Esta resenha tem spoiler dos volumes anteriores. Conheça essa e outras histórias:
Adelina é rainha de Kennetra e de outros territórios das Terras do Mar; uma rainha cruel, medonha, temida por seus súditos, odiada pela maioria deles. Ela escolheu a violência, o caos e a disciplina rígida para se erguer contra aqueles que um dia a oprimiram - e a qualquer malfetto que já pisou naquelas terras.
Com a pretensão de expandir seu reinado além do mar, nas terras onde a rainha Maeve descansa após a derrota na última batalha, Adelina não imaginava por um contratempo perturbador em seu caminho de glória: o mundo mortal está sendo envenenado pelo imortal. E a culpa pode ser dos Jovens de Elite.
Esse livro foi simplesmente uau. É uma daquelas histórias que te prendem da primeira página até o fim, que te impedem de largar o livro para fazer qualquer outra coisa; foi um final digno para uma trilogia tenebrosa e traiçoeira, com personagens vis e muito pouco espaço para esperança no mundo em que viviam - e, ainda assim, uma história sobre fé, sobre amor e sobre união.
Ela era a personificação da frieza. Houve uma época em que a escuridão cobriu o mundo, e a escuridão tinha uma rainha.
Adelina está vivendo o período mais escuro e solitário de sua vida, ainda que ela esteja rodeada por um exército poderoso, por alguns seguidores fieis e por todo o povo das cidades conquistadas. Ela é uma rainha sombria e assustadora que inspira terror em quem ousa desobedecer seus decretos; a maioria deles voltada aos direitos dos malfettos, marginalizados e tratados como monstros desde a Febre de Sangue.
Agora, protegidos por uma rainha idêntica a eles. O que significa que os humanos sem poderes, sobreviventes da doença, se tornam submissos - e ao mesmo tempo em que incita medo, Adelina constrói uma reputação de tirania. A mesma que ela havia derrubado.
- O medo funciona melhor com um pouco de amor.
A jornada dessa personagem é uma das mais interessantes que já tive a alegria de ler. Adelina é completa escuridão, mas nem por isso é totalmente má. Dá para entender de onde vem toda a sede de vingança, todo o seu ódio pela normalidade e pela maneira com que os Jovens de Elite foram tratados até então.
Em um mundo carregado por preconceito e por punições cruéis, Adelina escolheu responder violência com violência. Ela nunca buscou justiça, ela buscou retaliação. E a coroa lhe garantiu isso. Claro que, com o poder, vêm as consequências - e no caso dela e dos outros Jovens de Elite, é o próprio poder que vai ser sua maior fraqueza.
Adelina está sendo assombrada pelas ilusões, e os outros jovens detentores de peculiaridades mágicas se veem dobrados à fragilidade oposta ao que lhes dá força. Raffaele sente energias demais, Violetta finalmente experiencia o que os malfettos sofreram com suas marcas, e por aí vai. A construção da tensão em cima desse equilíbrio entre poder e fraqueza e o motivo para isso estar acontecendo vêm sendo construídos desde o primeiro livro, e altamente explorados nesse volume final. Marie Lu é absolutamente um gênio.
Adelina está sendo assombrada pelas ilusões, e os outros jovens detentores de peculiaridades mágicas se veem dobrados à fragilidade oposta ao que lhes dá força. Raffaele sente energias demais, Violetta finalmente experiencia o que os malfettos sofreram com suas marcas, e por aí vai. A construção da tensão em cima desse equilíbrio entre poder e fraqueza e o motivo para isso estar acontecendo vêm sendo construídos desde o primeiro livro, e altamente explorados nesse volume final. Marie Lu é absolutamente um gênio.
Os personagens coadjuvantes ganham importantes arcos dentro da narrativa, além do que já tinham. Raffaele está longe de Adelina, mas é o elo com a sobrevivência de todos os Jovens de Elite. Ele também vive alguns dilemas a respeito da guerra e do resultado do exílio do exército de Maeve.
Há um desequilíbrio no mundo, o veneno do imortal tocando o mortal.
Ele é um garoto atencioso que luta pelo bem e pela ordem, quase o completo oposto da Adelina - e por isso as interações entre eles são sempre tão interessantes. É uma amizade confusa, mas uma amizade definitivamente.
Teren ainda é o alucinado caótico que sempre foi, mas agora ele não tem um propósito. Antes um peão da rainha, agora é um prisioneiro sentenciado aos próprios terrores e medos; à fé que não se quebra, independente das circunstâncias. Ele teve ótimas dinâmicas com a Adelina em toda a série, e uma relação conturbada foi construída entre os dois; aqui, Teren vê a escuridão da garota e ri dela.
- Você não pode endurecer seu coração para o futuro apenas por causa de seu passado. Você não pode usar a crueldade contra si mesma para justificar a crueldade com os outros.
Magiano cresceu em sua participação na trama principal, muito disso graças à sua proximidade com a protagonista. Ele e Adelina têm talvez o relacionamento mais importante para a personagem, uma vez que Magiano age como a razão e a consciência da rainha. Os dois são intensos, mas cada um à sua maneira.
