Resenha: A Casa no Mar Cerúleo - T.J. Klune - Queria Estar Lendo

Resenha: A Casa no Mar Cerúleo - T.J. Klune

Publicado em 20 de mai. de 2022

Resenha: A Casa no Mar Cerúleo - T.J. Klune

Sabe quando você se apaixona por absolutamente tudo em uma história? Por cada cena e personagem? Minha leitura de A Casa no Mar Cerúleo foi exatamente assim. T.J. Klune conta uma história sobre o mágico, o temido e o solitário com maestria e empatia.

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Linus Baker tem quarenta anos e uma vida bastante calma. Ele trabalha no Departamento Responsável por Crianças Mágicas, monitorando orfanatos registrados ali por serem o lar de crianças nascidas do fantástico. Até o momento, a vida de Linus segue a mesma rotina monótona e sem grandes reviravoltas, muito obrigada.

Até que ele é convocado pela Administração Extremamente Superior para cuidar de um orfanato particularmente complicado. É de nível quarto na classificação sigilosa, o que significa que é muito sigiloso. Linus vai passar um mês por lá, para investigar as crianças registradas no lugar e o cuidador responsável.

Ao viajar até aquela solitária casa no mar cerúleo, Linus não esperava encontrar um caos tão simpático quanto o que existe no orfanato. E não esperava se sentir tão... em casa, quanto parece se sentir ali.

Resenha: A Casa no Mar Cerúleo - T.J. Klune

A Casa no Mar Cerúleo é um livro lindo. Querido. Fofo. Confortador. Familiar. É um abraço quentinho que você recebe de alguém muito amado. É um sopro de esperança e de calor no seu coração.

"Acho que vai perceber que o impossível é mais acessível por aqui do que você foi levado a acreditar."

A história de Linus Baker, de Arthur Parnassus e das crianças do orfanato mágico naquela solitária ilha cercada pelo mar cerúleo é, sem sombra de dúvidas, uma das mais bonitas que eu já li.

T.J. Klune fala sobre família, amor e pertencimento de maneira simples, e por isso tão cativante. A narrativa dele nos familiariza ao Linus, às crianças, ao Arthur e à ilha de tal modo que você se sente parte da história. Você quer que tudo fique bem. Que essa investigação mostre ao Linus, e ao Departamento, o quanto aquele é um lar acolhedor.

Nesse mundo, algumas pessoas nascem mágicas e passaram a ser registradas para manter o controle; crianças mágicas existem em orfanatos por todo lugar, e o trabalho de Linus sempre foi o de observar e registrar suas impressões sobre esses ditos lugares.

"Eles temem o que não entendem. E esse medo se transforma em ódio por razões que não sei se consigo compreender."

Nunca foi o de interagir, muito menos entender a realidade dessas crianças. A partir do momento em que Linus sai da sua bolha e passa a olhar para a realidade fantástica, e muitas vezes solitária, das crianças, toda a história dá um giro muito bem-vindo.

Sua convivência com as pestinhas que vivem na ilha é um deleite pra quem está lendo, porque é tão real. As crianças são carismáticas, cheias de personalidade e peculiaridades; seus diálogos, suas interações, todos os momentos em que aparecem, eles existem.

Talia, Phee, Theodore, Chauncey, Sal e Lucy são as crianças mais fofas da literatura. Cada um deles têm uma vivência mágica diferente, traumas que fragilizam e momentos que mostram suas forças. Sal foi o mais doloroso de ler, e também o mais esperançoso de conhecer. Cada um deles representa parcelas de crianças esquecidas pelo mundo inteiro; tire a mágica e você tem a realidade encontrado em muitos orfanatos.

"São as pequenas coisas. Pequenos tesouros que encontramos sem conhecer sua origem."

E também tem a curiosidade, a ânsia por conhecimento, por viver, por entender, por amar, por se divertir. A Casa no Mar Cerúleo é um livro tão doce e gentil com a história que está contando que, por muitas vezes, eu tive que parar de ler de tanto que estava chorando.

