O terceiro e último volume da trilogia iniciada em Destruidor de Mundos chegou até mim em uma cortesia da Editora Seguinte. Destruidor de Destinos é um épico de guerra, traições e reviravoltas e traz a conclusão da história de Corayne, Andry, Dom, Sorasa, Valtik, Charlie e Erida.
Se gostou dessa história, vai curtir:
Esta resenha vai conter spoilers dos livros anteriores: Destruidor de Mundos e Destruidor de Espadas.
Os heróis foram derrotados. De novo. Com a ascensão de um dragão de fogo, os Companheiros foram obrigados a se separar. Nenhum deles sabe o destino do outro, e tudo que podem fazer, agora, é tentar sobreviver às intempéries em seu caminho.
A espada de Fuso de Corayne foi partida, mas ela roubou a espada do tio. A sua única esperança, agora, é encontrar um abrigo para reunir forças e tentar impedir Erida e Taristan de destruir o que resta da Ala. Andry navega para longe, junto a Valtik, rezando aos deuses para ser capaz de encontrar aliados onde menos espera.
Dom e Sigil foram presos. Estão nos calabouços, sem ideia de como fugir, sem saber onde está Sorasa. Charlie reencontra um amado do seu passado, mas a um custo emocional muito grande. E Erida está vivendo a glória da coroa, mas com o peso das responsabilidades que uma guerra traz.
Destruidor de Destinos foi, em 90% da leitura, uma excelente experiência. Teve drama, reviravoltas, adrenalina, teve perseguição, rinha de dragões, slow burn. Tudo do bom e do melhor em uma fantasia medieval, com personagens femininas mandando na porra toda, o caminhar de uma guerra grandiosa e o preço que o poder cobra.
Minha única crítica fica com o final que, a meu ver, foi muito apressado. 10% do livro para encerrar tudo o que havia sido desenvolvido até então me pareceu muito pouco, e quanto mais eu avançava nas páginas, menos parecia haver espaço para uma conclusão satisfatória.
- Quer saber o que vejo em você? Esperança, Corayne. Vejo esperança.
Ainda que eu tenha gostado de como a autora encerrou essa trilogia, sinto que podia ter havido mais desenvolvimento. Principalmente em relação a um plot twist que ela introduziu ali bem no finzinho, com uma traição que, honestamente, não colou. Pareceu apressado e sem sentido, e sem muito espaço para desenvolver. Ainda mais quando ela já tinha tantos antagonistas; não precisava de mais um.
Os antagonistas tiveram um tempo de desenvolvimento bem interessante. Taristan e Erida são personagens ótimos e, com exceção de alguns discursos inflamados que mais pareciam adolescentes fazendo birra, me impressionaram nesse último livro. O Taristan, em especial! Mostrando uma fragilidade e um terror ao preço a ser pago que muito significou para o final que teve.
A Valtik continuou um mistério até o fim do livro, o que eu achei ótimo porque combinou muito com a personagem. Ela viveu momentos que me deixaram em êxtase pelo épico, e seguiu um segredo até as últimas páginas.
- É estranho, sim, vestir a pele de um deus e depois ser privado dela.
Sorasa segue a minha favorita, aqui vivendo com as sombras de quem foi e de quem se tornou. Sua relação com Domachridan, aliás, chega no ápice do slow burn em Destruidor de Destinos, daquele tipo que te faz querer morder as mãos. Os dois são tão opostos e tão perfeitos um para o outro por isso, e o livro faz questão de lembrá-los disso, sempre. O que deixa o relacionamento de patadas e confiança muito instigante.
O desenvolvimento pessoal dos dois envolveu lidar com o peso da derrota, e eu gostei muito de como isso alavancou o seu crescimento. Esses são dois personagens que vou guardar com muito amor no meu coração.
Sobre ela, Domacridhan de Iona sorriu com toda a força do sol flamejante.
Eles, e Corayne e Andry. A Corayne está vivendo o inferno na terra desde que se descobriu a esperança do mundo, e eu gosto de como ela encara essa situação com o queixo erguido, mesmo que tremendo da cabeça aos pés. O Andry, por outro lado, é o meu raio de sol, meu menino mais precioso, e a sua jornada nesse fim envolve o salto de escudeiro para cavaleiro; um salto muito notável nas atitudes e na postura dele.
O Charlie é um personagem que cresceu muito na história, mas a graça dele está justamente no caminho do "ninguém" para "alguém importante". Seu relacionamento com um assassino misterioso também é uma delicinha de acompanhar.
Também tem um romancinho ali entre os dois, mas é ainda mais slow burn que o do Dom e da Sorasa. Inclusive, sempre me perguntam sobre romance nessa trilogia, e o que eu digo é: se 90% é fantasia, 5% é slow burn e os outros 5% a conclusão desses romances. Conclusões muitos satisfatórias!
Destruidor de Destinos trouxe embates épicos em vários momentos, perseguições, rinha de dragão, passagens entre mundos e um fim que podia ter sido mais grandioso, mas ainda assim me deixou satisfeita. Encerrou a trilogia da melhor maneira possível, dentro do possível, e ainda trouxe pontos finais emocionantes no seu Epílogo (sim, eu chorei).
Chama vermelha e gelo azul brilharam no céu infernal.
A edição da Seguinte ficou muito bonita, com tradução de Guilherme Miranda. Revisão e diagramação estão ótimas também!
Destruidor de Destinos é outra história da Victoria Aveyard que eu sempre vou indicar e sempre vou me lembrar com carinho, porque deixou saudade no meu coração.
Sinopse: Os reinos da Ala estão à beira da destruição. O exército de cadáveres de Taristan e da rainha Erida saiu vitorioso da última batalha. Corayne escapou por pouco, deixando para trás uma espada estilhaçada e seus aliados. Agora, ela caminha em direção a um futuro incerto, à procura dos Companheiros espalhados por toda a esfera. Enquanto isso, a rainha Erida continua sua expansão, anexando terras para formar o maior império que já se viu. E ela não será derrotada tão facilmente ― ainda mais com um demônio ao seu lado. Mas nem tudo está perdido: Corayne leva consigo a última espada de Fuso. Sem ela, seu tio não será capaz de abrir novos portais para outros mundos. Sem ela, ele não será capaz de destruir Todala. Agora, uma aliança despedaçada precisará se reerguer das cinzas para derrotar um inimigo implacável. No último volume da série Destruidor de Mundos, Victoria Aveyard conclui uma obra-prima da fantasia épica, com um universo complexo povoado por personagens inesquecíveis.
Título original: Fate Breaker
Autora: Victoria Aveyard
Editora: Seguinte
Tradução: Guilherme Miranda
Gênero: Alta fantasia
Nota: 4+
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