Dá pra ler nas entrelinhas a devoção do Magiano à garota que ele conheceu, e como ele acredita que ela ainda está entremeada à nova máscara que Adelina tem usado - ele está ao seu lado em devoção à garota esperançosa, não a governante tirana. E Adelina enxerga em Magiano toda a luz que seus poderes e sua ambição drenaram do que ela é; todo um caminho de redenção existe junto ao rapaz, e mesmo relutante em tomá-lo, ela sabe que ele estará ali quando precisar.
Maeve e Lucent são coadjuvantes, mas ambas têm espaço para um resolução - principalmente em relação ao seu envolvimento romântico e seus sentimentos. Maeve ainda é uma rainha amargurada por sua derrota, erguendo-se para um provável contra-ataque, mas também é uma Jovem de Elite abalada pela perspectiva de que seus poderes talvez sejam sua ruína. E que ela e Lucent podem não ter tempo suficiente para recuperar o que foi perdido.
Violetta tem um pouco menos de participação nesse livro, mas todos os seus momentos são cruciais para a história - especialmente seu envolvimento com a irmã. Do meio para o fim, tudo o que Adelina faz se desenvolve a partir do que ela sente pela irmã; o que todos aqueles anos de convivência, de dor e de amor significaram para o seu emocional e psicológico. É uma narrativa brilhante, senhoras e senhores. De tirar o fôlego.
Há algo no sofrimento compartilhado que simplifica as coisas.
A cena final me arrepiou inteira.
A Editora Rocco fez uma edição bonita, como o livro merece. Não passei por nenhum erro de revisão e a diagramação não poderia ser mais bonita.
A sensação que A Estrela da Meia-Noite deixou foi de saudade e de "quero mais". É um livro curto, então as coisas se movem com adrenalina e muita ação bem escrita. E, por ser curto, acaba rápido demais. Eu certamente vou sentir saudade da Loba Branca, de Kenettra e da grandiosa história dos Jovens de Elite.
Sinopse: Adelina Amouteru sobreviveu à febre do sangue, fez uso de seus dons, formou seu próprio exército, vingou-se de seus traidores e conquistou a vitória. Mas seu reinado triunfante está ameaçado, e o inimigo não vem de fora; a sede de vingança da jovem levou seu lado cruel e sombrio a sair do controle, e ela terá que curar antigas feridas se quiser manter tudo o que conquistou. No desfecho da eletrizante trilogia Jovens de Elite, Marie Lu coloca sua protagonista diante de uma nova ameaça que a levará a revisitar fatos dolorosos do seu passado e a fazer uma aliança arriscada e difícil. Será que Adelina está preparada para se transformar na estrela da meia-noite e, finalmente, conhecer a paz?
Título original: Midnight Star
Autora: Marie Lu
Editora: Rocco Jovens Leitores
Gênero: Fantasia sombria | YA
Nota: 5+
Oiii Denise
ResponderExcluirDa Marie Lu ja li completa a trilogia Legend (super genial) e me falta ler essa tericera parte de Jovens de Elite e também Warcross. Essa é uma autora que sempre me surpreende, ela foge da mesmice e não tem dó nem dos personagens e nem dos leitores....haha. Quero muito conferir logo essa terceira parte, sei que será incrível.
Beijos
www.derepentenoultimolivro.com
Olá, Denise.
ResponderExcluirEu amei a trilogia Legend e quando fui ler Jovens de Elite acho que fui com muita sede ao pote e acabei não gostando tanto assim. por isso não me animei em ler o segundo. Mas agora vendo sua empolgação quem sabe eu dou uma segunda chance aos livros.
Prefácio
Oi Denise, tudo bem? Eu ainda não comecei a ler essa série, mas tenho uma enorme curiosidade por conta de Adelina, sempre que leio as resenhas que falam dela fico me roendo pra conhecer a trilogia rsrsrs Fico feliz em saber que a autora encerra bem a história
ResponderExcluirBjs, Mi
O que tem na nossa estante
Oi Denise,
ResponderExcluirSou doida pra ler algo da autora, sempre recebo recomendações.
Pela sua resenha a série finaliza de algo eletrizante, mas preciso dizer que esse nome da moça me lembrou a novela A Usurpadora hahaha
bjs
Nana - Canto Cultzíneo
Oi, Denise! Só li Legend, da autora. Depois, nunca mais! Nem terminei a trilogia. Mas sabe que, depois dessa, deu até vontade de dar uma chance de novo?
ResponderExcluirBeijão!
www.controversos.com
Oi Denise, tudo bom?
ResponderExcluirEu adoro a autora, mas só li a saga Legend dela.
Preciso me arriscar nessa Jovens de Elite.
Parece boa... Mas claro que eu prefiro um bom romance, rs.
Beijos
http://estante-da-ale.blogspot.com.br/
Oi, Denise!
ResponderExcluirSó li o último paragrafo da resenha porque não quero pegar spoiler hahhahaha
Menina, bom saber que apesar de curto ele não deixa a desejar. Confesso que fiquei com medo do tamanho dele.
Beijos
Balaio de Babados