Controle Remoto: Girl Rising - Queria Estar Lendo

Controle Remoto: Girl Rising

Publicado em 11 de out. de 2019

Controle Remoto: Girl Rising

Hoje é o Dia Internacional da Menina, uma data que marca a promoção dos direitos das meninas e adolescentes e também reconhece a necessidade de criar e ampliar estratégias para o combate a desigualdade de gênero no mundo (referente ao acesso e direito a edução, nutrição, direitos legais, cuidados médicos, combate a violência, descriminação e casamento infantil).

Por isso decidi falar de um documentário de 2013 chamado Girl Rising - que é também uma campanha global pela edução e empoderamento das garotas por todo o mundo. Dirigido por Richard E. Robbins, o filme mostra a história de nove garotas, entre 7 e 16 anos, e sua luta para superar as barreiras sociais e culturais de seus países.

Cada garota tem sua história escrita por uma autora de seu país e narrada por uma celebridade e, assim, a vida de Sokha (Cambódia), Wadley (Haiti), Suma (Nepal), Yasmin (Egito), Azmira (Etiópia), Ruksana (India), Senna (Peru), Mariama (Serra Leoa) e Amina (Afeganistão) chegam até nós.

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Azmira
Cada uma das histórias contadas em Girl Rising fala sobre o papel transformador da educação, não só na vida dessas garotas, como também na comunidade onde elas vivem - uma oportunidade de quebrar o ciclo da pobreza que contribui para que as coisas sejam sempre iguais.

São histórias marcantes e vidas difíceis, como a de Suma, que foi vendida aos 6 anos para um mestre, para que tivesse casa e comida - enquanto seu irmão ia para a escola. Trabalhando duro cuidando das louças, das cabras, da custura, sua vida só foi mudar quando conheceu um professor na casa de seu terceiro mestre.

Ou então Wadley, que aos sete anos era rejeitada pelos professores, mas voltava todos os dias para as escolas precárias de sua comunidade no Haiti, exigindo o direito de estudar.

Ou, ainda, Azmena, a garota etíope de 13 anos que fugiu de um casamento forçado - que nos mostra que, apesar de a idade legal no país para o casamento ser 18 anos, o casamento infantil não é raro e mesmo crianças de 7 anos já tinham sido casadas.

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Ruksana
E entre cada uma das histórias, Girl Rising também traz informações como: para cada ano que as garotas são mantidas na escola, mais sobe o IDH dos países, já que mulheres educadas empregam seus aprendizados dentro da própria comunidade, transformando-a e ajudando-a a crescer.

Muito mais do que apenas impressionar com histórias fortes de garotas resilientes que encontram refugio na educação, Girl Rising volta a apontar para problemas atuais e urgentes. É muito comum escutar que as mulheres já conquistaram tudo ou que o feminismo não é mais importante, mas o documentário nos lembra do contrário.

E é interessante perceber que nem precisamos sair do nosso próprio país para encontrar problemas como os descritos em Girl Rising. O Brasil é o 4º no ranking de países com o maior número de casamentos infantis de meninas (toda união, formal ou não, onde pelo menos uma das pessoas tem menos de 18 anos). Segundo a Unicef, são cerca de 2,9 milhões de casamentos. Além disso, somos o pior país da América do Sul para ser menina.

Girl Rising é uma forte indicação minha, porque acredito que pode ajudar a compreender o ciclo da violência e da opressão, e soluções para quebrá-los - o que acho importantíssimo, já que não podemos lutar contra problemas que não sabemos existir.

Controle Remoto: Girl Rising
Sena
Mas além dele, também existem outros documentários interessantes que falam da condição das mulheres ao redor do mundo - situações que, muitas vezes, do alto do nosso privilégio, não percebemos que ainda existem.

Um deles é o curta Period. End of a Sentence que ganhou o Oscar esse ano e fala sobre como a disponibilidade de absorventes mudou a vida de garotas (e mulheres) em uma vila na Índia, já que muitas paravam de estudar quando ficavam menstruadas porque era muito difícil seguir sem o auxílio dos produtos de higiene (que por aqui, muita gente vê como garantido).

It's a Girl é outro documentário importantíssimo a respeito de uma cultura misógina global, abordando o abandono e aborto de meninas em países como a Índia e a China, onde o filho homem é valorizado e filhas mulheres são vistas como peso e inferiores.

A maior parte dos documentários pode ser encontrado tanto na Netflix como no Youtube, então vou deixar vocês com o trailer deles aqui:


8 comentários:

  1. Olá, Bianca.
    Eu nunca assisti nenhum documentário acredita. Achei esse muito interessante e necessário. Com certeza vou assistir. Eu nem tinha ideia de que o Brasil quase que ganha medalha no ranking de casamentos infantis. A gente vê essas coisas e acha que só acontece lá na Africa e Oriente Médio.

    Prefácio

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  2. Oi Bianca,
    Eu não sou uma fã de documentários, mas só porque não me proponho a assisti-los com frequencia, sabe?
    Porém, assisti "Period. End of Setence." e gostei MUITO. Foi um belo tapa na cara e assumo de deveria assistir mais. Este Girl Rising me deixou curiosa, vou tentar ver ainda nesse final de semana.
    beijo
    http://estante-da-ale.blogspot.com

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  3. adorei saber dessa data e das indicações incríveis desses documentários que com certeza já quero assistir! GRL PWR sempre!

    www.tofucolorido.com.br
    www.facebook.com/blogtofucolorido

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  4. Que interessante os documentários, já quero assistir.

    www.vivendosentimentos.com.br

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  5. Eu adoro assistir a documentários porém a maioria que assisti eram mais voltados para o planeta e meio ambiente. Não conhecia esse e com toda certeza está agora na minha lista para assistir. Muita gente acha que o feminismo não é necessário ou que é frescura porém isso a cada dia que passa se mostra mais e mais necessário de ser falado e mostrado. As pessoas precisam entender sobre e esses documentários ajudam a levar um pouco disso para os outros. Eu mesma cresci em um ambiente onde me ensinaram que é bobeira eu não querer casar, que feminismo era desnecessário e que temos que ser submissas. Foi a informação que ajudou a mudar minha mente. Adorei demais a sua indicação!!! <3

    Abraço,
    Parágrafo Cult

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  6. Oi, Bibs!
    Não conhecia esse documentário, mas achei bem interessante.
    Esse da menstruação é bem tenso, mas necessário. Acho o cúmulo do absurdo menstruação ainda ser tabu.
    Beijos
    Balaio de Babados

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  7. Oi Bianca! Faz tempo que não assisto nenhum documentários, mas Girl Rising já estava n meu radar, os outros agora anotados também. Excelente seu texto, vocês como sempre mandam muito bem!

    Bjs, Mi

    O que tem na nossa estante

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  8. Oi, Bibs
    Eu adoro documentários e adorei sua indicação. Não sabia desse, mas já vi alguns parecidos em tema. Amei!
    Beijo
    https://www.capitulotreze.com.br

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