Uma Janela Sombria, primeiro volume da duologia O Rei Pastor, foi publicado aqui pela Editora Alt. Escrito por Rachel Gillig, é uma fantasia sombria muito simpática e criativa e acompanha uma garota que, tentando sobreviver a um mundo cruel, acabou se unindo a um monstro.
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Elspeth aprendeu desde cedo que ser maculada pela Bruma significava a sua morte. Por isso, quando ela é tocada pela praga mágica, aceita a ajuda de um monstro para escapar dos agentes do rei que procuram e sentenciam à morte os doentes. Com a ajuda, veio a consequência: o monstro agora vive em sua cabeça, e se chama Pesadelo.
Ele é uma das Cartas da Providência, a magia daquele mundo. Cada uma delas concede um poder ao seu portador, e também cobra o seu preço. Elspeth ainda não sabe qual a consequência de ter uma delas em sua cabeça (além da presença irritante), mas tem tentado encontrar uma maneira de se livrar do parasita.
Veio atrás da menina... e o monstro encontrou.
Quando rebeldes aparecem com uma solução, Elspeth aceita que talvez o melhor a fazer para sobreviver aquele mundo seja mudar o que o rege. Se a Bruma cair, a doença mágica cai com ela. Se o rei perder o poder, os sacrifícios acabam. Mas, para isso, Elspeth precisa usar ainda mais do poder do Pesadelo, ciente de que o preço a ser pago pode ser grande demais.
Uma Janela Sombria foi uma surpresa muito bem-vinda! Eu fui para essa leitura sem grandes expectativas porque quebrei a minha cara com a leitura de Um Encantamento Delicado, que foi uma decepção a ponto de abandoná-lo. E qual foi a minha felicidade quando me apaixonei por esse livro logo nos primeiros capítulos!
Ele tem um clima de fantasia sombria muito bem construído através do universo em que a Elspeth vive. É um mundo coberto por incerteza, cercado pela Bruma. Um reino isolado de todos os outros por uma maldição antiga que pune quem tenta atravessá-la. Há maneiras de escapar da Bruma, mas não são métodos infalíveis.
A doença mágica também é muito interessante e macabra, ainda mais combinada ao horror da caçada que o reinado conduz aos adoentados. Não adianta sobreviver à Bruma; os Corcéis, caçadores do rei, vão te encontrar. E, quando te encontrarem, os Clínicos vão te testar e te condenar à morte. Não há escapatória. Elspeth sabe que foi uma exceção, e tudo por causa do Pesadelo.
Que é o melhor personagem da história toda! Sabe o Venom? É ele, na forma fantástica. A relação simbiótica entre a Elspeth e o Pesadelo é muito engraçada e tem até seus momentos dramáticos. Quanto mais conhecemos dela, mais entendemos ele. E quanto mais conhecemos dele, mais tememos por ela.
A Elspeth é uma Protagonista Padrão de Fantasia YA. Não tem nada de visionário na personagem principal de Uma Janela Sombria, nada que a destaque de outras que já li. Ela é simpática, é legal de acompanhar, mas é meio blasé perto da entidade em sua cabeça. E é bem burrinha, meu deus. Tanta coisa óbvia acontecendo e ela demorava capítulos para sequer notar.
- Tenha cuidado com a sombra, e com o pavor que leva.
O romance foi um pouco fraco também. Eu esperava mais, porque o começo entre os dois se destacou. Ravyn é um personagem enigmático, mas não tem aquela coisa do "moreno sarcástico" que já deu o que tinha que dar. Ele é atencioso, simpático, tem bons momentos com a mocinha. O que eu senti foi que a autora correu demais com o relacionamento entre eles, e entregou um instalove que pedia por slowburn. Faltou trabalhar mais a química e o anseio que ela construiu tão bem entre os dois.
Acabou que o romance de Uma Janela Sombria prometeu muito e não entregou tudo como poderia, o que foi uma pena. Tinha potencial. Tanto que os momentos dramáticos acabaram não me afetando tanto porque o ship não me afetou.
Os coadjuvantes foram muito interessantes, em especial a Ione e o Elm. Ione é a prima da Elspeth e tem um arco surpreendente que envolve corrupção de poder, enquanto o Elm é um nobre que está tentando quebrar o ciclo de abuso e horror que sua família veio espalhando pelo reino. Os dois, inclusive, dividem alguns momentos que podem se desenvolver em um romancinho... que eu achei bem mais interessante que o ship principal, veja bem!
A edição da Alt ficou muito bonita e a diagramação é confortável. Eu amo as traduções da Sofia Soter e aqui não foi diferente.
Uma Janela Sombria é uma fantasia sombria criativa que te fisga nos primeiros capítulos e vai assim até o final. O fim, aliás, tem um gancho muito tenso que promete reviravoltas ainda maiores para o fim da duologia. A protagonista fez uma escolha, e agora a gente vai ver como isso vai se desenrolar.
Sinopse: Para se manter em segurança no sinistro reino de Blunder, Elspeth Spindle precisa esconder um monstro. Ela o chama de Pesadelo, um espírito antigo preso em sua cabeça que a protege e mantém seus segredos a salvo. Mas nada vem de graça, especialmente quando se trata de magia. Quando Elspeth encontra um misterioso bandoleiro na floresta, ela é lançada em um mundo obscuro e traiçoeiro. O bandoleiro é Ravyn Yew, sobrinho do rei e capitão da Guarda Real, os homens mais perigosos de Blunder. Envolvido em um esquema de traição contra o Estado, Ravyn deseja acabar com a maldição que se esconde na névoa do reino e só Elspeth é capaz de ajudar nessa missão. Juntos, eles devem reunir as doze Cartas da Providência ― que são a chave para a cura. Mas a medida que os dois se aproximam e uma atração inevitável se intensifica, Elspeth vai ter que aprender a confiar no homem que sempre viu como seu maior inimigo enquanto enfrenta seu segredo mais sombrio: o Pesadelo está, aos poucos, tomando sua cabeça e ameaça devorar sua alma ― e pode ser que ela não seja capaz de detê-lo.
Título original: One Dark Window
Editora: Alt
Autora: Rachel Gillig
Tradução: Sofia Soter
Gênero: Fantasia
Nota: 3,5
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