Resenha: Carrie - Stephen King - Queria Estar Lendo

Resenha: Carrie - Stephen King

Publicado em 11 de abr. de 2022

Resenha: Carrie - Stephen King

Carrie foi o primeiro livro publicado pelo autor Stephen King. E ganhou uma edição especial lançada pela Editora Suma em comemoração ao aniversário de 75 anos do autor. Hoje a resenha é pra falar dessa leitura tenebrosa e pra lá de instigante.

Mais obras do mestre do terror:

Carrie não tem uma vida muito feliz. Filha de uma fanática religiosa, a quieta e perturbada garota vive um tormento diário na escola, onde o bullying a acompanha onde quer que vá. Quando um incidente envolvendo sua primeira menstruação se transforma num cenário de zombaria e tortura psicológica, incidentes difíceis de explicar começam a acontecer; lâmpadas quebrando, coisas caindo no chão sem ninguém para derrubá-las.

Acontece que Carrie tem poderes telecinéticos. A partir daí, o livro nos apresenta à personagem ao mesmo tempo em que uma investigação policial acontece na cidade onde ela vive. Houve uma tragédia terrível, e tudo leva a crer que foi Carrie quem a causou.

Eu só tive contato com a Carrie através das adaptações, tanto a de 1976 quanto a de 2013. E foi uma agradável surpresa conhecer o primeiro livro que o Stephen King publicou. Já mostrava a força narrativa e a criatividade tenebrosa que o autor levaria por toda a sua carreira, se tornando o mestre do terror. Aliás, esse exemplar foi cedido em cortesia para esta resenha.

Carrie de Stephen King é uma história dramática em partes. Porque tudo o que a protagonista vive é sofrimento. É terrível, também. Porque o que acontece com a Carrie escalona do bullying para tortura psicológica em alto grau.

O que suas colegas de escola fazem com ela pelo simples fato de Carrie existir é pra lá de horrível. Aí você soma isso à um lar que mais parece o inferno, com uma mãe perturbada e fanática religiosa, e tem uma personagem instável em mãos.

Resenha: Carrie - Stephen King

Então, quando a famosa cena do baile de formatura acontece, você já espera por ela. Não exclui o fato de ser uma tragédia de escala monstruosa. Mas é um caminho de vingança que estava sendo construído com o passar do livro.

Carrie é uma garota doce, ingênua ao extremo, e que vive o pior das pessoas. Ela aguentou demais por tempo demais. E, com a instabilidade dos seus poderes telecinéticos, a retribuição era questão de tempo. Um gatilho, um estalo, e seus poderes poderiam se tornar uma arma de destruição em massa.

Ela fechou os olhos, dormiu e sonhou com pedras enormes e vivas caindo na noite, procurando a Mamãe, procurando Eles.

Eu gostei de como o livro trabalha a questão dos pontos narrativos. Ora mostrando Carrie, ora dando voz à sua mãe. Que, diga-se de passagem, é uma das vilãs mais aterrorizantes do King (ele sabe como escrever fanática religiosa pra tirar a gente do sério). Ora sua colega, Sue, que é uma das poucas garotas conscientes do terror que Carrie vive na escola.

Sue, inclusive, é a responsável pelo pouco de humanidade que vemos. Ela e o namorado, Tommy, são um casal popular que foge do estereótipo que outras personagens, como Chris, carregam. A da popularidade tóxica.

A relação de Carrie com a mãe é, sem sombra de dúvidas, a parte mais terrível do livro. Margaret White é um monstro em toda a sua concepção. Usa a religião como escudo para as falas preconceituosas, nocivas e para a violência que infringe sobre a filha. É o tipo de mente varrida por tudo de pior que existe no mundo.

Resenha: Carrie - Stephen King

Além deles, Carrie de Stephen King também intercala com as investigações policiais; a gente sabe que alguma coisa terrível aconteceu no baile de formatura, mas vai descobrir só no final. O que motivou isso a acontecer, o que realmente aconteceu, quais foram as consequências.

É impossível imaginar o planejamento dedicado à ruína de Carrie White - foi um plano feito com cuidado, ensaiado muitas vezes, ou só uma coisa que aconteceu de um jeito meio desastrado?

Essa nova versão da Suma, com tradução da Regiane Winarski - excelente, aliás -, ficou perfeita para a edição comemorativa. Não apenas pelo trabalho gráfico, de tradução e de capa, entrando para a coleção da Biblioteca do Stephen King. Mas também pelos extras que eles trouxeram no final.

Carrie de Stephen King é um terror que mescla o extranatural a um sinal vermelho sobre o bullying extremo. Sobre intolerância e fanatismo religioso. É um primeiro livro excelente para um autor que acerta muito nas narrativas que escolhe contar.

Sinopse: O primeiro livro de Stephen King em edição especial com capa dura, nova tradução e conteúdo extra. Clássico moderno, Carrie conta a história da adolescente com poderes telecinéticos, do bullying que sofreu e de sua jornada violenta de vingança ― até hoje, a estreia revolucionária do mestre do terror é um dos romances mais inovadores e chocantes de todos os tempos. Carrie White é uma adolescente tímida, solitária e oprimida pela mãe, cristã ferrenha que vê pecado em tudo. A rotina na escola não alivia o dia a dia em casa. Para os colegas e professores, ela é estranha, não se encaixa e, por consequência, é alvo constante de bullying. O que ninguém sabe ainda é que, por trás da aparência frágil e indefesa, Carrie esconde um enorme poder: ela consegue mover objetos com a mente. Trancar portas. Derrubar velas. Dom ou maldição, isso mudará para sempre o destino das pessoas que algum dia lhe fizeram mal.

Título original: Carrie
Autor: Stephen King
Editora: Suma
Tradução: Regiane Winarski
Gênero: Terror | Suspense e mistério
Nota: 5


2 comentários:

  1. Oii De

    Excelente resenha! Eu amo os livros do Stephen King, mas Carrie é um dos que menos gostei.
    Não curti muito a narrativa do livro :(

    Beijos
    http://brenshelf.blogspot.com

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  2. Olá, Denise.
    Eu preciso dessa edição, só me falta esse dessa coleção. Mas já li o livro em outra versão e infelizmente só achei bom. Acho que minhas expectativas não ajudaram. A mãe dela me deu foi medo hehe.

    Prefácio

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