O Dique é o segundo livro da série Blackwater, de Michael McDowell. Publicado no Brasil pela editora Arqueiro - que nos cedeu um exemplar para resenha - vamos acompanhar a construção do dique na cidade de Perdido, que aumenta as tensões entre Mary-Love e Elinor. E um desaparecimento que muda tudo.
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O Dique continua de onde A Enchente parou. Agora, a cidade está se preparando para a construção do dique que deve impedir novas enchentes. E isso não agrada Elinor nem um pouco.
Para piorar, Mary-Love insiste para que Early, o engenheiro responsável pela construção, fique hospedado em sua casa. Sua esperança é que isso cause desconforto em Elinor e deixe a nora louca de ódio, uma vez que ela não esconde seu desdém pelo homem.
Porém, Elinor não é de cair nos jogos da sogra. E continua a frustrar suas provocações.
Mas a construção do dique não é de toda descomplicada. Além disso, o aumento repentido da população masculina na cidade traz preocupações. E um problema familiar faz com que pessoas do passado de James retornem.
Minhas impressões do livro
De forma geral, O Dique é ainda melhor que A Enchente, porque eu já estava apegada aos personagens, acostumada com suas personalidades e tinha certas expectativas para suas reações, que foram todas supridas.
Eu amo como a Elinor segue frustrando as tentativas da Mary-Love de ser uma grande cuzona em nome de... Já nem sei mais. Ela só escolheu não gostar da Elinor e agora fica fazendo de tudo para atormentar ela. Mas a Elinor não deixa barato, mesmo.
Também gostei do arco da Sister nesse livro, mostrou mais personalidade da parte dela. Mais interesse em tomar as rédeas da própria vida. E deixou mais claro sua posição em relação aos esquemas da mãe e a forma como ela tenta controlar Oscar e Sister, enquanto se passa de boa mãe.
Inclusive, pra mim, todo esse arco da Sister só reforçou mais e mais a personalidade narcisista e controladora de Mary-Love, cuja maior dificuldade é ver os filhos quebrando a tradição e não se importando nem um pouco com o status de matriarca dela e o que isso deveria significar para suas vidas.
O Oscar que ficou um pouco apagado, para ser sincera. Não que eu me importe muito, porque ele nasceu apenas para ser a cadela da Elinor mesmo.
Esse segundo volume tem uns 80% que é basicamente treta e fofoca de família, o que eu gostei muito. Quanto mais o tempo passava, mais desavença e problemas surgiam. Mais gente para se misturar aos Caskey, mais coisas sendo feitas pelas costas um do outro.
Quero só ver onde tudo isso vai parar, porque o autor deixou alguma pontas muito interessantes aqui. Especialmente no que diz respeito ao futuro da Mary-Love e a casa de Oscar e Elinor, que tem ganhado um ar de "entidade" agora.
Minhas conclusões sobre O Dique
Como mencionei, para mim O Dique foi melhor do que o primeiro livro. Gostei muito de ver os personagens mais estabelecidos em seus papeis e com espaço para se desenvolverem cada vez mais.
Também acho que o horror teve "menos" espaço nele. Se tirarmos o fim, com as sensações de Frances a respeito de sua própria casa, tivemos duas cenas apenas que caminham mais por esse lado. Mas que cenas, ein? A última mesmo, pertinho do fim, fiquei meio chocada com a violência. Não por ser gratuita ou coisa do tipo, mas porque não estava esperando mesmo.
Embora eu soubesse que isso ia acontecer desde que o personagem foi introduzido, o nível de violência foi, realmente, inesperado para mim. Mas nada fora do comum para esse tipo de leitura.
Também tenho gostado do lore desse universo. Quando mais os livros passam, mais peças recebemos para ir montando o plano de fundo do misticismo dessa história, deixando-a mais e mais interessante.
Em um todo, O Dique é uma continuação que supera expectativas. E mal posso esperar para ler A Casa, que sai no dia 06 de maio.
A Guerra, o quarto livro da série, também já está em pré-venda e lança no dia 02 de junho.
Sinopse: Ainda se recuperando da enchente devastadora, a cidade de Perdido se mobiliza para construir um dique que evite novas catástrofes. Porém, quando as obras começam, ocorrem eventos misteriosos, como um desaparecimento. Agora parte da família Caskey, Elinor é contra a construção e entra em choque com a sogra, Mary-Love. Entre alianças, intrigas e sacrifícios, nada está proibido nessa disputa.
Título original: The levee
Autor: Michael McDowell
Tradução: Fabiano Morais
Editora: Arqueiro
Gênero: Horror gótico
Nota: 5
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