Um dos títulos mais recentes da Editora Pitaya, que cedeu este exemplar em cortesia, Dungeons & Drama é um YA contemporâneo muito carismático e adorável. Escrito por Kristy Boyce, a história acompanha Riley, que ama musicais, mas está de castigo depois de ter roubado o carro dos pais para assistir um.
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Riley e sua melhor amiga Hoshiko quebraram todas as regras quando fugiram na calada da noite para assistir Waitress. Agora, Riley está de castigo. Não pode mais sair com a amiga, não pode participar de atividades extras na escola (ou seja: o teatro está fora de opção) e tem que lidar com um emprego na loja de jogos do pai.
A Tabuleiros e Espadas não é o lugar que Riley gostaria de passar suas tardes. Ainda mais por causa de Nathan, o outro funcionário, que estuda na escola dela e não parece gostar muito da sua presença ali. Riley também tem uma relação complicada com o pai depois do divórcio que ele e a mãe passaram; tudo isso contribui para ela não se sentir tão à vontade ali.
Some tudo isso ao fato de o ex-namorado dela parecer estar com pena de tê-la abandonado e Riley surge com um plano infalível: fingir que ela e Nathan estão namorando. Assim, seu ex para de enchê-la, Nathan vai encher a garota que ele gosta de ciúme e, de quebra, o ambiente fica menos insuportável, porque Nathan e Riley vão se aproximar.
Por causa disso, Riley passa a integrar o grupo de RPG que joga na loja dois dias por semana. Por causa disso, sentimentos inesperados podem surgir onde ela menos esperava.
Dungeons & Drama é exatamente o que eu queria que a história fosse. Sabe aquele tipo de livro que você pega para ler, desliga o estresse e só aproveita e se diverte com a história? É esse. Um YA contemporâneo muito simpático, carismático e adorável, do começo ao fim (ainda que eu tenha umas ressalvas com o fim, mas já chego lá).
Com a Riley, a autora constrói uma protagonista bem divertida. Ela é excêntrica, apaixonada por teatro e musicais até o extremo. Ela é segura de si em algumas situações, e hesitante em outras. Ela está aprendendo a se comunicar sobre seus sentimentos e frustrações, e aprendendo a lidar com as consequências de escolhas inconsequentes. A Riley foi muito legal de ler!
Eu gostei de como ela não impôs o seu ponto de vista como uma verdade absoluta, sempre dando margem a outras interpretações. Quando achava uma coisa, a narração mostrava abertamente que isso era a opinião dela. Havia outras maneiras de encarar a situação, e Riley sabia disso. Gostei da maturidade do livro em relação a isso. Primeira pessoa costuma ser muito unilateral, então foi bacana acompanhar uma personagem ciente de que podia estar entendendo errado as coisas. Sem jogar a sua visão como uma certeza!
É como se ele estivesse encarando um anjo caído do céu. Ou, sei lá, a Idina Menzel.
Dungeons & Drama traz coadjuvantes muito queridos, a começar pela minha favorita, que foi a Hoshiko! Ela é tão apaixonada por musicais quanto a Riley, mas mais exaltada em personalidade. A amizade das duas é um dos pontos fortes do livro, aquele tipo de amizade feminina para todas as horas.
Os garotos que fazem parte do grupo de RPG (achei fraco eles não terem um NOME pra esse grupo!) são divertidos demais. Em especial o Lucas, que acaba desenvolvendo uma crush inesperada no decorrer do livro, que rende um casal muito bonitinho, e o Anthony que é o boa praça (e não joga de bardo, surpreendentemente!).
Nathan demorou um pouco a me ganhar, mas, depois que me conquistou, eu passei a amar os momentos dele com a Riley. Ele é um bocó. Os dois são. E é muito bonitinho acompanhar dois bocós se apaixonando! O livro tem aquele tipo de romance que te faz sorrir que nem boba sem perceber, porque é tão naturalmente fofo! Só acontece e você está ali, torcendo pros dois tirarem um acerto crítico no amor.
A sinergia entre os personagens de Dungeons & Drama é o que dá um toque especial para a história. Você sente que são amigos se reunindo para uma mesa de RPG, sente que eles se amam e amam viver essas aventuras juntos. E a Riley passa a fazer parte disso também. Junto com o namoro falso, vem as partidas de RPG. Ela se torna a barda do grupo, e traz canções de verdade com o melhor roleplay que os garotos já viram.
A relação da Riley com os pais também é muito pontual aos momentos que ela está vivendo. Seu distanciamento com o pai e como trabalhar na loja dele e aprender sobre a paixão dele por jogos a ajuda a entender quem ele é, tudo isso é cheio de emoção.
- É assim que se joga como um bardo, galera!
- Você não precisa cantar de verdade.
- Ah, eu sei que não preciso. Mas eu quero.
A autora comenta que essa história surgiu da sua própria experiência, porque ela e a melhor amiga jogavam RPG quando eram adolescentes e foi no seu grupo que elas conheceram seus respectivos maridos. O que é muito fofo! Eu amo como o RPG une as pessoas, fortalece amizades, traz o inesperado pra gente. Dungeons & Drama fez muito bem em explorar isso.
Para quem nunca jogou RPG, as partidas que acontecem no decorrer da história são um jeito simpático de conhecer o jogo. O fato de a Riley se sentir tão à vontade jogando também ajuda a mostrar como é legal jogar RPG! Você vive uma aventura através de uma narração, dados e encontros inesperados. RPG é bom demais.
A única falha do livro, para mim, foi o final. Achei tudo muito corrido, o que pecou na carga de emoção. Um acontecimento em especial, que deveria ter sido mais chocante pelo peso dele, não me causou a reação esperada. Foi construído rápido demais e entregue ainda mais rápido, o que só serviu para tirar a tensão do momento.
A edição da Pitaya é uma gracinha. Eu gostei demais que, no fim do livro, tem uma pequena ficha catalográfica pra você anotar como foi a sua experiência de leitura! A tradução de Ana Beatriz Omuro ficou ótima, com uma diagramação confortável e revisão impecável.
Dungeons & Drama é um livro muito querido. Entrega aventura, musicais e a jornada de uma adolescente cheia de energia que se encontra no RPG de mesa e na paixão pelo inesperado.
Sinopse: Riley Morris é capaz de fazer qualquer coisa para alcançar seus objetivos ― até mesmo roubar o carro de sua mãe e dirigir para outra cidade sem carteira de motorista só para assistir a uma peça. Ela é apaixonada por teatro musical e seu maior sonho é se tornar uma grande diretora da Broadway, mas, para chegar lá, antes terá que salvar o musical da escola do limbo. Só que isso se torna uma tarefa praticamente impossível quando o castigo por dirigir ilegalmente consiste em passar todo o seu tempo livre trabalhando na chata loja de jogos do pai. Como se já não tivesse coisas demais com o que se preocupar, Riley ainda toma a impulsiva decisão de cantar vantagem para o ex fingindo que está saindo com Nathan, seu rabugento mas igualmente adorável colega de trabalho. Para convencer a todos de que estão realmente juntos e fazer ciúmes no crush de Nathan, Riley terá que entrar para o grupo de Dungeons & Dragons dele. Surpreendentemente, o jogo é até divertido. E, mais surpreendente ainda, flertar com Nathan não exige tanta atuação quanto ela esperava…
Título original: Dungeons & Drama
Editora: Pitaya
Autora: Kristy Boyce
Tradução: Ana Beatriz Omuro
Gênero: Romance contemporâneo | YA
Nota: 4
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