Resenha: Hoje é um belo dia para matar - Patrick Horvath

Esse lançamento do selo Macabra, da Editora Darkside, chegou pra gente em cortesia. Hoje é um belo dia para matar, de Patrick Horvath, com artes de Hassan Otsmane-Elhaou é um recorte instigante sobre a vida de uma serial killer local que vê seu mundo virar de cabeça para baixo quando outro serial killer aparece para atrapalhar sua vida pacata.

Se curtiu esse quadrinho, pode gostar dessas leituras:

• O Fantasma de Anya, de Vera Brosgol
• Minha irmã, a serial killer, de Oyinkan Braithwaite
• Sempre vivemos no castelo, de Shirley Jackson
• Depois, de Stephen King

Samantha tem algumas regras quando se trata da matança, mas a mais importante delas é: não mate os locais. A cidadezinha pacata onde vive, Bosque do Riacho, é pacífica e tranquila, e Samantha vive sua rotina ali escondendo de amigos e conhecidos que é, na verdade, uma assassina em série sanguinária. Todas as mortes que cometeu foram na cidade grande; é proibido matar ali.

O problema é que as regras só valem para ela, porque outro assassino em série começa a matar os locais, colocando um problemão no caminho de Samantha: se a polícia investigar demais, pode acabar prendendo o assassino errado. Por isso, é tarefa dela encontrar quem está fazendo isso.

Hoje é um belo dia para matar chegou para mim de surpresa, e foi uma bela surpresa! O quadrinho tem artes magníficas, uma ótima construção de atmosfera e me lembrou obras como Hannibal e Dexter, que te fazem meio que... simpatizar com o assassino local. 

A Samantha é uma personagem interessante, a construção dela como figura da cidade que é querida e atenciosa com todo mundo versus a pessoa que pega o carro para ir caçar na cidade grande. A filosofia deturpada dela traz algumas reflexões sobre a sua personalidade de psicopata; nunca é sobre proteger a cidade, mas a rotina e a si mesma. Ela não se importa realmente com aquelas pessoas, mas com o que foi construído ali.

O aparecimento do novo serial killer é chocante, e todo o desenrolar das investigações coloca uma pulga atrás da nossa orelha. Eu não saquei quem era até a revelação, e aí tudo fez sentido. Saber quem está fazendo aquilo também coloca uma nova camada de tensão na história, porque é uma corrida contra o tempo para ver qual dos dois assassinos vence.

Hoje é um belo dia para matar coloca animais em pele de pessoa, e cada um foi bem escolhido para representar o que esperamos de cada figura animalesca. Dos covardes aos que mandam no pedaço, dos furtivos aos que não têm medo de peitar o perigo.

A edição da Darkside tá bonita demais, da capa ao cuidado interno. Também gostei bastante da tradução de Érico Assis, sempre excelente!

Hoje é um belo dia para matar é uma história rápida, sangrenta e instigante que mistura muito bem a tensão e a curiosidade da caçada a um serial killer.

Sinopse: Em Bosque do Riacho, todo mundo tem um segredo. O de Samantha cabe em uma pá. Bosque do Riacho parece saída de um cartão-postal: árvores cor-de-mel, vizinhos cordiais e padarias com pães quentinhos. Mas nesta vitrine de perfeição e fofura vive Samantha. Ursinha-parda, empresária exemplar, adorável. E serial killer. Samantha construiu uma vida respeitável e um negócio de sucesso. Para ela, manter a ordem significa escolher suas vítimas na cidade grande, bem longe dos olhares atentos da vizinhança. Mas quando um assassinato brutal abala a pacata Bosque do Riacho, a tranquilidade de Samantha é ameaçada. Um novo predador ronda seu território, e ela sabe que precisa agir rápido. Com a contagem de corpos crescendo e o xerife farejando mais do que deveria, Samantha inicia uma caçada implacável. Há espaço para apenas um monstro no Bosque do Riacho — e ela não pretende dividir seu território.

Título original: Beneath the trees where nobody sees
Autoria: Patrick Horvath

Ilustrações: Hassan Otsmane-Elhaou

Tradução: Débora Landsberg

Editora: Darkside
Gênero: HQ
Nota: 5
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