O Amor Não Morreu é o título mais recente da Ashley Poston a chegar aqui no Brasil. Lançado pela Editora Intrínseca, a mesma que também publicou Geekerela da autora, esse romance adulto fala sobre luto, família e amor da maneira mais linda possível.
Se gostou desse livro, vai gostar de:
A trama é narrada por Florence. Filha dos donos de uma funerária muito consagrada em sua cidade natal, Florence é uma escritora com problemas. Está no fim do prazo e não tem um manuscrito para entregar ao novo editor. Não apenas isso, mas ela é uma ghostwriter em segredo - ou seja, o prazo é do livro de outra pessoa, uma consagrada autora de romances chamada Ann Nichols.
O problema é que Florence não consegue terminar esse livro porque não acredita mais no amor. Depois de uma terrível desilusão amorosa, ela decidiu que o amor está morto. E como escrever um romance com final feliz quando isso é tudo em que acredita?
Ao conhecer o novo editor - um homem sério e atraente chamado Ben - Florence acredita que está ferrada, porque seu prazo acabou e todos vão descobrir que fracassou com Ann Nichols. O universo, no entanto, reserva algumas reviravoltas para ela.
A primeira é que seu pai morre. A segunda é que Florence precisa voltar para a cidade da qual fugiu, anos atrás, para ficar com a família e preparar um funeral meticulosamente orquestrado pelo próprio pai - com detalhes que vão colocar sua vida de cabeça para baixo. E o terceiro é que um fantasma a encontra lá: Ben, que aparentemente morreu assim que Florence deixou a cidade.
Porque, ah, Florence consegue ver os mortos. Ela tem esse estranho dom, assim como seu pai tinha também, o que só pode significar uma coisa: Ben tem algum assunto não resolvido no mundo. E é Florence que vai ter que ajudá-lo a descobrir o que é.
O Amor Não Morreu tem simplesmente todas as melhores coisas que uma comédia romântica de qualidade precisa. Sabe aquele tipo de história que você assiste e assiste e assiste e não quer que acabe, porque é perfeita? É esse livro.
Ashley Poston sabe como escrever personagens queridos e carismáticos - já vi isso muito bem em Entre Feras & Flores, e em Geekerela. Aqui não é diferente. Florence, Ben, a família da Florence, os amigos, os adversários; é todo mundo muito real. É um livro muito real. Porque, apesar de lidar com fantasmas, lida com temas do dia a dia.
A sensibilidade com que a história fala sobre luto me pegou de jeito. É um livro tão doce, tão gentil com a dor e a saudade. É uma história que sabe o que está falando, sabe para onde está conduzindo seus personagens. Assim como acontece na vida, cada um deles lida com o luto à sua maneira; e ainda que Florence seja o ponto principal, todos os outros são essenciais também.
Eu amei a família dela. A mãe é tão querida, os irmãos são a representação perfeita de irmãos - te enchem o saco e você os ama incondicionalmente. Até mesmo o pai, que a gente só conhece brevemente, é uma presença constante.
Tudo que morre nunca vai embora de verdade. Tudo fica, nos pequenos detalhes.
E essa é a beleza de O Amor Não Morreu. Ele mostra como aqueles que se vão nunca nos deixam realmente. Que a ausência existe, mas que estão nos detalhes que ficaram. Nas lembranças que construíram. No amor que deixaram.
Florence tem um desenvolvimento excelente em sua jornada como escritora, como filha órfã, e como mulher se apaixonando por um fantasma. Porque, é claro, tem romance. É um slow burn delícia, e é desesperador porque O BEN ESTÁ MORTO! COMO PODE?
Eu gosto de como a autora deu pequenas dicas de coisas que estavam acontecendo, e de como é óbvio que uma coisa maior estava acontecendo, mas a Florence está num ponto tão sufocante da vida que não consegue ver o que está bem à sua frente. O que contribui num pequeno suspense que a história constrói. Ele é óbvio pra gente, mas não pra protagonista.
O Ben é perfeito. Sensível, com um coração de ouro, bom demais para o mundo. Sabe aquele tipo de mocinho golden retriever? É Benji Andor. Eu amo como ele e a Florence funcionam se completando. Ele calmo, centrado, e ela toda surtada e perdida.
Tinha me esquecido de como realmente era o som do silêncio.
E eu preciso dizer que esse livro é tão bem escrito e tão vívido que eu já escalei a Chloe Deutch e o Harry Shum Jr. pro casal principal. Meu cérebro funciona nesse ritmo quando a história é perfeita para ser adaptada numa romcom.
O Amor Não Morreu mexe com o seu emocional da melhor maneira. Ele vai te fazer chorar, vai te fazer sorrir, vai te fazer se apaixonar e sentir por cada personagem. É uma história leve e muito bonita sobre o amor, acima de qualquer outra coisa. O amor por quem você é, por quem quer se tornar. O amor pela família, por amigos, por situações. O amor que machuca, e o que ajuda a se erguer.
E é um livro engraçado, tá? Apesar da temática principal ser sobre luto e corações partidos, ele é muito divertido. A Ashley Poston conta essa história com uma irreverência muito natural, porque o humor da Florence é daquele tipo debochado e autodepreciativo que funciona demais quando bem escrito.
Ben riu, e eu descobri que amava muito o som da risada dele.
A edição da Intrínseca tá bem bonita. A tradução foi feita por Ana Rodrigues e Laura Pohl, e tá ótima. Com uma revisão excelente também!
O Amor Não Morreu foi uma leitura perfeita, sensível e inesquecível. Um novo favorito que eu vou guardar no meu coração.
Título original: The Dead Romantics
Autora: Ashley Poston
Editora: Intrínseca
Tradução: Ana Rodrigues e Laura Pohl
Gênero: Romance adulto | Comédia e drama
Nota: 5+
Acabei de ler esse, mas pra mim foi um 3,5 porque achei tudo previsível demais. Sei la, às vezes to só sendo chato, mas gosto quando sou surpreendido.
ResponderExcluirNão acho que a ideia do livro era ser surpreendente, as coisas estavam tudo bem na cara. A ideia era falar sobre luto e amor e o ~inexplicável~ entre eles, e pra mim fez muito bem o que propôs. Tem certas histórias que só são. Não precisam de complexidade nelas <3
Excluir