
Título original: Lord of the Flies: the graphic novel
Autores: William Golding e Aimée de Jongh
Tradução: Érico Assis
Editora: Suma
Gênero: Ficção | HQ
Nota: 5
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