Resenha: Desaparecidos em Luz da Lua - Christelle Dabos - Queria Estar Lendo

Resenha: Desaparecidos em Luz da Lua - Christelle Dabos

Publicado em 5 de out. de 2021

Resenha: Desaparecidos em Luz da Lua - Christelle Dabos

Desaparecidos em Luz da Lua é o segundo volume da série Passa-Espelhos, escrita por Christelle Dabos e publicada aqui pela Editora Morro Branco. É, também, o motivo do meu colapso emocional.

Se curte histórias de fantasia como essa, vale a pena conhecer:

Esta resenha vai conter alguns spoilers do primeiro volume, Os Noivos do Inverno

Depois que sua presença foi revelada, Ophélie precisa, agora, lidar com a atenção de todos ao seu redor e principalmente do espírito familiar do Polo, Farouk. Como a noiva de Thorn, há muitas expectativas sobre ela, e novos perigos mortíferos também.

Em meio às intrigas e de não saber em quem confiar, desaparecimentos bizarros começam a acontecer na Luz da Lua e todos parecem conectados a uma estranha mensagem ameaçadora; mensagem essa que Ophélie também recebe. Quem está cometendo esses atos atrozes e por que poderia querer se livrar dela também?

Os Noivos do Inverno foi uma das minhas leituras de fantasia mais queridas do ano; eu me surpreendi muito com todo o universo bizarro e terrível criado pela Christelle, como todos os personagens eram moralmente ambíguos e não dava para confiar, realmente, em ninguém além da protagonista. Em Desaparecidos em Luz da Lua - com tradução impecável de Sofia Soter -, ela elevou esse sentimento ao extremo e eu só soube surtar.

Aquela vibe de corte cheia de intrigas e mentirosos e interesseiros, aqui, segue firme e forte. Todos ao redor do espírito-familiar e nas proximidades de Ophélie e Thorn são difíceis demais de ler; você nunca sabe em quem pode confiar, ainda mais com os sequestros que começaram a acontecer.

Resenha: Desaparecidos em Luz da Lua - Christelle Dabos

Alguns se destacam em meio ao antro de personagens cinzas, aqueles em quem você coloca seu coração porque seus protagonistas também estão colocando. Archibald, Berenilde, Raposa, Barão Melchior, tia Roseline são figuras familiares e são essenciais no decorrer da trama, com tantos detalhes importantes. A construção desse universo de Arcas e espíritos poderosos e famílias dependentes deles é gigantesca e se expande com o passar das páginas, apresentando novas informações e reviravoltas interessantíssimas para a história principal.

- Ele é a encarnação da ordem e eu sou a do caos. Responde sua pergunta?

Inclusive, me permito um parágrafo inteiro para falar sobre Archibald porque se não é meu protótipo de Han Solo marcando presença aqui para roubar meu coração. Debochado & sarcástico ao extremo, com um coração de ouro, Archibald é um grande amigo e companheiro da Ophélie, um dos poucos confiáveis exatamente por ser tão dúbio e complicado. Eu morreria por ele!

Com esses personagens, Ophélie se sente segura e, consequentemente, nós também. São amigos aos quais nos prendemos e torcemos para que fiquem bem, porque a tensão é crescente e os mistérios se expandem com ela; não dá para saber, num lugar traiçoeiro, onde há segurança. E é por isso que esse livro é tão bom!

Ophélie se mostrou uma protagonista muito mais decidida e afetada por tudo que sofreu no livro passado. Ela conhece mais da Cidade Celeste e dos seus habitantes; entende a frieza e os comportamentos difíceis daqueles ao seu redor. Aprendeu a responder a eles, principalmente. Eu amo minha passa-espelhos!

Ela está muito mais forte e sua presença impõe mais decisão. Principalmente pelo fator: estar frente a frente com todos os tipos de perigos, desde espíritos-familiares esperando histórias mirabolantes a ilusionistas terríveis e traiçoeiras. Esse volume demanda muito mais dela. Ophélie tem grandes provações no decorrer dessas páginas, mas se prende ao conhecimento prévio adquirido e à própria coragem para confrontá-las.

