Resenha: Na Estrada com o Ex - Beth O'Leary

Sabe aquela sensação de coração partido que uma separação amorosa causa? Eu senti isso com esse livro. A Beth O'Leary roubou meu coração com Teto para Dois e A Troca, e eu não esperava me decepcionar tanto com uma leitura dela como me decepcionei com Na Estrada com o Ex.

Conheça outras histórias da autora, e outros romances contemporâneos parecidos:

• Teto para Dois, de Beth O'Leary
• A Troca, de Beth O'Leary
• Malícias e Delícias, de Tara Sivec
• Você me ganhou no olá, de Alexia Daria

Aviso de conteúdo: esse livro possui uma cena de abuso sexual. Importante consultar todos os gatilhos antes da leitura.

A história se passa no passado e no presente e nos apresenta Dylan e Addie. Eles namoraram, dois anos atrás, mas terminaram de maneira conturbada e nunca mais tiveram contato; até que, numa viagem para o casamento de uma amiga em comum, por causa de um acidente de carro, precisam dividir a carona até a festa, o que gera tensão e muitas complicações pelo caminho.

Enquanto isso, no passado, conhecemos o momento em que eles se conheceram e acompanhamos todo o relacionamento até o fatídico término.

E, meu deus, como esse livro foi chato. Teto para Dois e A Troca tinham dinâmicas legais dentro do cotidiano, eram divertidos e traziam personagens interessantes de acompanhar; Na Estrada com o Ex foi um tormento para mim, do começo ao fim.

A começar pelos personagens chatos, infantis e babacas que a autora apresenta. Com exceção da Addie, eu não me importei com mais ninguém na história inteira.

A começar pelo Dylan, que é a definição de esquerdomacho mimado que não sabe o que quer da vida e está vivendo aquele momento de "descobrimento", quando na verdade não está descobrindo nada. Em todas as viagens e andanças e momentos filosóficos, ele não chega a lugar nenhum. Eu não consegui sentir nada além de tédio pelos seus pensamentos e indignação pelo quanto ele se prendeu à figura de uma garota que conheceu uma semana atrás.

O relacionamento entre ele e a Addie começa de um dia para o outro, literalmente, e vocês sabem o quanto eu odeio instalove. Não teve nada significativo, nada que me fizesse torcer pelo casal; a única coisa que sustentou meu interesse no livro foi descobrir o que diabos tinha acontecido nesse relacionamento sem substância para eles se separarem.

E, rapaz, eu não esperava a bomba que surgiria quando o motivo fosse revelado. Foi revoltante, infantil e muito, mas muito babaca da parte de um dos lados do relacionamento. Sem falar que só aconteceu porque não teve um pingo de DIÁLOGO.

Esse livro pode ser definido em três palavras: precisa de terapia.

Todos eles, em especial o Dylan e seu melhor amigo, Marcus.

Que, deixa eu te contar, é um dos piores personagens masculinos que já tive o desprazer de ler. Onde o Dylan é um babaca inútil sem o mínimo de atitude ou de voz, o Marcus é manipulador, emocional e psicologicamente falando, misógino, cheio de si de um jeito insuportável; é aquele tipo de cara que acha que manda no pedaço só por existir, que tem que ter a atenção de todo mundo só porque está ali, que faz birra quando não consegue o que quer.

Eu odiei tanto, mas tanto - e ainda que o livro não o enalteça e traga seus momentos de crítica, o Dylan passa TANTO PANO pra ele que a minha vontade era de empurrar os dois na rodovia com o carro acelerado a 150km/h.

Os outros personagens estão ali, mas não acrescentam tanto para a trama quanto eu gostaria. A irmã da Addie, Deb, é legal. E só isso. E o outro tripulante da viagem, Rodney, serve de alívio cômico em alguns momentos. Mas não consegui aproveitar porque, de novo, a presença do Marcus e a estupidez do Dylan me tiravam do sério.

E a Addie merecia mais. Muito mais. Ela é uma jovem buscando seu espaço no mundo, descobrindo as coisas, e no passado ficou presa a esse bebê chorão que não sabia o que queria da vida e pouco fazia para entender dela, culpando os pais e não assumindo a própria responsabilidade nas situações. No presente, eu não senti que ele tinha mudado muito.

Gritar pro Marcus calar a boca uma vez a cada 20 piadas misóginas ou escrotas não é estar tão mudado assim.

Na Estrada com o Ex tem aquela narrativa familiar da Beth, que é rápida e você mal vê as páginas passando; mas eu terminei na força do ódio, e não porque estava feliz e satisfeita com a leitura. Super indico as outras leituras dela porque são sensíveis e divertidas, mas desse aqui eu quero é distância.

Sinopse: Addie e sua irmã estão prestes a embarcar em uma épica viagem até o casamento de uma amiga na parte rural da Escócia. Elas já planejaram tudo para a aventura: desde a playlist até os lanches. Mas, não muito tempo depois de partirem, o carro delas sofre uma batida. O motorista é ninguém menos que o ex-namorado de Addie, Dylan, a quem ela tem evitado desde um traumático término, dois anos atrás. Dylan e seu melhor amigo também estão indo ao casamento, e o carro deles fica destruído, então Addie não tem escolha a não ser oferecer uma carona aos dois. O carro logo fica lotado de bagagens e segredos e, com uma distância de 400km à frente, Dylan e Addie não podem evitar confrontar o complicado passado de seu relacionamento… Eles chegarão ao casamento a tempo? E, mais importante, é o fim da estrada para Addie e Dylan?

Título original: The Road Trip

Editora: Intrínseca

Autora: Beth O'Leary

Tradução: Ana Rodrigues

Gênero: Romance contemporâneo

Nota: 2

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