Talia e seu jardim magnífico; Phee e sua ligação com a natureza; Theodore e seu tesouro inestimável; Chauncey e a sua incrível habilidade de ser um carregador de malas de hotel; Sal e sua timidez gentil e empática; Lucy e sua herança maligna e um coração gigantesco.

Não apenas eles, mas a ilha vive através de Zoe, um ser mágico que cuida do lugar e o protege daqueles que podem fazer mal. Cheia de personalidade e de presença.

Resenha: A Casa no Mar Cerúleo - T.J. Klune

A jornada do Linus envolve encontrar seu lugar, deixar de viver essa rotina e abraçar a aventura que fez tanto pelo seu coração e pela sua vida. A das crianças, existir. Em todas as suas nuances, mágicas e peculiaridades. A de Arthur... É um mistério, e um muito bem-vindo porque se entrelaça diretamente ao Linus.

Onde Linus é contido, Arthur é um coração aberto para o mundo. Com seus mistérios, mas é um cuidador que se importa, que entende as crianças melhor do que ninguém. E ele e Linus formam uma relação de confiança, de amizade e aquela faísca de romance slowburn deliciosa que faz a gente querer chorar. Porque está ali; o lar, a família, o amor. Só falta o Linus abraçar isso!

Arthur riu. Linus ficou desconfortável com o quanto ele gostava daquele som.

A narrativa do autor é sublime na simplicidade. É poética, e muito focada em mostrar a força do amor, da confiança e da família - aquela que a gente escolhe, aquela que faz tudo e mais um pouco pelo nosso bem.

A edição da Morro Branco tá um primor (apesar da capa de soft touch, que me dói a alma). Eu amei a tradução da Lígia Azevedo, e todos os detalhes na diagramação ficaram lindos.

A Casa no Mar Cerúleo é uma história perfeita do começo ao fim. É emotivo, é engraçado, oferece conforto e palavras sábias. É um abraço amigo, familiar e amoroso.

Sinopse: Linus Baker segue uma vida quieta e solitária. Aos quarenta anos, ele mora em uma pequena casa com uma gata temperamental e com seus velhos discos. Como um Trabalhador de Caso no Departamento Responsável por Crianças Mágicas, ele passa seus dias supervisionando o bem estar das crianças nos orfanatos sancionados pelo governo. Quando Linus é convocado inesperadamente pela Administração Extremamente Superior, ele recebe uma tarefa curiosa e altamente confidencial: viajar até o Orfanato da Ilha Marsyas, onde seis crianças perigosas residem: uma gnomo, uma duende, um wyvern, uma bolha verde não-identificada, um Lobispomerano, e o Anticristo. Linus precisa deixar seus medos de lado e determinar se eles podem, ou não, trazer o fim dos dias. Mas as crianças não são o único segredo que a ilha esconde. Seu cuidador é o charmoso e enigmático Arthur Parnassus, que fará de tudo para manter seus protegidos a salvo. Conforme Arthur e Linus se aproximam, segredos há muito tempo escondidos vêm à tona, e Linus precisa fazer uma escolha: destruir um lar ou ver o mundo queimar.

Título original: The House in the Cerulean Sea
Autor: T.J. Klune
Editora: Morro Branco
Tradução: Lígia Azevedo
Gênero: Fantasia
Nota: 5+


4 comentários:

  1. Oi Denise, tudo bom?
    AAAA que resenha amorzinho, senti sua empolgação para falar da leitura e fiquei curiosa!
    Vem pela Morro Branco esse ano? Vou aguardar ansiosa!
    beeeijos
    http://estante-da-ale.blogspot.com/

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  2. Olá, Denise.
    Já saiu por aqui, porque não vi hehe. Mas já vou ficar atenta porque me interessei muito. A história parece ser incrivel. E a capa está linda.

    Prefácio

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  3. Para que faixa etária vc indicaria?

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    Respostas
    1. Ele é bem juvenil, sobre amor e família, então a partir de +12 já pode ler sossegado <3

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