Resenha: Desaparecidos em Luz da Lua - Christelle Dabos

Thorn, por sua vez, ganhou mais destaque; ainda carrega aquela aura misteriosa e congelada, um "varapau muito estranho", como diria o pai da Ophélie, mas suas aparições mais regulares e diálogos muito mais abertos expõem muito do personagem. Dá para entender mais dele nas nuances sutis que a autora coloca.

- Nunca me esforcei tanto para não ser odiado por alguém.

E, pelo amor de deus, o slowburn. Se o primeiro livro já me matou com as migalhas, como diria minha amiga Adrielli, esse aqui me deixou rolando pelo chão desesperada por cada momento ínfimo, mas muito mais intenso e significativo, que a autora criou. Ophélie e Thorn passaram da fase de olhares e desconfiança para olhares e desconfiança e momentos intensos de entrega e óbvia familiaridade.

Dá para sentir que o ship está caminhando, ainda que você não saiba para onde (e, honestamente, essa é a beleza do slowburn. Te matar aos poucos dolorosamente com o mínimo possível).

A parte mágica e política seguem firmes e fortes, tão importantes quanto no livro anterior. Toda a questão com a leitura - traço mágico que a protagonista possui, capaz de ler a memória de coisas que toca - é desenvolvida ainda mais como peça-chave da trama principal, mas também tem espaço para conhecermos mais dos Miragem, ilusionistas importantíssimos na Cidade Celeste (da qual Archibald faz parte), e do próprio Farouk, o espírito-familiar que era tamanho enigma no volume anterior.

Desaparecidos em Luz da Lua é um livrão, do começo ao fim. E, em nome de todos os deuses possíveis, que fim! Se eu não tivesse A Memória de Babel na minha estante, teria comprado no instante em que finalizei esse livro. É um baita cliffhanger pra te deixar roendo os dedos, porque as unhas você já roeu antes.

Sinopse: Quando Ophélie é promovida a vice-contista, ela se vê inesperadamente jogada aos holofotes e escrutínio da corte. Seu dom, a habilidade de ler a história secreta dos objetos, é descoberto por todos, e não há maior ameaça aos nefastos habitantes de seu novo lar gélido do que isso. Sob os arcos dourados da capital do Polo, ela descobre que a única pessoa em que talvez possa confiar é Thorn, seu enigmático e frio noivo. À medida que influentes pessoas da corte começam a desaparecer, Ophélie se encontra novamente envolvida em uma investigação que a levará além das muitas ilusões do Polo e a uma temível verdade.

Título original: Les disparus du Clairedelune
Autora: Christelle Dabos
Editora: Morro Branco
Tradução: Sofia Soter
Gênero: Fantasia
Nota: 5
SKOOB


5 comentários:

  1. Oie, acho que sua resenha aumentou consideravelmente minha vontade de ler esses livros hahaha, e olha que eu já estou bem ansiosa para ler. Por enquanto tenho apenas um dos volumes e estou aguardando uma promoção para adquirir todos.

    Bjs

    Imersão Literária

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  2. Oii, não conhecia, mas já quero todos❤. As capas são lindas.
    Bjs
    https://deliriosdeumaliteraria.blogspot.com/?m=1

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  3. OphelieThorn é a própria definição de slow burn. Apenas meu tudo!
    Esse é o meu favorito da série, mas vamos ver se vai perder o lugar pra Tempestade de Ecos
    Beijos
    Balaio de Babados

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  4. Oie
    Já tinha visto essas capas por aí, mas não sabia do que se tratava. Sua resenha empolgante me deixou curiosa pela série.

    Beijinhos
    https://tecendoaliteratura.blogspot.com/

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  5. socorroooo ontem terminei de ler noivos do inverno e ja comprei desaparecidos em luz da lua

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